Se há país e povo sobre o qual o esclarecimento deveria ser obrigatório é o da RPDC, Coreia do Norte. Recordar a bárbara agressão dos EUA e aliados na "Guerra da Coreia", sobre um país exangue pela ocupação japonesa, pelo que sofreu ao resistir ao imperialismo e pela traição do Gorbatchov, que em obediência aos EUA eliminou as relações com país, deixando-o à mercê do imperialismo, sobrevivendo com a ajuda da China.
As relações com a Rússia aprofundam-se em todos os campos, e devíamos saudar o fim do seu quase isolamento forçado. Conhecer o esforço e êxitos daquele povo e do seu sistema socialista, não significa querer copiá-lo. Apesar de se avaliarem e elogiarem experiências socialistas sempre se destacou o desenvolvimento autónomo sem copiar modelos, respeitando a identidade de cada povo.
Putin visita a RPDC pela segunda vez, a primeira logo em 2000, definindo "as principais prioridades e áreas da nossa parceria multidimensional construtiva". Antes da visita nos dias 18 e 19, Putin, escreveu sobre as tradições de amizade e cooperação de mais de sete décadas (com a União Soviética) de ricas e gloriosas tradições históricas”. Desenvolvem-se agora esforços conjuntos na cooperação mutuamente benéfica e igualitária" destacando-se a amizade e vizinhança entre os dois países, baseadas nos princípios de igualdade, respeito mútuo e confiança,
Planeiam promover a mobilidade académica entre instituições de ensino superior russas e coreanas, viagens turísticas mútuas, intercâmbios culturais, educativos, juvenis e desportivos – "tudo o que torna a comunicação entre países e nações centrada nas pessoas, tudo o que melhora confiança e compreensão mútua."
A Rússia “apoiará a RPDC e o heroico povo coreano na sua luta contra o inimigo traiçoeiro, perigoso e agressivo, pela independência e pela sua identidade." A Rússia "aprecia muito o apoio inabalável da RPDC à operação militar especial na Ucrânia, a sua solidariedade em questões internacionais fundamentais e a vontade de defender as nossas prioridades e pontos de vista comuns".
A RPDC está a “alcançar enormes resultados e avanços no fortalecimento do seu país em termos de defesa, tecnologia, ciência e indústria” com “ força, dignidade e coragem ”; a Rússia e a Coreia do Norte “desenvolverão mecanismos alternativos de comércio não controlados pelo Ocidente, opondo-se conjuntamente a restrições unilaterais ilegítimas”.
Os EUA “continuam a estabelecer novas exigências, cada vez mais duras e obviamente inaceitáveis”, enquanto a “liderança norte-coreana e o seu chefe, o camarada Kim Jong Un, expressam repetidamente a sua intenção de resolver todas as diferenças existentes por meios pacíficos”.
Prevê-se a assinatura de um acordo de parceria estratégica, centrado em questões de segurança. Um concerto em homenagem à visita, será realizado em Pyongyang e Kim Jong-un acompanhará Putin ao aeroporto, com os líderes visitando a Catedral da Santíssima Trindade.
Putin estará no Vietname nos dias 19 e 20, uma receção cerimonial será realizada em Hanói para marcar a visita, onde serão abordados temas sobre os quais a Rússia e o Vietname já cooperam ativamente nos domínios da energia, da medicina e da agricultura. Putin terá uma reunião com graduados de universidades soviéticas e russas.
A Rússia declarou que não permitirá a restauração de mecanismos para impor sanções à Coreia do Norte no CS da ONU. Fora do Conselho, qualquer tentativa está fadada ao fracasso, um mandato do CS é necessário para considerar sanções". Em 28 de Março, a Rússia bloqueou um projeto de resolução dos EUA no CS da ONU para prolongar por um ano o trabalho do Comité 1718 sobre sanções contra a Coreia do Norte. Em 1 de maio, 50 membros da ONU, incluindo os EUA, o Japão e a Coreia do Sul, afirmaram numa declaração conjunta que estavam a considerar alternativas para garantir a monitorização das sanções à Coreia do Norte.
Segundo The Washington Post a visita de Putin à Coreia do Norte aprofunda preocupações sobre crescente cooperação militar entre os dois países. A Federação Russa está interessada num grande fornecimento de projéteis de artilharia e mísseis da RPDC, que serão compatíveis com os sistemas de armas soviéticos e russos. O artigo também sugere a questão da força de trabalho que Pyongyang será capaz de fornecer. Em troca, Moscovo pode oferecer assistência tecnológica à RPDC, em particular, para acelerar a capacidade de produção de armas nucleares. Telegram: Contact @intelslava
Para os media a visita mais ou menos ignorada, resumiu-se a Putin ir comprar munições, não querendo entender que se trata de mais uma derrota do imperialismo e do mundo unipolar. Tanto para a Rússia como para a RPDC todas as tentativas de conter ou isolar estes países falharam. Para quem não o quer perceber, paciência.
Fonte: Geopolítica ao vivo – Telegram 17/06
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