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28 de março de 2022

Os crimes … de Putin e antecessores

 Nos EUA comparam-se os crimes de Putin na Ucrânia aos de Hitler contra os judeus. A National Geografic emite um programa em que mostra as atrocidades dos russos contra os alemães em 1945, com a propaganda de Gobbels. Um senador dos EUA apela ao assassínio de Putin, como de Kadafi - ou Ceausesco pelos “combatentes pela democracia” na Roménia. O Pentágono diz ter provas certas de crimes de guerra da Rússia, a presidente do PE diz que a prisão de Navalny é um atentado à justiça. O seu desvelo pela justiça ignora a morte lenta a que submetem Julian Assange e a infame farsa do seu julgamento pleno de ilegalidades? Claro que Assange não é como Navalny um racista de extrema-direita, bem pelo contrário…

Eis algumas efemérides de crimes de guerra e da instauração da democracia que o sr. Biden defende:
Coreia 1950 - 4 milhões de mortos para impedir a reunificação como sempre tinha sido e… um país socialista.
Guatemala 1954 - Golpe de Estado contra Jacob Arbenz presidente constitucional que iniciou período de reformas democráticas. A reforma agrária expropriou terras incultas à United Fruit. Golpe militar, repressão e assassinato de democratas.
Irão 1953 - Golpe de Estado contra o governo progressista de Mossadeg. Instauração da ditadura do Xá Pahlevi, com a sua famigerada polícia política Savak

Indonésia 1958 – Instauração da ditadura derrubando o governo apoiado pelo PC da I. O horror que se seguiu atingiu a loucura com entre 750 mil e 1 milhão de mortes.
Cuba 1961 – Frustrado desembarque de mercenários na Baía dos Porcos para derrubar o governo socialista de Fidel.
Vietname 1961 – Na sequência da derrota do colonialismo francês. Início de uma guerra de 15 anos, contra um país socialista e defender a ditadura no Sul. com mais de 1 milhão de mortes e devastação inaudita pelos bombardeamentos e o agente laranja (desflorestação e deformações congénitas nos humanos.)
Laos 1964 – Ligado com a guerra do Vietname, impedindo governo de coligação com comunistas.
Brasil 1964 – Golpe de Estado, contra o governo progressista de Goulart, com o sinistro corteja de prisões, torturas, assassinatos.
Não houve praticamente país algum da América latina que escapasse a estes tenebrosos atentados à democracia e direitos humanos, tendo sido criada uma escola para policia política e torcionários, Escola das Américas e Plano Condor.
Não sendo exaustivos citem-se apenas o Chile (1973) e Argentina (1976) com a conta do carniceiro em dezenas de milhares de mortes e desaparecidos.
Grécia 1967 – Golpe de Estado fascista dos coronéis. Não deixou de ser país da Nato, tal como a ditadura salazarista, ou o criminoso regime fascista de Franco com bases dos EUA para defender o “mundo livre”.
Nicarágua 1981 – Guerra de mercenários “os contra”, massacrando a população rural, visando o derrube do governo progressista sandinista.
Granada 1984 - Invasão para derrubar o governo progressista.
Panamá 1989 – Invasão para derrubar o gen. Noriega que se tinha tornado incómodo.
Filipinas 1989 – Depois da queda do ditador Marcos, tentativa de golpe frustrado contra a presidente Aquino que parecia estar a sair das “regras”.
Iraque 1991 e 2003 – A política internacional copia por vezes os processos das máfias (ou vice-versa…) foi o caso aqui o caso para derrubar Saddam que pensava poder dispor do petróleo do país e arredores como entendesse. Era não contar com os interesses do padrinho. A mortandade com guerra e ocupação atingiu 1 455 590 pessoas (https://www.informationclearinghouse.info/).

Jugoslávia 1998 – Bombardeamentos durante 78 dias contra a Sérvia que pretendia manter a federação, consagram o desmembramento do país. As vítimas civis contam-se por dezenas de milhar. Tal como no Iraque usadas bombas de urânio empobrecido, causadoras de cancro aos sobreviventes. A guerra entre as repúblicas antes federativas levou à morte de, estima-se, 250 mil vidas.

Somália em guerra desde o final dos anos 1970 – No início para eliminar a influência soviética do governo de Sidi Barre. Tal como no Sudão (em guerra há 46 anos) acabou por se transformar em guerra religiosa com o fundamentalismo islâmico e étnica. Países de caos humano e social, dominado por senhores da guerra.
Afeganistão – 2000 Iémen – 2002, Líbia – 2011, Síria – 2011. Países levados ao caos, centenas de milhares de mortes que não são choradas e de refugiados, milhares dos quais morreram e morrem em naufrágios no Mediterrâneo. Ao contrário dos ucranianos, são desprezados, alojados sem condições em autênticos campos de concentração em certos países.
Apenas na Síria o caos pôde ser travado. O Afeganistão é sujeito a sanções o seu ouro e divisas monetárias foram usurpadas (tal como com a Venezuela) comete-se um genocídio. No Iémen como a ONU tem alertado a situação é semelhante.
Refiram-se ainda os crimes do colonialismo da Índia à África de Norte (relembre-se a Argélia) a Sul. Somam-se os crimes do neocolonialismo, de que o assassinato de Lumumba (1961) o golpe contra de Kwame Nkruma são exemplo do tempo de trevas instaurado.
Putin tem de abandonar o poder para que esta democracia prossiga. cqd (Quod erat demonstrandum).


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