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18 de agosto de 2021

A política externa do Império e a submissão da política externa de Portugal




1)Ao vermos as incontáveis invasões, bombardeamentos , disparos de drones , assassinatos , sanções e bloqueios...que constituem o normal da política externa dos EUA  " é como ler un manual de procedimentos da Santa Inquisição ou  un breviário de torturas para as masmorras do império  de Guantánamo e Abu Graib."

A figura submissa de Santos Silva , o silêncio do PSD e de toda a direita diz nos tudo sobre a hipocrisia e cinismo desta gente quando evocam os direitos do Homem ou sublinham para o caso os direitos das mulheres.

Tal prática viola o parágrafo 4 do Artigo 2 da Carta das Nações Unidas, que dispõe: “Os Membros da Organização, em suas relações internacionais, devem abster-se de recorrer à ameaça ou ao uso da força contra a integridade territorial. Ou a independência política de qualquer Estado, ou de qualquer outra forma incompatível com os Propósitos das Nações Unidas ”. E o que são as medidas coercivas senão o uso da força e a ameaça à independência política do Estado vítima?  Sobre isto , nem Guterres , nem Santos Silva se pronunciam.

2) Nota do PCP :Os recentes acontecimentos no Afeganistão, incluindo a entrada dos Talibã em Cabul, independentemente da sua evolução futura, constituem uma clara e humilhante derrota para os EUA, a NATO e todos quantos participaram e foram cúmplices com a sua estratégia de guerra e ocupação, incluindo sucessivos governos portugueses – guerra e ocupação que o PCP oportunamente denunciou e condenou.

Recorde-se que mais de 40 anos de ingerência e agressão dos EUA e seus aliados no Afeganistão, dos quais 20 anos de invasão e ocupação, são responsáveis por centenas de milhar de mortos, destruição, milhões de deslocados e refugiados, pela instauração de um regime sem legitimidade e minado pela corrupção, pela transformação do Afeganistão no maior centro de produção de ópio ao nível mundial – aspectos que são indissociáveis do rápido desfecho dos últimos dias.

Perante as falsas e cínicas preocupações sobre o respeito de direitos, recorde-se que foram os EUA e os seus aliados que promoveram e apoiaram as forças mais retrógradas e obscurantistas e a sua violenta acção contra a República Democrática do Afeganistão, instaurada com a Revolução popular de 28 de Abril de 1978, e as forças progressistas afegãs.

Recorde-se ainda o papel dos EUA e dos seus aliados na criação, fomento e apoio a grupos que se caracterizam pela sua acção terrorista, incluindo no Afeganistão, e à cínica invocação da denominada ‘guerra contra o terrorismo’ para justificar e concretizar a sua estratégia de domínio.

Face aos novos riscos e perigos que se colocam ao Afeganistão, aos direitos do seu povo, assim como à região da Ásia Central, o PCP chama a atenção que compete ao povo afegão – como a cada povo – resolver sem ingerências externas os seus problemas e optar pelo seu próprio caminho de desenvolvimento, contribuindo para que o Afeganistão deixe de ser instrumentalizado para promover a instabilidade na região.

Os recentes acontecimentos no Afeganistão reforçam a exigência do fim da ingerência e agressão levada a cabo pelos EUA, com o apoio e a cumplicidade dos seus aliados, nomeadamente da NATO, contra a Síria, o Iraque ou o Iémen, mas também da sua política de confrontação nas relações internacionais, incluindo o fim da ilegal e criminosa política de sanções e bloqueios económicos contra países e povos.

Os recentes acontecimentos no Afeganistão reforçam igualmente a exigência que a política externa portuguesa deixe de estar subordinada à política belicista dos EUA, da NATO e da UE, e que se paute pelo respeito da Constituição da República Portuguesa, da Carta das Nações Unidas e do direito internacional.

3) Recordar Miguel Urbano Rodrigues : Nómadas e sedentários na Ásia Central

"Aquela região do planeta foi durante séculos pólo e encruzilhada de civilizações cujos desenvolvimento e culturas tiveram uma influência decisiva no rumo da Humanidade. Miguel Urbano Rodrigues conhece parte da Alta Ásia, caminhou pelas suas estepes e desertos, cruzou cordilheiras, visitou cidades por onde passaram os Persas aqueménidas, Alexandre da Macedónia, os kushanos, os Turcos Ghaznividas, os Mauryas Indianos, Gengis Khan, Tamerlão, Babur, Ingleses e Russos. Ali se chocaram algumas das grandes religiões da Humanidade. "


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