Os mentirosos compulsivos, excedem-se, mas as desbragadas acusações apenas mostram nervosismo e impotência. Pensam que ganham porque conseguem a submissão das mais amplas camadas populares às suas estratégias não só políticas (alinhadas com o imperialismo) mas económicas de agravada exploração, que nesta guerra encontra – como noutras – justificação para aumentar a exploração e melhor controlar o proletariado. Passará sem dúvida algum tempo – muito mais do que desejaríamos – até se tomar plena consciência do que de facto aconteceu e acontece.
Na Ucrânia logo nos dois primeiros dias a aviação, as forças navais e centros de comando ficaram destruídos ou inoperacionais. Sem cobertura aérea as forças terrestres não têm capacidade de resistir. Nesta situação, forças militares foram enviadas para o interior das cidades instalando artilharia pesada, o que é contrário à Convenção de Genebra, constituindo um crime pois torna a população civil um escudo humano. (1)
Atualmente o acesso das tropas ucranianas ao mar de Azov está completamente bloqueado, informou em 1 de março o Ministério da Defesa da Rússia. "As tropas de vanguarda da Milícia Popular da RPD alcançaram a fronteira administrativa da região de Donetsk e juntaram-se às unidades das Forças armadas da federação Russa, que assumiam o controlo de regiões da Ucrânia ao longo do mar de Azov.
Além disto desde o início da “operação especial russa” de desmilitarização e desnazificação da Ucrânia, o Exército da Rússia destruiu 1 325 objetivos militares ucranianos, entre os quais: 395 tanques e outros veículos blindados de combate, 59 lançadores múltiplos de foguetes, 179 peças de artilharia de campanha e morteiros, bem como 286 unidades de equipamento militar especial. Também nesta data , com armas marítimas e terrestres de alta precisão e de longo alcance foram destruídos dois aeródromos e três postos de radar dos sistemas antiaéreos no território ucraniano. "Os ataques excluíram a destruição da infraestrutura civil ataques e prédios residenciais", de acordo o comando russo.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que faz tudo para preservar a vida e segurança das pessoas na Ucrânia, e diz que Kiev coloca armamento perto de infraestrutura civil, usando moradores "como escudos humanos". “Estão sendo colocados em pátios de edifícios residenciais, perto de escolas e jardins de infância lançadores múltiplos de foguetes, canhões e morteiros de grande calibre".
“Este conflito podia ter sido evitado, por isso não ponham as culpas só de um lado.” (1) Recordemos, algo escamoteado pelos media, o facto da Rússia (à semelhança da URSS em 1939…) ter vindo insistentemente a propor um tratado de segurança coletiva na Europa e o fim da expansão da NATO para Leste, implicando a neutralidade da Ucrânia. Tal foi recusado liminarmente no caso da expansão da NATO ou praticamente ignorado com respostas evasivas e exigências sobre a Rússia considerando agressão a movimentação de tropas nas suas fronteiras. Tal critério no entanto não se aplica aos militares EUA/NATO que se espalham por toda as partes do mundo...
“A origem desta situação pode ser encontrada no golpe de 2014, orquestrado pelos EUA, para substituiu um governo democraticamente eleito.” (1) Claro que sim, mas pretendia a neutralidade entre a NATO e a Rússia e o imperialismo não está em condições de aceitar “neutralidades”. Não é a sua força, é a sua fraqueza. Outra fraqueza é que todo o dinheiro gasto – quem paga? - a apoiar neonazis, “quintas colunas”, agentes infiltrados e o governo fantoche de Kiev, num país falido e minado de corrupção, parece perdido. A isto se acrescentam as centenas (milhares?) de milhões de dólares de material e infraestruturas militares dadas pelos EUA/NATO, agora destruídos.
Claro que os media não querem – salvo raríssimas exceções, como a do general citado – que os povos tomem consciência da trágica realidade com que a Europa de depara, mesmo ficando a salvo de uma guerra em larga escala, os efeitos económicos já aí estão. Claro que nesta crise – como todas deste modelo de sociedade – os EUA e a oligarquia à sua sombra esperam aproveitar para aumentar o domínio e a exploração. Tudo isto está em causa, mas quando uma guerra começa nunca se sabe como acaba. Vejam-se exemplos do passado, mesmo recente.
1 - Ver entrevista do Major General Cunha dos Santos, RTP-3, 25.fev. 21.30)
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