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3 de novembro de 2019

O Extático

O Extático Carlos Costa
O governador do Banco de Portugal disse há dias que Portugal está hoje mais preparado para enfrentar uma crise .  Um dos argumentos apresentados foi o o de que os portugueses já interiorizaram que o controlo do défice Orçamental é importante. O que  quis dizer o Governador ?
Que numa nova crise vai ser mais fácil passar a factura dita de austeridade para os trabalhadores reformados e pensionistas pois estes já interiorizaram...Na cabeça do Governador , no caso de uma nova crise a factura não vai ser passada aos banqueiros e accionistas , mas aos do costume...
Lembrar:
"No início de agosto de 2008, as cinco estrelas do Lake Resort, em Vilamoura, eram poucas para dividir pelas figuras da alta finança que ali comemoravam. O aniversário de Paula Caetano, mulher de Horácio Roque, o homem-forte do Banif, juntou muitos improváveis parceiros de brinde. A festa parece, a esta distância, o fim de uma era.
Américo Amorim, o acionista do BIC, de capitais luso-angolanos, que viria a comprar o BPN, convivia com Alípio Dias. Este, ex-administrador do BCP, acabara de perder a guerra pelo controlo do banco para, entre outros, os capitais angolanos da Sonangol. Lado a lado (e a receber efusivos "beijinhos", segundo uma nota do Expresso), Alípio e Joe Berardo, o acionista que liderou a campanha contra Jardim Gonçalves e deitou por terra o valor das ações do BCP. Nessa guerra pelo BCP, João Rendeiro, homem forte do BPP, era aliado de Berardo. Contra Alípio Dias que tinha, em tempos, tentado evitar que o BPP abrisse as portas. Todos juntos, celebravam.
Faltava um mês e meio para a falência do Lehman Brothers. Visão
Em setembro de 2008, Portugal tinha uma dívida pública de 68%, face ao PIB .
Depois a história é conhecida, BPN , BPP, BCP, BANIF, Espírito Santo ...
No dia 2 de novembro, um domingo, estava Miguel Cadilhe em Ponte de Lima, quando recebeu uma chamada de Costa Pina. O BPN seria nacionalizado.
Teixeira dos Santos comunicou a decisão, ao lado de Constâncio

Depois quando a Zona Euro entrou, definitivamente, na espiral da crise, com os resgates à Grécia e à Irlanda, em 2010 foram os bancos portugueses que, ficando sem liquidez nos mercados interbancários, e impedidos pelo BCE de aceder aos financiamentos com garantias, fizeram pressão no sentido da intervenção da troika.  Fizeram-no em privado, durante algum tempo, e convenceram o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, que nada disse a Sócrates e o novo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa. Mas precisaram de pressionar em público para convencer José Sócrates. Judite de Sousa, jornalista da TVI, convidou os banqueiros para uma série de entrevistas. Para sua surpresa, todos aceitaram, no momento. "48 horas depois, o primeiro-ministro estava a pedir ajuda financeira", contou a jornalista, numa entrevista ao Público. E observou: "Acabei por, com aquelas entrevistas, fazer parte de uma narrativa que foi meticulosamente preparada pelos banqueiros." Nos 78 mil milhões de euros do "resgate" estava incluída uma fatia de 12 mil milhões para "recapitalizar" a banca nacional

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