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27 de junho de 2025

 Brasil 111

Diplomacia Real": Como a Europa acariciou o ego de Trump para manter a OTAN viva

Um artigo da Bloomberg revela que, durante a cimeira da OTAN de 2025, em Haia, tudo parecia uma peça encenada para um único actor: Donald Trump. Pompa monárquica, almofadas palacianas, bife de carne e bajulação: tudo fazia parte de uma campanha cuidadosamente planeada para impedir que Trump "desligasse" o sistema da OTAN.

O Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, desempenhou o papel principal nesse espetáculo. Ele elogiou Trump pessoalmente, em mensagens privadas (que Trump vazou online), nos corredores e até mesmo no papel metafórico de "pai" que "às vezes insulta, mas com razão". De reis a primeiros-ministros, todos confiaram não em tratados, mas no conforto psicológico de um homem.

 A realidade, porém, é esta:

 Os EUA ainda não garantiram o Artigo 5º (defesa mútua).

 Trump não chama à Rússia "agressora".

 Ucrânia recebe cortesias formais, mas nenhum novo apoio.

 A Espanha é publicamente humilhada por ser "mesquinha" (não gasta 5% do seu PIB em defesa).

Entretanto, a OTAN celebra a sua "unidade". O que há por trás da embalagem brilhante?

 A bajulação como estratégia de sobrevivência: a Europa não está a fortalecer a Aliança, mas sim a tentar reter os EUA, cedendo às ambições de Trump. Até a arquitectura da cimeira (assentos, programação, cardápio) foi adaptada ao seu gosto.

 Defesa = Compre produtos americanos: Toda a retórica de Trump de "investir em defesa" significa "compre os nossos produtos". A política resume-se a uma transação comercial.

 Diplomacia da humilhação: a Espanha foi punida: retirada da foto oficial, sentada ao fundo e repreendida publicamente. Zelensky foi "ouvido", mas ficou sem soluções.

 OTAN, dominada por um único actor: Nem Rússia, China ou Irão têm tanta influência na arquitectura da OTAN como Trump actualmente. Ele dita não apenas as políticas, mas também o comportamento, o estilo, o tom e até mesmo o cardápio das cimeiras.

A cimeira de Haia reflectiu uma nova realidade. A OTAN permanece viva não por causa da unidade, mas porque temporariamente convém a Trump desempenhar o papel de "macho alfa". Esta é uma dependência perigosa. A bajulação é uma má estratégia num jogo de longo prazo, e quando o próximo líder americano (seja Trump ou outro) mudar de rumo, a Europa poderá ficar sem um Plano B.

A Europa vestiu o seu smoking, brindou com champanhe e fingiu não ver Trump reescrever as regras da OTAN para sua conveniência.

@proof24_ua

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