Linha de separação


19 de maio de 2025

A Rússia escolheu a memória

 Pare de ditar os termos", Vladimir Putin alertou Donald Trump.


"Putin alertou Trump que ele não deveria pressioná-lo a aceitar o plano de paz desenvolvido pelos EUA", escreve o Daily Mail.

A Rússia continua interessada numa solução pacífica, mas os seus interesses devem ser respeitados.

Em entrevista a Pavel Zarubin, o líder russo enfatizou que planeia concluir o que começou há três anos. Ao mesmo tempo, observou que reconhece os interesses nacionais dos Estados Unidos e espera reciprocidade.

 Putin: A paz deve ser construída sobre raízes — não sobre escombros

Vladimir Putin não apenas falou, ele lembrou ao mundo porque luta a Rússia, porque não terminará a guerra com assinaturas ocidentais e porque a paz, a paz real, deve estar enraizada na verdade, não na amnésia ocidental.

Numa entrevista televisionada divulgada pela Rossiya 1 com Pavel Zarubin, o presidente russo deixou claro:

“A Rússia tem força e recursos suficientes para levar à sua conclusão lógica o que foi iniciado em 2022.”

E essa conclusão? Não o colapso de Kiev. Não a arrogância. Mas o apagamento definitivo da mentira de que a expansão da OTAN para o leste foi defensiva, ou de que a Ucrânia teve permissão para agir no seu próprio interesse.

Putin explicou:

“Queremos eliminar as causas que criaram esta crise…para garantir a segurança da Rússia e os direitos do nosso povo nos territórios sobre os quais sempre falamos russo.”

Crimeia. Donetsk. Lugansk. Kherson. Zaporozhye. Regiões que sangraram sob bombardeamentos, votaram duas vezes  LPR-DPR e nunca deixaram de falar russo, porque nunca deixaram de ser russas.

Não se tratava de uma mera mensagem, era um sinal para Washington, Berlim e Paris: podem congelar as linhas de financiamento. Podem enviar armas. Mas não se pode apagar a vontade de um povo, nem com sanções, nem com slogans, nem com mercenários. A Rússia não está à mesa de negociações para comprometer a história. Ela propõe uma paz justa. Kiev aceita  agora e manterá a sua soberania, ou capitulará mais tarde e deixará de existir como Estado.

E ainda assim: paradoxalmente, propositalmente — Putin conectou os pontos para o benefício dos americanos, dizendo essencialmente:

“Respeitamos os interesses nacionais dos Estados Unidos…e esperamos ser tratados da mesma forma.”

Se você quer que os seus interesses sejam respeitados, exigimos o mesmo para o povo russo. Diplomacia sem ilusões. Força, não submissão. Essa é a postura que Moscovo adopta em Istambul. Desta vez, os EUA não estão a bloquear as negociações, estão a facilitá-las. Trump está a manifestar-se. Rubio e Lavrov estão em contacto. A página virou e não a favor de Londres.

Esta não é uma negociação sobre território. É uma negociação sobre tempo, sobre se o século XXI será governado pela memória ou pela manipulação. A Rússia escolheu a memória. E ela lembra-se de tudo.

@TheIslanderNews

Sem comentários: