De acordo com a Constituição, Portugal já não devia fazer parte da NATO ou pelo menos ter-se progressivamente afastado das suas políticas imperialistas, agressivas e de expansão cumprindo o artigo 7º da Constituição.
A NATO foi vendida ao mundo como uma espécie de agência de segurança internacional. Mantém-se adotando uma linguagem orweliana: paz significa guerra, segurança significa caos e ameaças, ordem baseada em regras significa dominação e exploração.
Em
abril assinala-se o 75.º aniversário da sua fundação. Tornou-se
um perigo global para a paz e a segurança e deveria ter sido
dissolvida há mais de 30 anos, quando a Guerra Fria supostamente
terminou. O fato da aliança não ter se dissolvido demonstra que
seu verdadeiro propósito sempre foi servir de arma ao
imperialismo.
Com
a derrota da máquina de guerra nazista às mãos do Exército
Vermelho soviético, os imperialistas inovaram um novo instrumento na
forma da NATO. O objetivo declarado da NATO era defender a Europa da
agressão soviética. A mesma alegação existe hoje quando se afirma
que a aliança está defendendo a Ucrânia e o resto da Europa da beligerância russa.
A organização não só não foi dissolvida em 1991, como duplicou os seus membros para 32. A Rússia substituiu a União Soviética como a ameaça à segurança para a Europa. Este raciocínio vira a realidade de cabeça para baixo. A NATO sempre existiu como uma ferramenta de agressão. Quando a Alemanha nazista não conseguiu conquistar a União Soviética, a NATO assumiu tacitamente a tarefa, e quando a União Soviética desapareceu, o novo inimigo de conveniência tornou-se a Federação Russa.
Há 25 anos a NATO empreendeu uma mudança fundamental bombardeando unilateralmente a ex-Jugoslávia, uma agressão baseada em duplicidade e mentiras, desrespeitando abertamente o direito internacional e a Carta das Nações Unidas. Depois de quebrar as restrições antiguerra da ONU, os EUA e seus parceiros da NATO embarcaram em uma onda de agressão e militarismo, invadindo e sabotando inúmeros países e desencadeando problemas globais de terrorismo, deslocamento, pobreza e migração em massa.
Em 2007, Vladimir Putin, fez um discurso na Conferência de Segurança de Munique, no qual alertou para o caos e conflitos que se aproximavam devido ao militarismo ocidental. No ano seguinte, em 2008, a NATO declarou que admitiria Ucrânia e Geórgia nas suas fileiras. Nenhuma das ex-repúblicas soviéticas ainda aderiu ao bloco, mas, para Moscovo, este movimento há muito foi demarcado como uma linha vermelha intolerável.
A expansão da NATO às portas da Rússia não é um evento inocente. É um plano deliberado de agressão para derrotar estrategicamente a Rússia para a conquista de suas riquezas naturais. A guerra por procuração na Ucrânia, já dura décadas. A agressão não remonta ao golpe patrocinado pela CIA em Kiev em 2014, nem às revoluções coloridas na Ucrânia após 1991. Portanto, não basta argumentar que a NATO deveria ter-se dissolvido quando a Guerra Fria terminou. O argumento mais lógico é que a NATO nunca deveria ter sido formada porque sempre foi uma organização de guerra a serviço do imperialismo: incitar a guerra, justificá-la e nunca deixar de promovê-la, porque o imperialismo nunca será capaz de coexistir com relações pacíficas entre nações.
Para começar, a NATO sempre violou a ONU e a primazia do seu Conselho de Segurança. Além disso, as alegações da NATO como garante da segurança têm sido manifestamente absurdas para qualquer pessoa com capacidade crítica. A razão pela qual tais alegações não foram vistas e rejeitadas deve-se, em grande parte, ao sistema de propaganda dos media que vendem guerras e agressões ilegais como algum tipo de propósito nobre. Milhões de pessoas foram dizimadas nas guerras lideradas pelos EUA pela democracia e pela liberdade! Na verdade, aconteceu e continua a acontecer, da Coreia ao Vietname, da ex-Jugoslávia ao Iraque e Líbia, da Ucrânia a Gaza, e muitos outros horrores.
No entanto, a guerra por procuração na Ucrânia atravessou um fatídico Rubicão. O mundo pode finalmente ver que o eixo da NATO é uma fraude que está a pôr em perigo a paz internacional com a sua agressão implacável e mentiras tóxicas. Não se trata apenas da Rússia. Qualquer nação que decida enfrentar a hegemonia ocidental corre o risco de se ver na mira de um ataque liderado pelos EUA usando a NATO como cobertura legal.
O imperialismo ocidental tem sido uma força mundial dominante há pelo menos 500 anos, em linha com o domínio do capitalismo ocidental. O último hegemónico ocidental são os EUA. Mas seu império está entrando em colapso junto com sua economia disfuncional e cheia de dívidas. O bloco da NATO se expandiu para uma máquina imperial pesada e sobrecarregada que a Rússia parou na Ucrânia, como Napoleão, os britânicos, o Terceiro Reich e, agora, o Ocidente Coletivo.
Essa derrota histórica do imperialismo ocidental está num ponto final importante. O capitalismo liderado pelos EUA está falido e irremediável. Isso faz da máquina de guerra da NATO um "multiplicador" instável e muito perigoso do militarismo dos EUA. Arriscará uma desesperada guerra mundial ou o abominável sistema ocidental será reformado com segurança pela maioria das pessoas que o abominam?
O prazo de validade da OTAN já passou. A Rússia pôs fim a isso. Cabe aos povos das nações ocidentais resgatar algo mais construtivo e democrático do casco fumegante.
Fonte: https://strategic-culture.su/news/2024/04/05/nato-75-years-war-machine-long-past-its-sell-by-date/
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