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3 de março de 2022

O caso (que não é) Rússia – Ucrânia – 1

 Os mentirosos compulsivos, excedem-se, mas as desbragadas acusações apenas mostram nervosismo e impotência. Pensam que ganham porque conseguem a submissão das mais amplas camadas populares às suas estratégias não só políticas (alinhadas com o imperialismo) mas económicas de agravada exploração, que nesta guerra encontra – como noutras – justificação para aumentar a exploração e melhor controlar o proletariado. Passará sem dúvida algum tempo – muito mais do que desejaríamos – até se tomar plena consciência do que de facto aconteceu e acontece.

Na Ucrânia logo nos dois primeiros dias a aviação, as forças navais e centros de comando ficaram destruídos ou inoperacionais. Sem cobertura aérea as forças terrestres não têm capacidade de resistir. Nesta situação, forças militares foram enviadas para o interior das cidades instalando artilharia pesada, o que é contrário à Convenção de Genebra, constituindo um crime pois torna a população civil um escudo humano. (1)

Atualmente o acesso das tropas ucranianas ao mar de Azov está completamente bloqueado, informou em 1 de março o Ministério da Defesa da Rússia. "As tropas de vanguarda da Milícia Popular da RPD alcançaram a fronteira administrativa da região de Donetsk e juntaram-se às unidades das Forças armadas da federação Russa, que assumiam o controlo de regiões da Ucrânia ao longo do mar de Azov.

Além disto desde o início da “operação especial russa” de desmilitarização e desnazificação da Ucrânia, o Exército da Rússia destruiu 1 325 objetivos militares ucranianos, entre os quais: 395 tanques e outros veículos blindados de combate, 59 lançadores múltiplos de foguetes, 179 peças de artilharia de campanha e morteiros, bem como 286 unidades de equipamento militar especial. Também nesta data , com armas marítimas e terrestres de alta precisão e de longo alcance foram destruídos dois aeródromos e três postos de radar dos sistemas antiaéreos no território ucraniano. "Os ataques excluíram a destruição da infraestrutura civil ataques  e prédios residenciais", de acordo o comando russo.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que faz tudo para preservar a vida e segurança das pessoas na Ucrânia, e diz que Kiev coloca armamento perto de infraestrutura civil, usando moradores "como escudos humanos". Estão sendo colocados em pátios de edifícios residenciais, perto de escolas e jardins de infância lançadores múltiplos de foguetes, canhões e morteiros de grande calibre".

Este conflito podia ter sido evitado, por isso não ponham as culpas só de um lado.” (1) Recordemos, algo escamoteado pelos media, o facto da Rússia (à semelhança da URSS em 1939…) ter vindo insistentemente a propor um tratado de segurança coletiva na Europa e o fim da expansão da NATO para Leste, implicando a neutralidade da Ucrânia. Tal foi recusado liminarmente no caso da expansão da NATO ou praticamente ignorado com respostas evasivas e exigências sobre a Rússia considerando agressão a movimentação de tropas nas suas fronteiras. Tal critério no entanto não se aplica aos militares EUA/NATO que se espalham por toda as partes do mundo...

A origem desta situação pode ser encontrada no golpe de 2014, orquestrado pelos EUA, para substituiu um governo democraticamente eleito.” (1) Claro que sim, mas pretendia a neutralidade entre a NATO e a Rússia e o imperialismo não está em condições de aceitar “neutralidades”. Não é a sua força, é a sua fraqueza. Outra fraqueza é que todo o dinheiro gasto – quem paga? - a apoiar neonazis, “quintas colunas”, agentes infiltrados e o governo fantoche de Kiev, num país falido e minado de corrupção, parece perdido. A isto se acrescentam as centenas (milhares?) de milhões de dólares de material e infraestruturas militares dadas pelos EUA/NATO, agora destruídos.

Claro que os media não querem – salvo raríssimas exceções, como a do general citado – que os povos tomem consciência da trágica realidade com que a Europa de depara, mesmo ficando a salvo de uma guerra em larga escala, os efeitos económicos já aí estão. Claro que nesta crise – como todas deste modelo de sociedade – os EUA e a oligarquia à sua sombra esperam aproveitar para aumentar o domínio e a exploração. Tudo isto está em causa, mas quando uma guerra começa nunca se sabe como acaba. Vejam-se exemplos do passado, mesmo recente.

1 - Ver entrevista do Major General Cunha dos Santos, RTP-3, 25.fev. 21.30)

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