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9 de agosto de 2021

Brasil , uma antevisão do golpe.

 A jornalista Miriam Leitão, que contribuiu para o golpe dos neoliberais contra a democracia brasileira, com a farsa das "pedaladas fiscais", especula na sua coluna deste domingo, no jornal O Globo, sobre como será o golpe fascista de Jair Bolsonaro, em 2022. "Bolsonaro está querendo criar um clima de convulsão social, como aquele que levou trumpistas a invadirem o Congresso americano. Já está preparando o momento seguinte à perda do poder, mobilizando milícias bolsonaristas digitais e reais para que na confusão ele possa invocar o uso das Forças Armadas", escreve.

"Uma autoridade de Brasília, que tem interlocutores entre militares, faz as seguintes reflexões. Se houver um clima de convulsão social, só o presidente pode convocar as Forças Armadas. Isso é privativo do chefe do Executivo, que é o comandante em chefe. É isso que Bolsonaro planeja. Desde o começo do governo, o presidente tem assediado os militares para que demonstrem apoio político a ele. Os da ativa que discordam seguem o regulamento e nada falam. Os que são ligados ao presidente se manifestam. O general Braga Netto, pessoa de índole autoritária, é da reserva, mas como ministro da Defesa tem tentado envolver os comandantes militares em seus movimentos. O comandante do Exército estava em um voo e só soube da nota contra a CPI quando pousou. Não gostou, mas nada fez. Outros integrantes do Alto Comando do Exército têm feito fortes críticas internas à maneira como Braga Netto tem empurrado as Forças Armadas para o apoio a Bolsonaro", prossegue Miriam.

"Bolsonaro se alimenta, na preparação do seu golpe, da confusão institucional, do ataque à urna eletrônica para estimular a dúvida sobre o processo eleitoral e da convulsão social que está instigando. Ele já avançou muito em seu projeto. Não há diálogo que o modere, porque Bolsonaro precisa da crise", finaliza.

Também  O jornalista Janio de Freitas, um dos mais experientes do País, alerta para o golpe que vem sendo meticulosamente preparado por Jair Bolsonaro. "Abrir tantos conflitos quanto possa, estimular a falsa representação das Forças Armadas pelos Pazuellos da reserva e da ativa. Agredir, incitar, exasperar. Gerar ímpetos de presumidas vinganças sociais, econômicas e políticas, motivações do ódio disseminado", escreve, em sua coluna na Folha de S. Paulo.

"Bolsonaro precisa da deflagração de um estado tumultuoso, anti-instituições, contra a Constituição. Propagado por policiais militares, milicianos e pelos novos detentores de armas, se não também por setores do Exército. Quando fala em “sair das quatro linhas da Constituição”, não é mais a rendosa prática de arroubos da campanha e da primeira fase do mandato. É a desordem em marcha. Se chegar ao golpe, não faz diferença se pleno ou parcial, será porque teve permissão. A começar do consentimento da Câmara e do Senado para a criação do crime fartamente anunciado pelo próprio Bolsonaro", pontua.


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