A conspiração gringa contra a Venezuela continua
Brutal, esse é o adjetivo que melhor descreve as ações intervencionistas que a Administração dos Estados Unidos está aplicando contra a Venezuela. Mas a pátria de Bolívar fortaleceu sua dignidade, permanece intacta dentro de seus muros e derrotou todos os cavalos de Tróia que o império enviou direta ou indiretamente para invadi-la.
Brutal, esse é o adjetivo que melhor descreve as ações intervencionistas que a Administração dos Estados Unidos está aplicando contra a Venezuela. É uma ação belicista que quebra todos os limites e regras das convenções de guerra (Liang e Xiangsui). Desde 2015, quando Obama declarou a Venezuela como uma “ameaça incomum e extraordinária”, sete anos se passaram e eles não puderam e não poderão. A pátria de Bolívar fortaleceu sua dignidade, permanece intacta dentro de seus muros e derrotou todos os cavalos de Tróia que o império enviou direta ou indiretamente para invadi-la.
Já existem mais de 507 ações imperiais - denunciadas pela vice-presidente Delcy Rodríguez Gómez perante a Assembleia Nacional - contra a Venezuela, seu povo e seu governo legítimo. Desde insultos, insultos, sanções contra altos funcionários, apreensão-roubo de seus bens (petróleo, ouro, ações, empresas, dinheiro), asfixia financeira, proibição de compra de alimentos, remédios e suprimentos diversos, apreensão de suas missões diplomáticas, ignorância de seu Governo e seus legítimos representantes, ciberataques em seu sistema elétrico, interceptação de suas redes de computadores, obstrução de suas atividades bancárias, imposição de um "autoproclamado" presidente, contratação de assassinos e terroristas em exercícios de mercerização da guerra, tentativas de invasões (Operação Gideon, Tienditas), etc.
Trata-se de colocar em prática na Venezuela a chamada Guerra Irrestrita que, como explica o militar holandês Martin Van Creveld, é “...o pensamento estratégico contemporâneo que implica, enquanto vemos uma relativa redução da violência militar, ao ao mesmo tempo, estamos definitivamente diante de um aumento da violência nas esferas política, econômica e tecnológica”. (Van Creveld, The Unrestricted War, um novo modelo de guerra?). É a aplicação da máxima de Sun Tzu de que “na arte da guerra não há regras fixas”.
Essa é a filosofia de guerra que os EUA e seus aliados estão aplicando contra o governo e o povo da Venezuela. Apesar dos esforços bem sucedidos do Itamaraty venezuelano perante o Conselho de Segurança da ONU, no Movimento dos Não-Alinhados, alianças com potências como China e Rússia, a guerra irrestrita continua inexoravelmente, atacando "as diferentes vulnerabilidades das entidades e perante os diversos componentes do Estado. (Acuña e Barrero, The Unrestricted War, Fourth Generation War, maio de 2018). Soma-se a isso a campanha de desinformação, as notícias falsas implantadas no âmbito da guerra cognitiva.
A chamada “Guerra Irrestrita”, ou seja, sem limites ou regras, tem princípios que a orientam. Segundo os coronéis chineses Liang e Ciangsui, esses princípios são: 1.- A omnidirecionalidade que tende a uma observação e utilização de todos os fatores em uma amplitude de 360 graus; 2.-A sincronia para realizar as diferentes ações no mesmo período de tempo e em diferentes espaços; 3.- Objetivos limitados, estes nunca devem exceder os meios disponíveis para a guerra; 4.- Meios ilimitados para satisfazer e cumprir os objetivos limitados delineados; 5.-Desequilíbrio, determine os pontos altos seguindo uma direção simétrica equilibrada; 6.-Consumo mínimo, os recursos nunca devem ser utilizados de forma exagerada em relação ao objetivo; 7. - Coordenação multidimensional em todas as forças mobilizáveis em todos os campos previstos; 8.-Ajuste e controle das peças e de todo o processo, de forma permanente, sem interrupção.
Esses ataques inclementes e criminosos foram relançados pelo presidente Joe Biden com a renovação para um novo ano da Ordem Executiva que renomeou a Venezuela com a qualificação de "ameaça incomum e extraordinária". Uma demonstração clara e manifesta de sua hostilidade para com o povo venezuelano.
Diante disso, cabe perguntar: o Governo e o povo venezuelano estarão em condições de continuar enfrentando e, principalmente, resistindo e derrotando esse tipo de guerra não convencional onde tudo é válido, onde não há regras? A recuperação da economia venezuelana é um sério indicador do caminho vitorioso.
Desde que Obama assinou sua Ordem Executiva declarando a Venezuela uma "ameaça inusitada e extraordinária", não faltam exemplos de resistência heróica de um povo que, junto com seu governo legítimo, se levantou com bravura -como fez no passado contra os espanhóis império, guiado pelo gênio e talento de El Libertador Simón Bolívar e seus Exércitos - em defesa da soberania, para a conquista da Independência e a manutenção da paz.
Deixando de lado qualquer posição de ingenuidade e celebrações triunfalistas, é preciso dizer sem rodeios: o governo dos Estados Unidos jurou à Venezuela, seu governo e seu povo. O desafio que a Revolução Bolivariana colocou ao império, o exemplo que irradia, “não deve ficar impune”, os poderes que o conhecem. As imensas riquezas energéticas e minerais são o espólio material a ser compartilhado; a Revolução Bolivariana é um mau exemplo político ideológico que deve ser posto fim. A “abordagem” de funcionários do governo gringo à Venezuela faz parte do jogo distracionista e de desinformação, é o lobismo diabólico que reafirma a máxima de que os EUA não têm amigos permanentes em nenhum lugar do globo. É a psicopolítica que o filósofo Byung-Chul Han descreve muito bem. É o desdobramento das modernas técnicas de poder do capitalismo que, em vez de usar o poder militarista opressor (não totalmente descartado), usa um poder sedutor e inteligente para dominar os povos e submetê-los ao quadro da dominação imperial. (Chul Han B, Psicopolítica. Espanha, 2015).
Desenvolvendo uma guerra híbrida, onde o limite é que não há limite ou regulação normativa, o império, sem ter mobilizado um único fuzileiro para o território venezuelano diretamente, ainda que de forma encoberta, avança ações multifatoriais, que vão acontecendo em cadeia, uma atrás da outra. Um roteiro no melhor estilo hollywoodiano é revelado em cada ação realizada por qualquer um de seus falcões. Eles viram uma “oportunidade” na Venezuela e não vão parar de tentar conquistá-la. Eles sabem de sua importância estratégica. Não se trata de aderir à política de psicoterror que o Pentágono está planejando. É, sim, como adverte o presidente Nicolás Maduro, sobre não baixar a guarda e manter os nervos de aço bem temperados. Eles conseguiram apagar a luz com sabotagem incessante, mas iluminaram nossa alma,
Nestes tempos de conflitos armados, incertezas e ameaças de uma guerra nuclear que significaria o fim de tudo o que foi criado, a Venezuela está comprometida com a paz, a resolução pacífica dos conflitos e a não ingerência nos assuntos internos dos países. Um novo regulamento internacional está nascendo. A multipolaridade é demonstrativa do surgimento de novos blocos de poder. A hegemonia imperial se desgasta. Um sistema monetário diferente da prevalência do dólar já está no horizonte. São cada vez menos aqueles que apostam na destruição e na morte. Aqueles que amam a vida resistirão e vencerão. Nosso planeta não merece menos.
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