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9 de novembro de 2022

O Império vai ameaçando

Á medida que se aproxima a Cimeira Estados Unidos-África, prevista para o meio de Dezembro, Washington enviou uma imponente delegação a África, presidida pela Straussienna Victoria Nuland, a do fuck UEe do golpe na Ucrânia , Sub-secretária de Estado para os Assuntos Políticos.

A delegação incluía a Vice-secretária de Defesa, Celeste Wallander; o estratega do AfriCom, o General Kenneth Ekman; o Vice-secretário de Estado adjunto para os Assuntos Africanos, Mike Heath; Greg LoGerfo, o Vice-secretário assistente para a luta contra o terrorismo; e Matt Petit, responsável pelo Sahel na Casa Branca.

A delegação visitou a Mauritânia, o Mali, o Níger e o Burkina Faso. Para Washington tratava-se, na prática, de compreender porquê o grupo Wagner substitui a França em muitos países.

A delegação procurou saber de a cada líder que visitou quais eram as suas relações com a Rússia , com a China e a  empresa militar privada Wagner. A cada um, ela foi avançando com os problemas que  iriam ter na "cooperação" com os EUA  se  o seu país se tomasse o « mau caminho ».

Ao mesmo tempo O Embaixador dos EUA, Jeffrey Feltman, supervisiona a extensão da doutrina Cebrowski ao Corno de África. Depois de ter lançado o fogo ao Sudão,  atira-se à Etiópia e sanciona a Eritreia. Os Tigrinos (um povo etíope) servem, sem se dar conta, a estratégia de Washington ao mesmo tempo contra estes Estados e contra a União Africana.

A aniquilação das estruturas estatais no Corno (Chifre-br) de África é o objectivo do Pentágono depois de ter destruído as estruturas estatais no Médio-Oriente Alargado. Assistiu-se já à destruição do Sudão (dividido em 2011 em Sudão, propriamente dito, e Sudão do Sul) e à da Etiópia (dividida em 1993 em Etiópia, propriamente dita, e Eritreia). Esses dois países passam hoje em dia por novas guerras civis que deverão levar a novas divisões.

Dirigindo o baile, o diplomata norte-americano Jeffrey D. Feltman organizou primeiro, durante dez anos, a guerra na Síria —quer dizer, o financiamento e o armamento dos jiadistas— [1], antes de se tornar no enviado especial do Presidente Joe Biden para o Corno de África. A sua intervenção, em 1 de Novembro de 2021, perante o “think-tank” do Pentágono, o U.S. Institute of Peace (equivalente à Secretaria da Defesa naquilo que é a National Endowment for Democracy —NED— [2] e na Secretaria de Estado) retoma igualmente uma retórica que foi desenvolvida sucessivamente contra o Afeganistão, o Iraque, a Líbia, a Síria, o Iémene e o Líbano.

Desde já, os Estados Unidos repatriam os seus cidadãos e só conservam no local o pessoal mais indispensável à sua embaixada. As agências de notícias ocidentais difundem informações dando a crer que Addis Abeba será brevemente conquistada, marcando o fim da Etiópia e da União Africana, a qual aí tem a sua sede.

O único país que sobreviveu à doutrina Rumsfeld/Cebrowski  posta em prática pelo Pentágono, é a Síria. Se ela o conseguiu, foi porque toda a sua população tem consciência de que só um Estado pode protegê-la face a inimigos difíceis de identificar. O Levante é a região do mundo onde a noção de Estado foi inventada na mais remota Antiguidade. Não falamos aqui de Poder, mas sim de Estado, isto é, daquilo que permite a um Povo « manter-se de pé » (stare em latim, que deu Estado nas línguas

Washington, que já aplicou sanções contra a Etiópia, apresta-se a retirar Adis Abeba do seu programa AGOA (African Growth and Opportunity Act - Lei de Crescimento e Oportunidades para a África). Desde há uma dezena de anos que o petróleo etíope é comprado por empresas multinacionais norte-americanas em troca de produtos fabricados nos EUA. Ora, isso não é muito vantajoso, mas se a Etiópia não puder beneficiar com o AGOA, os EUA fecham o seu mercado à etiopia e frão pressão sobre a UE para fazerem o mesmo. Resta a  intervenção da Rússia e da China Este pais tem ajudado em grandes investimentos designadamente na ferrovia. Mas os EUA tudo farão para alimentar os conflitos e rivalidades  das diversas etnias e grupos no corno de Àfrica . Criar focos de desestabilização em várias partes do mundo e sobretudo nas fronteiras da Russia e China é a sua estratégia para obrigar estes dois países a ter que deslocar forças e recursos e criar dificuldades internas R.V.

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