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22 de abril de 2025

Andaram a brincar às guerras mundiais

Maj- General Carlos Branco

 Dada a obsessão francesa e britânica com Odessa, e a sua vontade em repetir a Guerra da Crimeia, na minha opinião não estamos ainda livres de um confronto nuclear na Europa. Porém, ao que tudo indica, agora sem a participação dos americanos, o que torna tudo ainda mais perigoso. 


"Quem, na verdade, combatia com um braço preso atrás das costas, não eram os ucranianos, como se tornou comum afirmar, mas sim os russos, impossibilitados de atacar o olho da serpente localizada em Wiesbaden, responsável pelos ataques ucranianos e protegida pela NATO. Uma resposta russa a Wiesbaden significaria a guerra mundial. Foi com esta espada de Dâmocles que vivemos durante mais de dois anos.

Entretanto, os comentadores nacionais, imitando o que a propaganda internacional ia propalando, apelidavam irresponsavelmente Putin de frouxo e medroso, por recuar nas linhas vermelhas sucessivamente ultrapassadas, esquecendo que “tantas vezes vai o cântaro à fonte, que um dia lá deixa a asa.” Para eles, indiferentes ao perigo, na sua puerilidade e ignorância apregoavam a necessidade de continuar a pressão sobre a Rússia, sem terem a noção de quão perto se encontravam do abismo.

Estamos em crer que outro dirigente russo talvez não tivesse a paciência estratégica de Putin e não tivesse resistido a tamanhas provocações. Não temos muitas dúvidas sobre qual seria a resposta dos EUA, se os russos decidissem reciprocar o tratamento, colocando misseis “defensivos” em Cuba ou na Venezuela.

Portanto, não podemos deixar de assinalar a ligeireza, a insensatez, a falta de preparação e a imprudência com que a Administração Biden lidou com este assunto. Ainda teremos de perceber o quão perto estivemos da catástrofe, a dimensão da irresponsabilidade das lideranças europeias, e o grau de desonestidade do comentariado nacional.” Andaram mesmo a brincar às guerras mundiais"

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