Israel atacou o Irão, alegando querer desmantelar o seu programa nuclear. Mas esse ataque não visa o enriquecimento de urânio. Visa a mudança de regime. E só pode haver um vencedor.
Teerãpo sob ataque israelense, 13 de junho de 2025
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu anunciou o lançamento da Operação Coragem do Leão, cujo objetivo declarado é destruir a infraestrutura de armas e enriquecimento nuclear do Irão.
Netanyahu e seus altos escalões indicaram que a operação durará várias semanas.
Um elemento-chave do ataque parecia ter como objetivo a decapitação de altos funcionários iranianos, tanto nas forças armadas quanto na indústria militar, ligados ao programa nuclear iraniano. Israel alegou ter novas informações de inteligência indicando que o Irã estava se preparando para adquirir capacidade de armas nucleares. Essas informações, afirmou Israel, podem ter motivado a decisão de atacar agora, mesmo com os Estados Unidos em negociações com o Irã sobre como acalmar as preocupações sobre seu potencial de armas nucleares e, ao mesmo tempo, permitir a continuidade das operações de enriquecimento de urânio.
Mais detalhes sobre os alvos precisos desta primeira onda de ataques israelenses provavelmente estarão disponíveis em breve.
Relatórios iniciais sugerem que, além dos ataques de decapitação, Israel atingiu instalações de defesa aérea e comunicações, instalações de enriquecimento nuclear em Natanz e Firdos, instalações de produção de mísseis balísticos em Parchin, uma base operacional de mísseis balísticos em Piranshahr e outras instalações de natureza semelhante.
Além disso, embora o presidente Trump e o secretário de Estado Marco Rubio tenham tentado se distanciar desse ato de agressão militar israelense, alguns elementos dentro do governo Trump e do Congresso dos EUA (o senador Lyndsey Graham, por exemplo) apoiam abertamente as ações israelenses contra o Irã.
Na realidade, os Estados Unidos deram autorização tácita a Israel para atacar o Irã, tanto para ajudar a moldar a realidade geopolítica necessária para julgar a ação israelense razoável (unir os países árabes do Golfo diante da suposta agressão iraniana e garantir a adoção de uma resolução pelo Conselho de Governadores da AIEA acusando o Irã de violar suas obrigações de salvaguardas sob o TNP), quanto para ganhar tempo para que Israel aprimorasse sua estratégia de ataque, envolvendo o Irã em negociações nucleares. Essas negociações, apresentadas como legítimas, nada mais eram do que uma tentativa dos Estados Unidos de provocar o comportamento iraniano monitorado pelos serviços de inteligência americanos, europeus e da OTAN, a fim de gerar alvos para Israel atacar.
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