Agostinho Lopes
É urgente combater as alterações climáticas. A subida das
temperaturas em Agosto não só provocou a excepção do Incêndio Florestal de
Monchique (António Costa dixit) (à semelhança de todas as excepções de fogos de
verões passados a começar em 2017, Pedrogão e Beiras, depois do Caramulo, de
Tavira/S. Brás de Alportel, Gerês (várias excepções), Serra da Estrela, etc),
como aquece a moleirinha de políticos e jornalistas ou vice-versa, e a mioleira
pastosa passa a debitar enormidades.
Por exemplo A. Costa, não só inventou a “excepção” de
Monchique, decorrente das alterações climáticas, como descobriu que «as
empresas têm de perceber que têm de alterar estas estruturas salariais» pois
«Não é possível pagarem tanto a quem está no topo e tão baixo a quem está nos
outros escalões». Vamos esperar pelo arrefecimento climático para que o 1º
Ministro explique ao País, como e quando as empresas vão «perceber». Deixa-se
uma sugestão: uma alteração das leis laborais, repondo pelo menos a relação de
forças capital/trabalho de antes da Troika (bom, bom era ir até antes da 1ª
reforma de Vieira da Silva/Guterres), fazer funcionar em pleno a contratação
colectiva e um próximo e adequado aumento do SMN, percebam ou não as empresas.
Por exemplo. Manuel Carvalho, novel director do Público,
assinou mais um notável Editorial (13AGO18), em que entusiasmado pelas
sondagens que dão uma maioria dos círculos eleitorais do Reino Unido contra o Brexit
- certamente com a mesma fiabilidade das que tinham acertado no resultado do
referendo do Brexit, provavelmente as mesmas “sondadoras” – descobriu que na “mais
velha democracia da Europa” os eleitores britânicos, certamente cidadãos
ignorantes, talvez analfabetos e boçais, foram no dito referendo «manipulados
pelos agentes do populismo e das democracias iliberais do Leste, pelas notícias
falsas e pela demagogia»! Um espanto. Logo, há que fazer o que é norma na UE:
repetir referendos (ou eleições) até que os votos estejam de acordo com os
Tratados. Aliás, segundo a boa doutrina do Presidente da Comissão Juncker «não há democracia fora dos Tratados» (a
propósito do voto não do povo grego
à proposta da Troika no referendo de 5 de Julho de 2015).
Por exemplo, Teresa de Sousa (Público, 08AGO18), que não sabendo
para que lado se há-de virar, às alterações climáticas irá parar. O Presidente
Trump ameaça que as empresas europeias que não saírem do Irão não farão
negócios nos EUA. E logo uma joia da coroa, a Daimler-Benz «Exactamente à mesma
hora (…)» em que a «Comissão anunciou que não autorizava as empresas europeias
a retirar-se do Irão, sob pena de as levar à Justiça», «anunciava que iria sair
do Irão.» Não se faz. Sobretudo à mesma hora. Outras como a Airbus, Total, PSA
e Renault, com grandes investimentos no Irão, já tinham comunicado que iam
cavar, a esse “indefectível” europeísta chamado Macron. Que terá dito, segundo
Teresa, «As empresas funcionam a longo prazo (…)». Notável. Compungida Teresa,
tem que aceitar: «(…) a economia americana continua a ser um colosso cujo
comportamento afecta o mundo inteiro.» Logo, para bom entendedor…
Socorro! Venha chuva. Pelo menos uma morrinha refrescante!
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