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9 de abril de 2020

O Pluralismo continua de quarentena

Manuel Rodrigues
Julgo que na actualidade, ninguém negará a importância dos Media na formação de opinião de grandes massas populacionais. E, pelos dados  que vão sendo publicados, a esmagadora maioria de nós, portugueses, dependemos sobretudo da informação das TV. Quanto às fontes de informação, sobre política, uma sondagem do ICS/ISCTE("Expresso" 21.09.19),  confirma que "apenas dois em cada dez inquiridos não se informam sobre assuntos políticos através da TV"; e que, também, "para os inquiridos com o ensino superior completo é a televisão a aparecer em primeiro lugar (66%)".
 Vem isto a propósito das afirmações do senhor Presidente da República e do senhor Primeiro Ministro de que "a democracia não fica suspensa" com a declaração do Estado de Emergência.
 É que, pelo menos  nas TV, e especialmente na selecção que fazem  dos comentadores e formadores de opinião, a PLURALIDADE INSCRITA NA CONSTITUIÇÃO HÁ MUITO QUE ESTÁ SUSPENSA, senão mesmo enterrada. E como se não bastasse a actual legião de comentadores, maioritariamente escolhidos a dedo ao gosto da Finança e de Bruxelas, o Imperialismo capitalista, neste tempo de pandemia, está já a preparar a ressaca, fazendo avançar a reserva estratégica: só em dois dias (31.03/01.04.2020) pudemos ver e ouvir nas TV, Pires de Lima, Luís Filipe Pereira, BagãoFélix e Durão Barroso; este último, que preside ao Goldman Sachs Internacional, voltou a estar presente, numa emissão especial da RTP1 em 08.04.2020. 
Com que justificação  são franqueados os écrans televisivos a estas pessoas?  Para nos proporem a mesma receita que os levou, enquanto governantes, a golpearem duramente Abril e a entregarem à finança internacional as bases materiais da soberania da pátria portuguesa? 
Temos de estar atentos  às operações psico-mediáticas que começam a esboçar-se, com o objectivo de levarem o Povo Português a aceitar passiva e resignadamente a sobre-exploração e o esbulho de direitos, que o imperialismo capitalista se prepara para nos impor, na ressaca da pandemia Covid19.
 Mas, claro,  não basta estarmos atentos; é preciso agir, denunciando os atropelos dos Media à Constituição e exigindo àqueles a quem cabe defende la, que actuem em conformidade. As maneiras de o fazermos temos nós de as criar; porque, como o Agostinho Lopes demonstrou no seu recente texto aqui publicado (3/4) e o Zeca cantou, aos que comandam a Finança  "nada os prenda às vidas acabadas".....e às por acabar, acrescento eu.

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