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21 de abril de 2020

Agora é a Brisa

Nesta altura - o clima depressivo da pandemia também tem estes efeitos -em que   alguns dos principais defensores ideológicos  das privatizações   vertem as conhecidas lágrimas de crocodilo pelo facto da maioria da banca  e das principais grandes empresas ,  estarem   nas mãos do estrangeiro com a consequente saída de lucros e dividendos e a perda de soberania económica e financeira do país vale a pena lembrar alguns factos.
A era de privatizações começou em 1989, quando Cavaco Silva escolheu a Unicer, o Banco Totta & Açores e as seguradoras Aliança e Tranquilidade para dar início à alienação de património. Ao todo, o Governo de Cavaco privatizou  total ou parcialmente mais de 20 empresas.Em 1995, o Ministério das Finanças, na altura tutelado por Eduardo Catroga (que foi chairman da EDP, onde o maior accionista é uma empresa estatal chinesa), elogiava o facto de as empresas privatizadas constituírem “o núcleo de grande parte dos grupos económicos portugueses” e de o processo de reprivatizações contribuir “de forma significativa para o desenvolvimento de grupos empresariais fortes”.

As duas maiores cervejeiras nacionais - Unicer e Centralcer - integram esta lista, tendo sido totalmente vendidas logo nos dois primeiros anos de privatizações. Foi também Cavaco Silva quem iniciou as vendas de empresas do sector energético, com a alienação em duas tranches de 45% da Petrogal.     António Guterres não lhe ficou atrás através da venda de uma vintena de empresas de áreas tão distintas quanto a petroquímica, a banca, o tabaco, ou a pasta e papel.  Entre as empresas entregues a privados contam-se algumas das maiores do país, como a Portugal Telecom (PT), a Cimpor e a Secil, cuja privatização tinha sido iniciada por Cavaco Silva. No caso da PT, o Governo anterior tinha privatizado apenas 27,3%, com Guterres a colocar no mercado a fatia de leão, de 70%, dando a maioria ao grupo espírito Santo  Mas a EDP e a Brisa foram privatizadas exclusivamente pelo Governo de Guterres. Sobre a privatização da EDP e da Brisa vale a pena recordar o que  PCP disse desde o inicio,  que com as privatizações , e ainda mais no quadro da CEE,  as empresas básicas e estratégicas mais tarde ou mais cedo cairiam nas mãos do estrangeiro       Posições sobre a EDP E a Brisa na altura da privatização:
BRISA "Está anunciada para o próximo dia 24 de Novembro a sessão especial da Bolsa para a privatização de 35% do capital da Brisa - Auto-Estradas de Portugal.
A Brisa concessionária nacional de Auto-estradas é uma empresa estratégica para o desenvolvimento do país, que tem assegurado grandes investimentos — 166 milhões de contos nos últimos 3 anos — e é simultaneamente uma empresa altamente lucrativa que só em 1996 apurou mais de 12 milhões de contos de lucros líquidos. E que no primeiro semestre de 1997 atingiu 62,5 % de aumento relativamente a igual período do ano anterior.
A privatização desta importante empresa, traduzir-se-à num sério prejuízo para o país com uma parte importante dos lucros a serem transferidos para o capital privado."
Agora é a BRISA.  "venda de 80% da Brisa pela José de Mello e o fundo Arcus promete ser o negócio do ano, e nem a pandemia o trava. Houve cinco candidatos a apresentar propostas vinculativas, apurou o Expresso, e todas elas foram consideradas competitivas pelo grupo liderado por Vasco de Mello. Estão na corrida dois grupos espanhóis, a Abertis e a Global Via, o fundo de pensões holandês APG, o gigante da construção chinês China State Construction Engineering Corporation (CSCEC) e o consórcio liderado pelo francês Ardien. O grupo japonês Maruberi, dado como um possível candidato, acabou por não apresentar uma proposta."     Os patriotas Mellos , tal como na saúde com o seu homem de mão em conselheiro de Rui Rio em todo o  seu esplendor

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