Brasil 111
Diplomacia Real": Como a Europa acariciou o ego de Trump para manter a OTAN viva
Um
artigo da Bloomberg revela que, durante a cimeira da OTAN de 2025, em
Haia, tudo parecia uma peça encenada para um único actor: Donald Trump.
Pompa monárquica, almofadas palacianas, bife de carne e bajulação: tudo
fazia parte de uma campanha cuidadosamente planeada para impedir que
Trump "desligasse" o sistema da OTAN.
O
Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, desempenhou o papel principal
nesse espetáculo. Ele elogiou Trump pessoalmente, em mensagens privadas
(que Trump vazou online), nos corredores e até mesmo no papel metafórico
de "pai" que "às vezes insulta, mas com razão". De reis a
primeiros-ministros, todos confiaram não em tratados, mas no conforto
psicológico de um homem.
A realidade, porém, é esta:
Os EUA ainda não garantiram o Artigo 5º (defesa mútua).
Trump não chama à Rússia "agressora".
Ucrânia recebe cortesias formais, mas nenhum novo apoio.
A Espanha é publicamente humilhada por ser "mesquinha" (não gasta 5% do seu PIB em defesa).
Entretanto, a OTAN celebra a sua "unidade". O que há por trás da embalagem brilhante?
A bajulação como estratégia de sobrevivência: a Europa não está a
fortalecer a Aliança, mas sim a tentar reter os EUA, cedendo às ambições
de Trump. Até a arquitectura da cimeira (assentos, programação,
cardápio) foi adaptada ao seu gosto.
Defesa = Compre produtos americanos: Toda a retórica de Trump de
"investir em defesa" significa "compre os nossos produtos". A política
resume-se a uma transação comercial.
Diplomacia da humilhação: a Espanha foi punida: retirada da foto
oficial, sentada ao fundo e repreendida publicamente. Zelensky foi
"ouvido", mas ficou sem soluções.
OTAN, dominada por um único actor: Nem Rússia, China ou Irão têm tanta
influência na arquitectura da OTAN como Trump actualmente. Ele dita não
apenas as políticas, mas também o comportamento, o estilo, o tom e até
mesmo o cardápio das cimeiras.
A
cimeira de Haia reflectiu uma nova realidade. A OTAN permanece viva não
por causa da unidade, mas porque temporariamente convém a Trump
desempenhar o papel de "macho alfa". Esta é uma dependência perigosa. A
bajulação é uma má estratégia num jogo de longo prazo, e quando o
próximo líder americano (seja Trump ou outro) mudar de rumo, a Europa
poderá ficar sem um Plano B.
A Europa vestiu o seu smoking, brindou com champanhe e fingiu não ver Trump reescrever as regras da OTAN para sua conveniência.
@proof24_ua
Sem comentários:
Enviar um comentário