Macron como líder típico de um país do “ocidente”, faz o essencial que é mentir o máximo que puder para ser eleito (a democracia como a noblesse, oblige) e depois arranjar bons argumentos para na prática negar tudo e obedecer à oligarquia. Mas deve ter entendido a frase de De Gaulle “em política externa não há ideologias, apenas interesses”. De Gaulle referia-se a países soberanos, claro. Os media esconderam o nervosismo e nada disseram sobre os muitos milhões em contratos comerciais que Macron trouxe da China. O que é uma pedrada no charco da política imperialista.
Eis trechos de um texto esclarecedor: Quando a Rússia lançou sua Operação Militar Especial na Ucrânia, ninguém imaginou que essa guerra acenderia um incêndio global que está destruindo a Ordem Internacional liderada pelos EUA. Não se esperava que os próprios fundamentos da política económica e externa internacional dos EUA estariam desmoronando-se tão rapidamente e de forma tão generalizada. Quatro dos seis maiores países em termos de riqueza de recursos naturais estão agora unindo-se contra os Estados Unidos em consequência da guerra na Ucrânia. O número 6 da lista, a China é um grande protagonista no cenário global.
Na frente económica, os chineses, controlam 98% da produção mundial de metais de terras raras, planeando proibir a exportação de tecnologia de certas terras raras para os Estados Unidos por razões de segurança nacional, de acordo com um artigo no Yomiuri Shimbun do Japão. Esses minerais de terras raras são essenciais para a produção de veículos elétricos, armas militares e aeronaves avançadas dos EUA.
A recente e calorosa relação da China com a Rússia fez soar alarmes na NATO. Macron, apesar de seus fracassos abjetos como líder, tem audição aguda. Ele também é um bajulador de classe mundial e não perdeu um minuto para procurar sugar até na China.
A inépcia de Macron como diplomata ficou demonstrada pela sua decisão tola de trazer a presidente da CE, Ursula von der Leyen, para reuniões com o presidente Xi. Os chineses não ficaram satisfeitos. Os chineses a ignoraram e recusaram-se a ter qualquer cortesia diplomática. O político francês, Florian Filippo, informou no Twitter que Úrsula foi forçada no regresso a voar comercialmente e passar pela triagem regular de passageiros.
Após fracassar em influenciar Xi Jinping a se distanciar da Rússia, Macron lançou algumas bombas diplomáticas numa entrevista ao Politico durante o voo de volta a Paris: “A Europa deve reduzir a sua dependência dos Estados Unidos e evitar ser arrastada para um confronto entre a China e os EUA sobre Taiwan, disse o presidente francês, depois de uma visita de três dias à China. Depois de passar cerca de seis horas com o presidente chinês Xi Jinping, Macron enfatizou a teoria de “autonomia estratégica” para a Europa, presumivelmente liderada pela França, para se tornar uma “terceira superpotência”. Ele disse que “o grande risco” que a Europa enfrenta é “ficar presa em crises que não são nossas, o que a impede de construir sua autonomia estratégica”.
A China está fazendo mais do que conversações diplomáticas. Um navio que transportava 57 unidades habitacionais e 429 toneladas de fornecimentos para os sobreviventes do recente terremoto chegou ao porto de Lattakia (Síria) no domingo dia 9 de abril. Enquanto os EUA conduzem operações militares contra o governo da Síria em território sírio, os chineses fazem ajuda humanitária enviando uma mensagem clara de que a China é um amigo, não um inimigo.
Os chineses e os russos colaboram para criar uma nova moeda internacional com cada vez mais países usando a moeda chinesa, o Yuan, para fazer acordos comerciais anteriormente feitos em dólares. Duas semanas atrás, a China e o Brasil anunciaram um “acordo para negociar em suas próprias moedas, abandonando o dólar americano como intermediário.”
Não é um acontecimento isolado. A mudança para o Yuan ganhou força no ano passado. A quantidade de transferências internacionais em yuan atingiu 96,7 milhões de milhões de yuans (cerca de 14,14 milhões de milhões de dólares), um aumento de 21,48% anualmente, de acordo com dados do Banco Popular da China.
A verdadeira revelação é que a China e a Rússia expõem os Estados Unidos como um grande instigador de guerras e caos internacional. Além de unir os sauditas e os iranianos, a China e a Rússia trabalham com os sauditas para restaurar a adesão e o status da Síria na Liga Árabe. O apoio anterior dos árabes do Golfo ao esforço liderado pelos EUA/Reino Unido para derrubar o presidente da Síria, Assad, fomentando uma rebelião, evapora-se. Em vez disso, esses países estão agora trabalhando com a China e a Rússia para pôr fim às guerras civis no Iémen e na Síria.
E qual é a resposta dos EUA? Ameaçar mais sanções contra países que não estão dispostos a ceder às exigências dos EUA. Porém, os EUA, como o Grande Feiticeiro de Oz, estão a ser expostos como um velho rabugento escondido atrás de uma cortina.
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