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5 de agosto de 2023

A propósito das JMJ

 As encíclicas do Papa Francisco foram em geral apagadas , silenciadas ou de leitura  seleccinada .

Por isso Lembrar :

1) https://expresso.pt/internacional/2016-11-11-Sao-os-comunistas-que-pensam-como-os-cristaos-diz-o-papa

" O papa Francisco disse que os comunistas "pensam como os cristãos", numa entrevista publicada esta sexta-feira pelo jornal italiano "La Repubblica".

"São os comunistas que pensam como os cristãos. Cristo falou de uma sociedade em que os pobres, os débeis e os excluídos é que decidem. Não os demagogos, os Barrabás, mas o povo, os pobres, tenham fé em Deus ou não, mas são eles que temos de ajudar a obter a igualdade e a liberdade", afirmou o papa, na entrevista.

Francisco disse esperar, por isso, que os movimentos cívicos entrem na política.

"Não na politiquice, nas lutas de poder, no egoísmo, na demagogia, no dinheiro, mas na alta política, criativa e de grandes visões", salientou."


2) https://www.omilitante.pcp.pt/pt/381/Tema/1928/?tpl=142

Nov/Dez 2022

A Encíclica Fratelli Tutti - Considerações e notas para uma leitura

por Carlos Gonçalves

As considerações e notas que aqui se deixam a propósito da Carta Encíclica Fratelli Tutti do Papa Francisco, tornada pública em Assis em Outubro de 2020, visam contribuir para a reflexão sobre o seu contexto e conteúdo – social, político, ideológico –, e suas consequências na Igreja Católica (IC) e no Mundo, numa perspectiva de contributo para a emancipação da...    


4) : “a necessidade de resolver as causas estruturais da pobreza não pode esperar” (nº 202). E não pode esperar, segundo Francisco, porque “enquanto não se resolverem radicalmente os problemas dos pobres, renunciando à autonomia absoluta dos mercados e da especulação financeira e atacando as causas estruturais da iniquidade, não se resolverão os problemas do mundo e, em definitivo, nenhum problema.” (idem). É que, na sua perspetiva, a “raiz dos males sociais” está nesta “iniquidade” e, nas suas palavras, “já não podemos confiar nas forças cegas e na mão invisível do mercado” (nº 204). Em suma: “a economia já não pode recorrer a remédios que são um novo veneno, como quando se pretende aumentar a rentabilidade reduzindo o mercado laboral e criando, assim, novos excluídos” (idem). Uma reforma estrutural da economia deverá passar, segundo o Papa, pelo reconhecimento da dignidade humana e do bem comum como os fundamentos para a política económica (cf. nº 203). E estas não devem ser meras palavras para embelezar programas políticos. Por isso, Francisco apela aos políticos para que perspetivem a economia como “a arte de alcançar uma adequada administração da casa comum que é o mundo inteiro” (nº 206). O Papa está ciente das implicações locais de uma economia global, mais, afirma que “cada vez se torna mais difícil encontrar soluções locais para as enormes contradições globais” (idem). Por isso, é preciso pensar em soluções e alterações globais, já que “todo o ato económico de envergadura realizado numa parte do planeta repercute no outro” (idem).

Ora, segundo Francisco, o crescimento em equidade, portanto, respeitador da dignidade e do bem comum, exige “decisões, programas, mecanismos e processos especificamente orientados para uma melhor distribuição do acesso, uma criação de fontes de trabalho, uma promoção integral dos pobres que supere o mero assistencialismo” (nº 204).

5) Lembrai-vos de que o salário, do qual privastes os trabalhadores que ceifaram os vossos campos, clama, e os gritos dos ceifeiros chegaram aos ouvidos do Senhor dos exércitos” (Tiago, 5, 4)

6)Esta economia mata”. Com essa frase o Papa Francisco praticamente chegou ao ápice de demonstração do seu descontamento com o sistema capitalista global, o qual ele ainda acusa de ter perpetuado uma “cultura do descarte”. No que deve ser um reforço para dar mais peso teológico às frequentes críticas de Francisco, neste próximo dia 17 de maio, segundo o jornalista americano Joshua McElwe, correspondente em Roma do National Catholic Reporter, dois importantes organismos do Vaticano lançarão um documento que avalia a moralidade do sistema de mercado global.

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