(Alfredo Barroso, in Facebook, 07/03/2022)
Com a invasão russa, houve «retrocesso civilizacional»! Com os EUA a combater no Vietname, a invadir o Iraque e retirar do Afeganistão foi só «progresso civilizacional»? - o autor nem sabe o que dizer depois de ouvir um jovem político completamente ignorante proferir tantos disparates.
Estava há pouco a ouvir uma criatura política relativamente jovem, julgo que do PPD-PSD, a dizer - em mais um daqueles 'debates' num canal da TQT em que estão todos de acordo, como agora se tornou 'politicamente correcto' - que esta invasão da Ucrânia pelas tropas russas, decidida pelo «insensível e desumano» presidente Vladimir Putin, é um «brutal retrocesso civilizacional», inimaginável ainda só «há um mês ou há 15 dias atrás» (sic)...
E eu pus-me a pensar 'com os meus botões', se a brutal Guerra do Vietname (1962-1975) - com os bombardeamentos levados a cabo pelas tropas dos EUA, com 'napalm', com o terrível 'agente laranja', e com os 'tapetes de bombas' (os 'rolling thunder'), que mataram centenas de milhares de vietnamianos (velhos, mulheres e crianças incluídos) - terá sido um 'progresso civilizacional'?
E também me pus a pensar, sempre 'com os meus botões', se a brutal invasão e ocupação militar do Iraque (2003-2013), sob a liderança do 'bondoso e humano' George W. Bush (filho), presidente dos EUA, e do ainda mais 'bondoso e humano' Tony Blair, primeiro-ministro do Reino Unido (com muitos 'aliados' a marcar presença na bicha que se formou atrás deles), durante a qual terão morrido mais de cem mil iraquianos (velhos, mulheres e crianças incluídos), também terá sido um gigantesco 'progresso civilizacional'?!
Mais ainda, me pus a pensar 'com os meus botões', se a 'brilhante' retirada do Afeganistão - por decisão do tão 'bondoso e humano' presidente Joe Biden - das forças militares dos EUA e da NATO, que já lá estavam 'plantadas' há 20 anos, deixando aquele país entregue 'à bicharada', isto é, aos talibãs (que protegiam a Al Qaeda, autora do ataque à Torres Gémeas no 11 de Setembro de 2001), terá sido, mais uma vez, um gigantesco 'progresso civilizacional'?!
Claro que já nem falo das tragédias que continuam a acontecer na Líbia e na Síria, para não magoar ainda mais, com pontapés no cu e nas canelas, o jovem político tão presunçoso, ignorante e idiota. O certo é que ele estava acompanhado no debate (qual debate?) por outro jovem político creio que do PS, mas sobretudo comentador - bem mais inteligente, é certo, mas muito 'mainstream' - e por uma jovem que já foi, creio eu, do BE e do Livre, e tem outra estaleca...
Mas - confesso a minha fraqueza - tive tanto medo de que estes dois concordassem com o imbecil do «retrocesso civilizacional», que fugi a sete pés, vim escrever isto, e agora vou-me deitar!
2 Carlos Coutinho Facebook
PUTIN é anticomunista e preside a um país que está submetido a um capitalismo brutal. Foi o primeiro primeiro-ministro escolhido por um presidente alcoólatra e insano, Boris Ieltsin, na sequência de um golpe de estado em que o Parlamento recém-eleito foi bombardeado.
Agora, já eleito, Vladimir Putin é o presidente absoluto da nova Federação Russa. Só que tem de lidar com uma única alternativa: ou aceitar o prosseguimento de uma humilhação interminável do seu país, ou atirar com a albarda ao ar, usando os trunfos que lhe restem ainda. O resultado final pode ser o mais impensável dos horrores.
Como chegámos até aqui?
Ainda com Leonid Brejnev na Presidência, houve em 1975 os Acordos de Helsínquia. Seguiram-se mais acordos e mais tratados, quase até aos nossos dias. Os soviéticos e depois os russos violaram alguma cláusula desses instrumentos jurídicos?
Não. Absolutamente nenhuma. Pagando grandes custos em paciência e dignidade nacional.
E os EUA? E a NATO? E a UE? E a Ucrânia? Sim. Várias.
Impunemente, até agora.
Assim se criou a crença de que “aos russos tudo se pode fazer, porque eles, da queda do muro de Berlim para cá, já só podem comer e calar”.
Por fim, cercados e humilhados, Putin e o Kremlin, apesar de capitalistas e anticomunistas, perceberam que não podem ceder mais e disseram “basta”. Mas tiveram como resposta um encurralamento ainda mais apertado e até insultuoso, ao mesmo tempo que a Ucrânia se sentia cada vez com mais à-vontade para aumentar as suas exigências. Ou seja, só deixaram a Putin e aos russos a necessidade de usarem o último trunfo que ainda tenham ou que a situação implique.
E em Kiev, um comediante feito presidente descobriu que quantos mais mortos houver nesta escalada de loucura mais herói ele será para os megafones dos propagandistas e para as consciências menos informadas e mais manipuladas. Já se diz mesmo em toda a roda do Sol que ele é o santo e Putin o diabo.
E já começámos todos pagar. Numa loucura que, afinal, nos pode ficar muito, muito cara. Há quem ganhe com isto? Sim. Os do costume.
E quem perca? Também. Os do costume.
Quando, no entanto, bastava que cada uma das partes cumprisse aquilo a que se foi comprometendo a partir de dos Acordos firmados em Helsínquia.
Parece que o Papa Francisco também percebeu tudo isso, porque na sua expressa e pública opinião, “quem fala de paz e favorece a guerra com a venda de armas é um hipócrita”.
3 Lembrar texto de Carlos Fino sobre o golpe.
UCRÂNIA - NEO-NAZIS NO PODER EM KÍEV
(Lido em "Outras Mídias")
"Alega-se, às vezes, que o papel dos fascistas nas manifestações foi exagerado
pela propaganda russa,
para justificar as manobras de Vladimir Putin na Crimeia.
A realidade é suficientemente alarmante para não precisar de exagero.
Ativistas informam que a extrema-direita representava
cerca de um terço dos manifestantes, mas foi decisiva nos confrontos com a polícia.
Gangues fascistas agora patrulham as ruas. Mas também estão nos
corredores do poder em Kiev. O partido de extrema-direita,
o Svoboda [ex-Partido Nacional Socialista], cujo líder denunciou
“atividades criminosas” do “judaísmo organizado” e que foi
condenado pelo Parlamento europeu por sua visão
“racista e antissemita”, tem cinco postos ministeriais
no novo governo, inclusive os de vice-primeiro-ministro
e procurador-geral. O líder do ainda mais extremo Right Sector,
que esteve no coração da violência nas ruas, agora é vice-chefe de segurança
nacional da Ucrânia.
É a primeira vez que se vê neonazistas em um governo na Europa,
depois da Segunda Guerra Mundial. E isso é, num governo não-eleito,
apoiado por Estados Unidos e União Europeia. Demonstrando desprezo
pelos ucranianos comuns que protestaram contra a corrupção
e esperavam mudança real, o novo governo indicou dois oligarcas bilionários
— um deles administra seus negócios desde a Suiça — para
serem os novos governantes das cidades de Donetsk e Dnepropetrovsk,
no leste do país."
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