Enquanto as tropas russas avançam em toda a linha da frente, os belicistas de cabeça perdida tanto dizem que a Rússia acumula derrotas como - pelos vistos sem alternativas - espalham o pânico com a narrativa de que o perigo russo não desaparecerá mesmo que a guerra na Ucrânia termine.
Tem lógica? Claramente que não. Isto não é sobre tentar a paz e segurança coletiva para os povos progredirem, é sobre preparar-se para um confronto há muito desejado. O dinheiro que seria investido em progresso económico e social, está nas mãos dos que por oportunismo ou convicto belicismo espalham uma psicose de guerra fazendo tudo para cortar os canais de negociação com a Rússia.
A tentativa de Trump de construir um "cenário de Budapeste" foi unilateralmente cancelada pelos EUA. Putin teve antes uma conversa que durou duas horas e meia. Teria tido palavras fortes denunciando a falta de preparação dos Estados Unidos para definir uma estrutura política tanto em relação à Ucrânia, mas também crucialmente em relação às necessidades de segurança mais amplas da Rússia.
Quando a cimeira foi considerada pelos EUA, Trump reverteu (novamente) para um "conflito congelado" na linha de contacto existente precedendo negociações de paz e não o contrário. Trump deve ter sabido que essa doutrina havia sido rejeitada repetidas vezes, por Moscovo. Então por que a UE o repete novamente no seu "plano" de 12 pontos?
De qualquer forma, o cenário da cimeira de Budapeste teve que ser cancelado depois que a ligação entre Lavrov e Marco Rubio, bateu numa parede: Lavrov insistiu que um cessar-fogo não era adequado.
Parece que o governo dos EUA esperava que as ameaças de fornecer mísseis Tomahawk à Ucrânia e a retórica de ataques profundos na Rússia fossem suficientes para Putin concordar com um congelamento imediato dos combates, com toda a conversa sobre os detalhes e uma solução mais ampla adiada indefinidamente.
Analistas militares russos teriam dito a Putin que as ameaças de Trump eram um bluf: mesmo que o fornecimento de Tomahawks fossem disponibilizados, a quantidade seria limitada e não infligiria nenhuma derrota tática ou estratégica à Rússia.
Ou Trump não conseguiu compreender a "realidade" russa, apesar de dois anos de repetição de que a Rússia não aceitaria um "congelamento imediato" ou interesses caíram sobre Trump, dizendo-lhe que um processo de paz genuíno com a Rússia não era permitido. Então Trump cancelou todo o roteiro, murmurando para os media que uma reunião em Budapeste teria sido "uma perda de tempo" anunciando novas sanções contra as maiores empresas de petróleo da Rússia e um apelo para que os aliados se juntem a elas.
Putin continua focado em realizar uma nova arquitetura de segurança em toda a Europa, mas está irritado, muitas "linhas vermelhas" russas foram cruzadas; a escalada está a aumentar, talvez num nível sem precedentes.
Os europeus, satisfeitos pelo cancelamento da reunião de Belgrado, estão a divulgar o seu "novo/velho" plano de doze pontos que excluiria concessões territoriais e prescreveria um cessar-fogo ao longo das atuais linhas de frente. As camadas dominantes ocidentais esclarecem a sua posição: a Rússia deve ser derrotada.
A escalada já começou: novas sanções da UE às importações de gás russo para a UE foram anunciadas e foram lançados ataques noturnos a refinarias de petróleo na Hungria e na Romênia (sendo este último um estado da NATO). Mais uma vez, a mensagem para os Estados da UE é clara: não há retrocesso. O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, enfatizou: "Todos os alvos russos na UE são legítimos". A UE está claramente pronta para fazer qualquer coisa para entrar numa guerra por conta própria e forçar a adesão da Ucrânia.
Dado que Kiev acha impossível considerar a retirada de qualquer parte de seu território – enquanto a Rússia mantém a preponderância da força no terreno – é difícil ver como uma negociação é viável neste momento. Provavelmente, a questão da Ucrânia será resolvida por um confronto direto. A urgência da UE em tentar ganhar Trump para o seu lado provavelmente reflete seu medo da aceleração e o acumular de vitórias militares russas.
Fonte - Le cadre financier et géopolitique mondial à l’aube d’un désordre imminent
1 comentário:
-> A LADROAGEM UCRANIANA QUIS ROUBAR...
-> OS VICIADOS EM PILHAGENS (500 anos de currículo) QUISERAM FAZER NEGÓCIOS NO CAOS...
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-> A ladroagem ucraniana usou a ditadura dos sovietes para abocanhar regiões da Rússia...
-> Com o fim da ditadura dos sovietes, os russófonos das regiões em causa começaram a fazer reivindicações de autonomia...
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Ora, financiados pelos viciados em pilhagens (Merkel, Holland, etc, vangloriam-se da sua esperteza Sun Tsu) a ladroagem ucraniana:
- começou a massacrar russófonos das regiões em causa.
- começou a vender riquezas das regiões em causa a multinacionais ocidentais.
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