O fim da URSS não trouxe nem paz, nem democracia, nem segurança ou direitos humanos aos povos. Foi aproveitada para os EUA estabelecerem um império global em consequência da traição de “um pequeno grupo de aventureiros que formavam o círculo de “reformadores.” Dmitri Rogozin (DR)
As “reformas” da década de 1990 foram uma inenarrável tragédia em termos humanos. “Os preços aumentavam e a expectativa de vida diminuía, indústrias faliam, o país caía na recessão económica. Os liberais devastaram o nível de vida da população, saqueando em nome da “iniciativa privada” e “livre empresa” as riquezas do país. O PIB da Rússia caiu 50%, a desigualdade social e o desemprego cresceram dramaticamente, dezenas de milhões de russos caíram na pobreza.” Os media propalavam tudo isto (pelo mundo fora) como de responsabilidade do sistema socialista que teria deixado o país naquela situação.
DR fala do liberalismo “como uma doutrina do roubo”. "Uma permanente marca de desonestidade. Esta a essência antinacional dos liberais" Diz DR: “A imprensa nas nãos dos liberais tornou-se um envenenador. A anterior imprensa soviética foi deixada sem meios de existência acabou nas mãos dos oligarcas. Jornalistas em privado não deixavam de lamentar a sua triste sorte, escravizados pelos patrões. Tal era a “liberdade de opinião”, adotada pelos multimédia globais como ferramenta para distorcer os factos, condimentada com veneno vindo de figuras “progressistas”. A verdade passou a ser uma mentira multiplicada inúmeras vezes pelos pasquins. Desta forma nações inteiras foram (e são!) sujeitas a abusos e insultos”
Em setembro de1993 realizaram-se grandes manifestações contra Ieltsin e o seu autoritarismo. Protestavam também contra as terríveis condições de vida que as reformas liberais tinham originado, a corrupção, o domínio crescente da oligarquia recém criada. Tudo isto era apresentado pelos media como a favor de Ieltsin, contra a União Soviética e o “comunismo”. Tática habitual, vista na Venezuela e recentemente relativamente a Cuba.
Diz o ex-embaixador da Rússia junto da NATO" (DR): “O cinismo da NATO ultrapassa os piores cínicos deste mundo."
O fim da União Soviética constituiu um grande revés para as forças da paz e da democracia. O movimento comunista internacional ressentiu-se fortemente desta situação. Muitos militantes, desorientados pela propaganda imperialista tornaram-se indiferentes ou socialmente céticos. A social-democracia alinhou totalmente com o neoliberalismo, a financeirização, a desindustrialização e o antisindicalismo.
Os liberais da Rússia, qualquer que seja a máscara de “ideias originais”, não eram nem são diferentes dos de outros países: “preferem viver sob as instruções do Comité de Washington e juntam-se com “ideias originais” à caça de votos.” (DR) Lá como cá, já vimos como tudo o que pretendem é ser considerados “bons alunos” pelo poder hegemónico…
Três décadas depois, do fim da URSS o declínio do poder imperialista é evidente. Não podemos adivinhar como e o que ocorrerá, mas na estrada sinuosa do progresso, a vida mostra que o sistema capitalista é incapaz de superar as suas as contradições, pelo contrário agrava-as.
Neste contexto recordemos as palavras de Álvaro Cunhal, proferidas nos tempos dramáticos do fim da URSS: “As ideias justas sempre vencerão”. É justamente o que os tempos atuais nos vão mostrando.
Sem comentários:
Enviar um comentário