… apenas para os “mais sensíveis” à propaganda mediática. A questão colocada é: como é que a Rússia, um país levado ao nível do “terceiro mundo” devido às reformas “democráticas” (neoliberais) dos anos 1990, quase um suicídio coletivo, um país que foi arrogantemente apresentado “como um posto de gasolina com bombas nucleares”, PIB inferior à da Itália, muito mais da Alemanha, como se estes países fossem capazes de indústria aeroespacial ou de projetar e produzir aviões SU-35 e SU-57 invisível aos radares; construir estações espaciais, dispor da única alternativa global ao GPS, o Glonass. Um país ultrapassou a “bomba atómica das sanções” e leva de vencida as “armas maravilha” que a NATO envia para a Ucrânia. É irónico que os EUA tivessem de adquirir à Rússia foguetões RD-180 para o seu programa Atlas e ir de boleia para a estação espacial russa Soyouz. (1)
A resposta é simples: a Rússia de hoje é herdeira das realizações soviéticas. Quando Putin declarou em 2005 que o fim da URSS tinha sido a maior catástrofe geopolítica do século XX, nos EUA/NATO ficaram apopléticos. Nas suas cabeças o “Império do Mal”, fora derrotado para sempre. Foram as realizações soviéticas que permitiram a recuperação económica, social e militar da Rússia e a população sobrevivesse às inumanas “reformas” dos anos 1990
.A vida dos soviéticos nos anos 1970 era na verdade boa, nunca tendo vivido tão bem na sua Historia. Salienta-se o elevado nível do sistema educacional soviético. a URSS não apenas produziu cientistas de alto nível mundial, mas também uma elite tecnológica que desafiava os EUA, alcançando-os apesar das devastações da 2ª Guerra Mundial.
A URSS desenvolvia em 1949, o primeiro computador da Europa continental; em 1959, avançava na área de inteligência artificial; em 1968, um protótipo da Internet, "Sistema Nacional de Processamento de Informações Automatizadas e Registos"; nos anos 1980 experiências na da automação total da produção. (A Ukraine Watch 19/06)
Os dissidentes soviéticos estão totalmente desacreditados. A Rússia dos anos 1990 tornou-se um exemplo – como hoje a UE! - de como as coisas correm mal seguindo as prescrições norte-americanas.
Em 1913, 70% da população era analfabeta; em 1940 não era apenas alfabetizada, era uma das mais educadas do mundo. Em 1958 a quantidade de conhecimentos em matemática, física e biologia que os estudantes soviéticos recebiam antes da graduação numa escola pública, era três vezes superior ao estipulado para a entrada no MIT.
Em 1931, Estaline apontou um prazo de 10 anos para dotar o pais de uma indústria moderna e agricultura mecanizada. Em 1935, Estaline expressou os factos que obrigavam a tomar medidas drásticas para a economia soviética: “recebemos como herança um país tecnologicamente atrasado, empobrecido e arruinado por 3 anos de guerra imperialista e 4 anos de guerra civil, com população sem literacia (...) Ou resolvemos a tarefa de ter uma indústria moderna e agricultura mecanizada rapidamente e fortalecemos o socialismo ou perderemos a independência e tornar-nos-emos objeto dos jogos dos poderes imperialistas.”
Isto foi feito com sacrifícios, mas também com grandes conquistas sociais e condições de vida. Foi uma imensa tarefa cultural e tecnológica. A enorme capacidade capacidade militar soviética fica a crédito de Estaline, do seu governo e partido, grandes organizadores da vitória sobre o nazismo. A elite soviética lutou na guerra, Estaline, como outros líderes, perdeu um filho. Brezhnev, reduzido a uma caricatura nos seus últimos tempos, foi um herói militar. Andrei Martyanov afirma-se não estalinista (o que é que isto queira dizer atualmente) porém diz compreender perfeitamente a nostalgia do povo russo por Estaline. A URSS é descrita numa caricatura tenebrosa completamente fora da realidade. A abertura dos arquivos soviéticos deitou por terra as mentiras de dissidentes baseadas na tese de um poder diabólico com fantasiosos números historicamente impossíveis, de pessoas perseguidas e mortas.
A média de presos no sistema penal soviético foi de 1,7 milhões; a maioria dos presos era de delito comum) o número das sentenças de morte de cerca de 700 mil. Isto num país que sofreu duas guerras de extermínio, constantemente ameaçado do exterior, sujeito a sabotagem organizada. (Viktor Kochemiako, A Verdade sobre Stáline, www.hist-socialismo.net ) Nos EUA há 2,3 milhões de pessoas presas e mais 4,3 milhões em liberdade condicional. De longe o líder mundial. Acresce que 999 pessoas foram mortas pela polícia em 2019. (Fatal Force 2019 - Washington Post)
O povo soviético viajava aos milhões durante o seu período de férias - longas e pagas - sem necessidade de qualquer “permissão”. Apesar da horríveis perdas da Grande Guerra Pátria a população teve um constante crescimento. As pacíficas realizações (como as da habitação depois das terríveis destruições da 2ª Guerra Mundial) são completamente ignoradas no Ocidente.
Mas não na Rússia: sucessivas sondagens desde 2012, têm mostrado uma permanente veneração por Estaline como das figuras mais importantes da História Russa, juntamente com Pushkin, Youri Gagarine, Pedro o Grande e como esperado, Vladimir Putin.
Em termos militares a Rússia é herdeira da URSS, algo nunca referido. O radar do SU-35C pode detetar aviões ditos invisíveis ao radar a 100 km, dispondo de uma inultrapassável capacidade de manobra. A nova tecnologia radiofotónica torna os aviões “invisíveis” obsoletos (onde os EUA gastaram milhares de milhões sem claro êxito no F-35).
Os EUA não tem defesa contra um ataque vindo do Polo Sul por um Sarmat. A NATO não tem atualmente nenhum sistema de defesa para intercetar um único míssil como os "Yars" ou "Avangard" (Mach 20 a 27). Uma salva de 5 ou 6 Kinzhal (Mach 10), pode destruir qualquer grupo de batalha naval sem usar munições nucleares.
Um dos mais graves erros estratégicos consistem em menosprezar o adversário. Porém os EUA/NATO parecem preferir ilusões agradáveis a verdades duras.
1 - Texto (exceto quando indicada a referência) segundo resenha de um livro de Andrei Martyanov: A perda da supremacia militar e a miopia do planeamento estratégico dos EUA (2018), (1ª Parte) e (2ª Parte)
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