O recente aparecimento de documentos confidenciais dos EUA/NATO sobre os militares ucranianos e a esperada "contraofensiva da primavera" de Kiev expôs que a desunião, a desconfiança e as divergências entre os EUA, países europeus e a Ucrânia, são sérias e pioram. O incidente prova ainda mais que Washington é o maior obstáculo para a comunidade internacional promover um cessar-fogo e negociações de paz para a atual crise na Ucrânia.
A CNN informou no sábado 8 de abril, que a investigação ocorre quando novos documentos surgiram cobrindo desde o apoio dos EUA à Ucrânia até informações sobre os principais aliados dos EUA, como Israel, ampliando as consequências alarmantes dos documentos anteriormente aparecidos.
"Eles
parecem reais", disse uma autoridade dos EUA à CNN sobre os
documentos postados nas redes sociais. Song Zhongping, um
especialista militar chinês e comentarista de TV, disse que os
documentos expõem "muitas desvantagens e deficiências das
forças militares ucranianas. O que não é uma boa notícia para a
Ucrânia."
O
vazamento, cuja fonte permanece desconhecida, revela a avaliação
dos EUA acerca do exército ucraniano em apuros, informou também
o
The New York Times. O material descreve "escassez crítica de
munições de defesa aérea" e discute "os ganhos que estão
a ser realizados pelas tropas russas em torno da cidade de Bakhmut."
Se o vazamento é real ou não, eles causaram danos em Kiev. Mesmo que esses documentos contenham informações fictícias, prejudicarão o moral dos militares ucranianos e a confiança dos países ocidentais em continuar a apoiar Kiev para ganhar a luta contra Moscovo.
A resposta das autoridades ucranianas mostra que Kiev está nervosa, e a investigação dos EUA prova que o incidente é muito sério. Considera-se que o vazamento dos documentos on-line, com base nas reações das partes relevantes, provavelmente foi causado pela desunião dentro dos próprios EUA. "Democratas e republicanos têm divergências de longa data sobre o preço que Washington deve pagar no apoio a Kiev para combater Moscovo. Muitos políticos dos EUA estão a perder a fé em derrotar completamente Moscovo, podendo querer usar esta divulgação para arruinar o plano existente de apoiar a Ucrânia e diminuir os fornecimentos dos EUA no novo plano."
Se o plano de uma "contraofensiva de primavera" não puder ser executado, e as contribuições dos EUA diminuírem, isso abalará ainda mais a determinação de outros membros da NATO em manter o seu apoio. Por outras palavras, a desunião, a divergência e a desconfiança entre os EUA, a Ucrânia e a NATO foram expostas pelo vazamento e continuarão piorando.
Song disse que o incidente também prejudicará os laços entre os EUA e seus aliados em todo o mundo. Os países que têm cooperação militar com os EUA estarão preocupados que os EUA sejam incapazes de manter os seus segredos e até mesmo fazer espionagem e vazar seus segredos para os media ou on-line.
O New York Times informou que os relatórios de inteligência vazados parecem indicar que "os Estados Unidos também estão a fazer espionagem aos principais líderes militares e políticos da Ucrânia, um reflexo do esforço de Washington para obter uma visão clara das estratégias de combate da Ucrânia".
"Como o programa PRISM vazado por Edward Snowden provou, os EUA estão espiando seus aliados, próximos ou não, e é assim que os EUA mantêm sua hegemonia", disse Song ao Global Times. "Mais importante, os EUA duvidam da determinação da Ucrânia em continuar a luta."
Washington espera que Kiev e seus aliados da NATO mantenham o conflito a todo custo, querendo um resultado irrealista e caro - a derrota completa da Rússia. Mas talvez a Ucrânia, depois de ter sofrido uma enorme quantidade de baixas sem progresso significativo no campo de batalha, queira buscar a possibilidade de um cessar-fogo e resolver seus problemas com a Rússia por meio de negociações. É por isso que os EUA estão espiando a Ucrânia, disseram especialistas, acrescentando que isso apenas prova mais uma vez que Washington é o maior obstáculo para uma solução política e pacífica para a crise.
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