"A vista sobre as ruínas da antiga Grécia tornou-se o símbolo, para o mundo inteiro, da dívida grega, do plano de resgate, das quatrocentas e cinquenta reformas, dos quatro governos em oito anos e de um plano de austeridade inimaginável no mundo moderno. Os pagamentos à zona euro continuam até 2060 O plano de resgate chega oficialmente ao fim a 20 de agosto de 2018. ..O governo grego comprometeu-se a continuar as reformas e a manter um elevado excedente orçamental. Para conseguí-lo, num país onde o desemprego é elevado, é necessário manter uma elevada carga fiscal, o que não atrai o investimento estrangeiro que poderia propiciar crescimento e criação de emprego.
As empresas gregas
"A marinha mercante grega é um dos setores que mais contribui para a riqueza do país. Os armadores gregos continuaram a ser líderes mundiais durante a crise económica, controlando cerca de um quarto dos petroleiros e mais de 15% dos navios de transporte de produtos químicos a nível mundial. Em 2017, a atividade da marinha mercante aumentou 17% em relação ao ano anterior, gerando cerca de nove mil milhões de euros.
"Os dados relativos ao transporte por navio são impressionantes. Este setor da economia grega é muito importante. Apesar de os gregos representarem apenas 0,15% da população mundial, a Grécia controla 20 % do transporte de mercadorias por via marítima. No entanto, a indústria naval, os fornecedores e a sociedade em geral enfrentam problemas sérios devido à elevada carga fiscal",
O presidente da Ordem dos Engenheiros da Marinha Mercante Grega receia que os problemas criados pela crise não sejam resolvidos antes do fim do plano de resgate.
"Será que os efeitos da legislação que penaliza os trabalhadores vão ser revertidos? Penso que essas leis vão continuar em vigor e o crescimento vai ser feito à custa dos direitos laborais. A questão é saber quem é que vai beneficiar com o crescimento?", lançou Athanasios Evangelakis.
A marinha mercante, em Pireu, o maior porto da Grécia, foi fortemente afetada pela crise económica. O presidente do Sindicato do Comércio afirma que nos últimos nove anos, um terço das lojas da capital fechou as portas.
"Um negócio como o meu, que gera um lucro líquido de cerca de 75 mil euros, e há várias empresas com este nível de rendimentos, tem um nível de imposição fiscal entre 55 e 65%. Dos 75 mil euros temos de deduzir essa percentagem para impostos e ficamos com 30 mil. Desse montante, sou obrigado a pagar 20 mil euros à segurança social porque temos lucros superiores a 70 mil. Finalmente, após um ano de muito trabalho e esforço, e depois de um lucro de 70 mil euros, fico apenas com 10 mil euros, o que dá menos de mil euros por mês", explicou Nikos Manesiotis."E.N
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