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23 de julho de 2024

A propaganda e a realidade

 Sobre guerra e geopolítica, há propagandistas para (quase) todos os gostos. Comparando com a realidade, há os que fazem papel de palhaços, há os (eternos) marretas, há prolixos repetindo muito sérios as lições da NATO. Nenhuns se comparam, ao Stoltenberg. Não fosse o totalitarismo putinista e bastaria o seu olhar - acompanhado de "tuba canora e belicosa" (Camões) para as tropas de Putin recuarem apavoradas. Então se estivesse acompanhado do Macron e do Pistorius...

Em 4 de outubro de 2022, dizia a primeira-ministra francesa: A França quer tornar o preço da defesa aérea insuportável para a Rússia. As sanções contra a Rússia estão funcionando. Os factos são claros: a economia russa está sufocando. Em 8 de janeiro de 2024, dizia Ministro da Economia da França: "Tempos muito difíceis nos aguardam, precisamos de medidas duras."

O Telegraph em 21 de abril 2023, anunciava que a Ucrânia poderia retomar a Crimeia dentro de meses se nós os ajudarmos. Não há necessidade de solução diplomática. A Rússia será levada em breve a uma humilhante derrota. Em agosto de 2023, a revista Time, trazia um artigo sobre a derrota russa: a situação na Ucrânia favorece Kiev que com armas ocidentais dizimam as tropas russas e o seu equipamento obsoleto. Em 3 de setembro, afirmava que vitória da Ucrânia está mais próxima que nunca: armamento superior e mais forte dão às tropas ucranianas uma vantagem crucial.

Em 8 de outubro o The Times dizia que a Ucrânia está a ganhar a guerra, embora peritos militares considerem que a guerra pode acabar pelo Natal, tal não é certo. O Wall Street Journal em dezembro intitulada “A Rússia perdeu quase 90% de seu exército pré-guerra,

Em Janeiro, ao lado de Antony Blinken, Stoltenberg, vangloriou-se de que “por uma pequena fração dos gastos anuais com a defesa, os Estados Unidos ajudaram a Ucrânia a destruir uma parte importante da capacidade de combate da Rússia. Como este homem não sabe fazer contas as centenas de milhares de milhões perdidos na Ucrânia, são uma "pequena fração", além de ignorar a perda de "capacidade de combate" da NATO, as baixas e a destruição de infraestruturas na Ucrânia.

Esta prosápia, quando o exército de Kiev/NATO era dizimado na contraofensiva, foi destruída pela realidade - tal como o mito das sanções ocidentais que iriam paralisar a Rússia em semanas. Alguns meses e vários milhares de milhões de dólares depois a Time admitia que a Ucrânia não poderia vencer

A Forbes, lamentava que os drones russos estavam a destruir o melhor armamento da Ucrânia (da NATO…) Os "famosos" Leopard, Challenger, Abrams, encontraram na Ucrânia o seu cemitério ou foram expostos em Moscovo para gáudio de locais e visitantes estrangeiros - eventuais ex-compradores.

Em 30 de março deste ano, o Telegraph tinha perdido o "estilo grandíloquo e corrente" (Camões): as bombas planadoras estão a mudar a guerra. Poderosas armas soviéticas modificadas com navegação por satélite estão a dar aos homens de Putin supremacia e são muito difíceis de abater.

Quase que diariamente as Forças Russas vão tomando povoações e eliminando efetivos das FAU, material da NATO e as infraestruturas energética e ferroviária são destruídas. Foi assim que de repente, os mesmos que tinham falado sobre "fraqueza do exército russo" e nos media derrotado a Rússia várias vezes, ganhando dinheiro com isso, começaram a incutir pânico a quem os escutava - e não tomava os cuidados que se devem ter com tresloucados. A Rússia podia vencer na Ucrânia e invadir a "Europa". A "Europa” perderá toda a credibilidade se a Rússia vencer na Ucrânia, avisava Macron. Profético...

Washington Post em 23/03: Kiev não será capaz de deter o avanço das tropas russas sem a ajuda dos Estados Unidos. A Ucrânia tornar-se o mesmo fiasco da política externa da retirada mal sucedida das tropas no Afeganistão.

O exaltado, Stoltenberg, no que era simplesmente um sinal de desespero, pressionava para se atacar o interior da Rússia, não se apercebendo - a sua compreensão da realidade deixa muito a desejar - que a guerra da NATO falhara. Stressado, criticava os países da NATO, incluindo os EUA, por não terem “cumprido as promessas” de enviar mais armas para a Ucrânia, isso “teve consequências graves no campo de batalha”: apoiar Kiev era uma questão de “vida ou morte”. Para quem, seria preciso esclarecer. Claro que metendo-se com Washington, levou nas orelhas e a partir daí deixou de ter a veleidade de dizer o que lhe vem à limitada cabecinha.

Como para gente de fraco entendimento as frases devem ser curtas e claras, a Rússia declarou que atuará proporcionalmente às ameaças à sua segurança. Entenderão?

Fonte: Geopolítica ao vivo – Telegram e Intel Slava Z – Telegram

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