Será que os que festejaram o fim da União Soviética não percebem quanto foram iludidos? Não, não percebem, foram lobotomizados pelos media com anos e anos de anticomunismo e depois russofobia, desde que a Rússia renasceu do abismo para onde as camarilhas de Gorbatchov e Ieltsin a tinham levado, para avaliarem o que aconteceu depois. (ver textos de Dimitri Rogozin aqui e aqui.
Só de 2001 a 2018 as guerras EUA/NATO teriam morto pelo menos 2 milhões de pessoas, tudo pelas “boas causas” da NATO, não contando com nos anos 1990 as mortes na Jugoslávia, Chechénia, Iraque, etc. Cidades como Fallujah, Ramadi, Sirte, Kobane, Mosul e Raqqa reduzidas a escombros, guerras que mergulharam sociedades inteiras em violência e caos sem fim.
Com o fim da URSS, os EUA declararam-se a potência hegemónica global, declararam “o fim da História”, acharam poder definir as regras de governo de todos os países e sancioná-los, agredi-los ou mesmo invadi-los se as violassem.
Agora as pessoas choram as crianças ucranianas e os sofrimentos na Ucrânia, mas são indiferentes ao sofrimento e morte dos que atravessam o Mediterrâneo fugindo de países levados ao caos por guerras produzidas por países da NATO. Estes são subhumanos (os untermenshen como os nazis classificavam os soviéticos), ignorados, desprezados ou odiados, de que a extrema-direita se aproveita para a sua propaganda de ódios racistas.
Se lhes dissermos que Madeleine Albright achou que tinha valido a pena a morte de 500 000 crianças no Iraque devido à guerra e sanções (1). Se lhes dissermos que no Iémen segundo a ONU a fome pode atingir 19 milhões de pessoas no fim do ano, encolhem os ombros, põem o assunto de parte e choram pela Ucrânia. Aqueles não são bem pessoas: não fazem parte da NATO, tal como nos séculos XVII e XVIII se questionava se os negros teriam alma.
Mas a Rússia é um agressor que violou o direito internacional e a Carta da ONU e isso não pode ser permitido: “O uso da força apenas pode ser legitimado se esta decisão for tomada pala NATO, pela UE ou pela ONU”, como declarou o ministro italiano da Defesa Mario Mauro, em fevereiro de 20o7 na Conferência de Munique sobre segurança.
Podemos perguntar o que ganhou a Ucrânia com o golpe de 2014 fomentado pelos EUA, sendo dominada por bandos neonazis, que para a NATO e os media são os “bons”, embora nazis criminosos que queimaram vivas 40 pessoas na Casa dos Sindicatos de Odessa, cujos ataques no Donbass provocaram entre 13 a 14 mil mortes entre as quais 500 crianças mortas ou feridas nos oito anos após o acordo de Minsk, nunca cumprido pela Ucrânia e incentivada a isso pela NATO.
Além dos ataques ao Donetsk, a Ucrânia preparava-se para desenvolver ou alojar armas nucleares e os EUA já tinham instalado um conjunto de laboratórios de armas biológicas. Será falso? Propaganda russa? Nem tanto, o facto é que a sra. Nuland ( a do fuck UE, na Ucrânia…) ficou preocupada pelo facto da Ucrânia possuir “instalações de pesquisa biológica” e temer que a Rússia se apodere deles...
Bem, mas então tratava-se do desenvolvimento de “armas de destruição massiva” nas fronteiras da Rússia sob o controlo de um país (EUA) que declarara a Rússia como adversário (ou inimigo). Então a Rússia não teria direito de eliminar esses perigosos focos de destruição? Não.
A Rússia não faz parte da NATO portanto não pode invadir e bombardear como os EUA fizeram legitimamente perante armas inexistentes no Iraque ou bombardear a Síria idem. E no Iraque, Jugoslávia ou Líbia nem sequer existiram corredores humanitários como a Rússia criou na Ucrânia (em 11 de março estavam ativos 12 em 4 regiões). Mas para quê se eram "bombardeamentos humanitários” e lá por baixo só havia untermenshen...
1- Ver vídeo em https://www.informationclearinghouse.info/
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