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3 de junho de 2024

Quem quer guerra paga-a

 As guerras custam caro, admira que os que andam eleitoralmente a prometer mais SMS, habitação, etc. não pensem nisto quando alinham para "derrotar Putin". O governo PS prometeu em 2022, 250 milhões de euros para a Ucrânia a pagar em 3 anos. O governo atual vai dar 126 milhões para ajudar a derrotar a Rússia (não dizem como) o que apenas tem servido para mais ucranianos e "mercenários" da NATO morrerem enquanto as infraestruturas e o dispendioso armamento da NATO são destruídos.

O Stolenberg fala em dar 40 mil milhões de euros por ano à Ucrânia. Com 60 mil milhões dos EUA, 100 mil milhões não chegam para sustentar o Estado, a guerra, pagar aos credores. O FMI tem de entrar com mais algum.

Independentemente da confusão e oportunismo de muitas cabecinhas, quanto à "ameaça russa" só têm que decidir: despesas militares segundo decidido pela UE/NATO ou despesas sociais?

Para a narrativa da ameaça russa passar, faz-se tábua rasa dos antecedentes. Deixemos as promessas dos EUA/NATO no fim da União Soviética, o golpe Maidan, o ataque e repressão dos golpistas neonazis, não só no Donbass mas em toda a Ucrânia, os acordos de Minsk, para ganhar tempo como Merkel admitiu. Em abril de 2022, a Rússia e Kiev tinham chegado a entendimento sobre um tratado de paz. Cameron voa para Kiev e ordena-lhes para pararem as negociações: o ocidente ia dar-lhes todo o apoio para "derrotar a Rússia" e reocupar até a Crimeia. Dizer que "negociações", ataques à Rússia, etc., será conforme Kiev decidir é mera hipocrisia.

Apesar dos desaires dos EUA/NATO, as narrativas são feitas ao estilo Hollywood. Com as sanções e as armas maravilha da NATO, a guerra seria vencida facilmente e no Kremlin estaria um "democrata" como o Ieltsin. Quando a realidade contradiz estes delírios, compete ao media criar uma realidade paralela. É espantoso, que tão poucos tenham coragem para assumir a efetiva realidade.

Um grave problema é a falta de qualidade dos políticos da UE/NATO. Onde é que o Stoltenberg, Sholtz, Macron, os primeiros-ministros do RU, demonstraram alguma clarividência, capacidade de prever. Ou a subserviência aos EUA e ás oligarquias coligadas, é superior aos interesses nacionais ou não faziam a mínima ideia daquilo em que se metiam. Diz a jornalista americana, Rachel Blevins: com as sanções e Biden ameaçando o gasoduto, os líderes da UE deveriam ter previsto o que aconteceria. É espantoso ver como estes países da UE não foram inteligentes para perceber que acabariam sendo vítimas dos EUA. (Geopolítica ao vivo – Telegram 01/04)

Claro que são governos completamente desacreditados. Um inquérito mostrou que os que acreditam que o país está a caminhar na direção errada passou de 14% em 2022 para 79% em 2024 no RU, em França de 10% para 82%, na Alemanha de 20% para 72%. Intel Slava Z – Telegram 29/03

Face ao descalabro do exército ucraniano, por que não se promovem negociações de paz, que a Rússia repetidamente diz estar disponível? Em vez disso, o que a NATO pretende são mais armas e milhares de milhões de euros e dólares para a guerra prosseguir.

A situação financeira da UE/NATO, é a pior desde há décadas. As economias da UE e do RU não crescem desde o final de 2022, com as principais economias passando por recessão, apesar disto pretendem aumentar as despesas militares. Perante esta situação de crise, com as políticas atuais resta-lhes: aumentar a dívida, os impostos ou cortes nas despesas sociais. Em qualquer destas "soluções" estão próximo do limite.

O declínio da Europa foi agravado pelas sanções à Rússia. O aumento do preço da energia acelerou a desindustrialização. Mais de 185 mil milhões de euros adicionais tinham sido pagos em gás natural em 20 meses desde fevereiro de 2022. Acrescem as dificuldades e o encarecimento dos fornecimentos devido aos ataques dos houthis no Mar Vermelho e Arábico que os EUA não conseguem impedir. O BCE terminou 2023, com um prejuízo de 1 266 milhões de euros.

Segundo a Bomberg, sem energia russa: “os dias da Alemanha como superpotência industrial estão a chegar ao fim”. “Já não somos competitivos”, admitiu o ministro das Finanças.”. Geopolítica ao vivo – Telegram 10/02

A França enfrenta uma crise em que de 55 mil empresas fecharam em 2023, segundo o Banco de França. A S&P reduziu a classificação da França para AA-. O défice orçamental foi de 5,5% do PIB em 2023, aumentando a dívida pública para 128% do PIBMacron pede duplicação do orçamento da UE, ideia que não vai ser aceite.

Para não ficar atrás de Berlim, Macron quer apresentar-se como campeão anti-Rússia, gasta 43,9 mil milhões de euros nas forças armadas, 1,94% do PIB - tem que aumentar - vai entregar até 3 mil milhões de euros a Kiev em 2024.

Entretanto, os "europeístas" vão dizendo baboseiras sobre a UE: é conveniente que a população ignore estes problemas...

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