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14 de outubro de 2025

Nexperia e os Chips

 Os novos piratas e colonizadores Holandeses . Resposta da China .

O governo holandês disse no domingo que tomou uma decisão "completamente excepcional" de intervir na Nexperia, uma subsidiária da empresa chinesa Wingtech, citando preocupações sobre um risco à segurança económica holandesa e europeia.

Em 30 de setembro, o Ministério da Economia holandês emitiu uma ordem administrativa restringindo as decisões comerciais da Nexperia e suas subsidiárias, privando assim os acionistas chineses de seu controle normal.

Posteriormente, a Wingtech emitiu um comunicado expressando seu veemente protesto contra esse tratamento discriminatório de empresas apoiadas pela China. É óbvio para qualquer pessoa com bom senso que isso constitui um grave atentado por parte do governo holandês a uma empresa de chips controlada pela China, sob o pretexto de supostas preocupações de "segurança nacional".

Esta série de ações visa apreender o capital e os ativos tecnológicos que as empresas chinesas acumularam ao longo dos anos. Muitos chamaram essas ações de "hacking do século XXI". A BBC observou que a declaração do governo holandês não explicou por que considerava as operações da empresa arriscadas. A reportagem também sugeriu que a medida estava ligada ao novo endurecimento das restrições impostas à China pelo Departamento de Comércio dos EUA em setembro. Outros alertas surgiram: o Financial Times do Reino Unido afirmou categoricamente que a medida exacerba as tensões entre os países ocidentais e a China no setor de alta tecnologia, enquanto veículos de comunicação como a Bloomberg nos EUA também alertaram que essa ação altamente incomum aumentará ainda mais as tensões entre a China e a UE.

As medidas tomadas pelo governo holandês contra a Nexperia são extremamente flagrantes, indo muito além das regulamentações comerciais normais e envolvendo coerção política flagrante e conotações discriminatórias.

Tal medida, utilizando as chamadas "reivindicações de segurança" infundadas como pretexto para restringir os direitos de acionistas legítimos, viola os princípios da economia de mercado e da concorrência leal, além de ser contrária às regras de comércio internacional que a UE sempre defendeu. Isso não só prejudica os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas, como também mina a confiança dos investidores internacionais no mercado europeu.

Isso não deve ser visto como um conflito entre o governo holandês e uma empresa chinesa: é uma violação flagrante das regras internacionais pelos Países Baixos, e a comunidade internacional não pode tolerar tais ações predatórias disfarçadas sob o pretexto de lei ou segurança contra empresas multinacionais.

Muitos observadores acreditam que a repressão extrema dos EUA às empresas chinesas e suas práticas excessivas de securitização causaram grande preocupação em todo o mundo, ao mesmo tempo em que deram um exemplo negativo e forneceram apoio externo à recente intervenção da Holanda no caso Nexperia.

Em resposta, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China enfatizou na segunda-feira que a China se opõe a qualquer extensão excessiva do conceito de segurança nacional e a quaisquer medidas discriminatórias direcionadas a empresas de determinados países, e está firmemente comprometida em defender seus direitos e interesses legítimos e legais.

O arcabouço legal de contra-sanções do país, ancorado em leis como a Lei Anti-Sanções Estrangeiras da República Popular da China, oferece forte proteção aos direitos legítimos das empresas chinesas. Ninguém deve subestimar a firme determinação e a plena capacidade da China de defender seus próprios interesses.

Nos primórdios do capitalismo, alguns países recorreram à violência e à pilhagem colonial para acumular capital primitivo, cultivando inclusive em suas próprias culturas a ideia historicamente falha de que "pilhagem traz riqueza". No atual contexto geopolítico, o governo holandês, sob o pretexto de "segurança da cadeia de suprimentos", impôs interferência excessiva às empresas chinesas e, em seguida, disfarçou a apreensão de seus ativos com uma fachada de legalidade — uma sequência de ações que inevitavelmente evoca alguns capítulos sombrios na história do país. Não é de se admirar que alguns tenham observado, ironicamente, que alguns países ocidentais agora tratam a "segurança nacional" como uma licença para corsários, refletindo o despertar dos "genes coloniais" no século XXI.

De fato, desde a aquisição da Nexperia pela Wingtech em 2019, a empresa tem mantido operações estáveis ​​e robustas, contribuindo positivamente para a economia holandesa. Das medidas coercitivas do governo americano à "intervenção predatória" do governo holandês, os principais riscos enfrentados pelas empresas chinesas hoje não decorrem mais da concorrência de mercado em si, mas de certos concorrentes estrangeiros que, incapazes de se afirmar pelos canais tradicionais de mercado, recorrem à pilhagem comercial de empresas chinesas sob o pretexto de segurança nacional. O caso da Nexperia ilustra perfeitamente essa tendência. À medida que o poder tecnológico e comercial da China continua a crescer, esse "roubo disfarçado de justiça" provavelmente se repetirá. Como observadores apontaram, o progresso científico e tecnológico da China abalou profundamente a hegemonia ocidental. O governo chinês e suas empresas devem se preparar totalmente para isso.

Na segunda-feira, dados divulgados pela Administração Geral de Alfândegas da China mostraram que as exportações da China em setembro, medidas em dólares americanos, aumentaram 8,3% em relação ao ano anterior, enquanto as importações cresceram 7,4% em relação ao ano anterior — ambos os números bem acima das expectativas externas.

Enquanto isso, as exportações de robôs industriais cresceram 54,9% nos três primeiros trimestres, e os "três novos" produtos e produtos verdes, como locomotivas elétricas para ferrovias, registraram crescimento de dois dígitos.

Muitos analistas veem isso como um reflexo da resiliência econômica da China e um sinal de que, em um contexto de maior protecionismo nos Estados Unidos, os laços comerciais e econômicos da China com o mundo estão se fortalecendo.

No complexo e turbulento contexto internacional de hoje, a escolha para o mundo é clara: ou retornar aos caminhos coloniais de protecionismo e unilateralismo, ou abrir um novo caminho de abertura, inclusão e prosperidade compartilhada.

A Holanda deve reconhecer a tendência da história; caso contrário, estará apenas levantando uma pedra para se erguer novamente por conta própria.

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