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2 de junho de 2025

A NATO ao ataque

 O recente ataque a aeroportos militares russos revela aspetos importantes. Primeiro, a operação foi conduzida, com a participação da CIA e dos serviços britânicos, e utilizando os sistemas de orientação comunicação militares através de satélites da NATO(EUA). Segundo, falar em Ucrânia e presidente Zelensky são palavras cujo conteúdo real é reduzido. Quanto a Ucrânia não se sabe nem o que é nem o que será no futuro, com zonas incorporadas ou contestadas pela  Rússia, outras cobiçadas pela Roménia, Polónia e Hungria. Quanto a Zelensky ocupa o cargo de forma anticonstitucional, dominado do exterior como agente da guerra contra a Rússia e internamente pelos ultranacionalistas neonazis.

Que espécie de soberania é possível atribuir à Ucrânia? Está reduzida a zonas de conflito, sem capacidade económica ou industrial; sustentada financeira e militarmente pelo estrangeiro. No momento em que a UE e a NATO cessarem as entregas o país simplesmente desagrega-se.

Quanto à operação em si, mostra os erros da Rússia em qualificar esta guerra como "operação militar especial". Isso acabou quando a NATO fez cessar as negociações em abril de 2022. A ofensiva das FAU em 2023, a incursão de Kursk e agora esta operação são exemplos das falhas russas em avaliar devidamente os contextos militares.

Os EUA e o RU têm enorme experiência em operações especiais secretas. As "revoluções coloridas", o terrorismo - "combatentes da liberdade" - promovido e financiado na Chechénia e na Rússia, Afeganistão, Síria, Líbia, Jugoslávia, Venezuela, Cuba, etc., coloca-os como mestres do caos.

A operação foi elaborada por indivíduos que desprezam as consequências das retaliações, mesmo os riscos de guerra global. Ao dizer-se que os contendores não estão ainda numa situação limite que os leve a cedências seria conveniente acrescentar que se trata da NATO e da Rússia. O que era a Ucrânia há muito ultrapassou esse limite.

A situação tem para a UE/NATO um significado mediático interno, tentando também desacreditar a liderança russa. Estrategicamente é irrelevante. Os ataques de drones foram realizados contra 5 aeródromos, com interseções bem-sucedidas em Ivanovo, Ryazan e Amur e danos em Murmansk e Irkutsk; nenhuma vítima relatada. No total, foram destruídos 2 e danificados 5 bombardeiros estratégicos Tu-95MS; destruídos 2 bombardeiros Tu-22M3 e 1 transporte militar An-12. O total existente era de 50 para Tu-95 e 55 Tu-22M3; nenhum TU 160 atingido. As perdas são portanto irrelevantes.

Por si só os ataques não levarão a nenhuma mudança militar ou política fundamental. O conflito é sobretudo uma guerra terrestre de atrito. A presença ou ausência de obsoletos bombardeiros estratégicos russos não tem impacto real no equilíbrio de poder ou na natureza dos combates. As aeronaves atingidas são unidades inaplicáveis em cenários militares mais modernos. A influência da Rússia reside na sua capacidade de continuar operações terrestres em larga escala e avançar de forma constante em território ucraniano e na sua capacidade de sustentar a campanha quanto for precisoSó em maio, as FAR tomaram 17 povoações nas regiões de Sumy, RPD e Kharkov.

O TU-95MS é um bombardeiro estratégico, turboélice, porta-mísseis, com alcance de 10500 km e velocidade máxima de 830 km/h. Entrou ao serviço em 1956 e produção cessou em 1993. Foram utilizados na Síria. O TU-142 também soviético, é utilizado como patrulhamento marítimo e anti-submarino. A versão atual é o TU-160M, considerado o bombardeiro estratégico mais eficiente e rápido existente, com alcance de 14000 km e velocidade máxima de 2200 km/h. Tem geometria variável e velocidade superior aos F-35. Pode de transportar 12 mísseis de cruzeiro de longo alcance, Kh-555 e Kh-101, bem como o nuclear Kh-102.

O Tu-22M3 é também um bombardeiro soviético de ataque estratégico e marítimo de longo alcance,  geometria variável, com alcance de 6800 km e velocidade máxima de 2300 km/h. Os A-50 foram produzidos entre 1967 e 1993. É um avião de vigilância e controlo. Existem em serviço 26 А-50М (versão para abastecimento em voo) e ainda A-50U a versão modernizada. Em 2017 foi introduzida a versão A-100.

Além destes refiram-se os aviões de combate SU-27SM e SU-30SM com uma variedade de armas de ataque, incluindo o míssil antinavio X-31A e o míssil antirradiação X-31P. O caça russo Su-57 furtivo, de quinta geração, superior ao F-35 em termos de armamento, velocidade (2600 km por hora contra 1900) e manobrabilidade. O míssil R-37M, permite que o Su-57 atinja alvos aéreos a uma distância duas vezes superior à do F-35, de acordo com a revista Military Watch. O Su-57 tem uma opção de “segundo piloto”, sistema de IA que ajuda o piloto a controlar a operação do avião quando está envolvido em combate. O MiG-31, do qual 40 unidades foram atualizadas para o MiG-31BM, é um intercetor supersónico, uma das aeronaves de combate operacional mais rápidas do mundo, com alcance de 3300 km e velocidade máxima superior a 3000 km/h.

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