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8 de abril de 2023

Assim vai o mundo. Atualidades...

Lembro-me de numas revistas humorísticas antigas que havia lá por casa ver uma gravura em que os delegados dos quatro países vencedores da 2ª Guerra Mundial sentados a uma mesa discutiam o tamanho da fatia que cabia a cada um do bolo Berlim. Noutra mesa enquanto isso, Estaline sentado à mesa sozinho banqueteava-se com um belo bife chamado China. A analogia com a atualidade está em que enquanto o ocidente rapa o tacho para se chafurdar na Ucrânia, a China, de parceria com a Rússia, vai fazendo um banquete com o resto do mundo.

Na Rússia, Xi Jinping elogia Putin e diz que a Rússia continua a ser um "parceiro inestimável" para a China: “A China e a Rússia são bons vizinhos e parceiros confiáveis. A China, juntamente com a Rússia, está pronta para proteger a ordem mundial na base do direito internacional.”

Perante isto, o ocidente observa com “preocupação” que a guerra da Ucrânia, longe de isolar a Rússia, acelerou a ascensão de uma ordem internacional pós-ocidental na qual o ocidente parece estar cada vez mais isolado do resto do mundo", deixando de ser também o poder militar hegemónico. Além da capacidade militar russa, a China "supera muitas das marinhas ocidentais combinadas", construindo navios de guerra modernos mais rapidamente do que os EUA.

Em termos económicos as coisas não estão famosas para o ocidente, a braços com mais uma crise e ter de suportar os custos da guerra na Ucrânia e um Estado falido. Apesar das sanções o valor das exportações russas de combustíveis atingem níveis recorde, outros países outros países aumentaram significativamente as suas compras, como a Índia, a Turquia, Marrocos e, claro, a China.

A China é o maior fabricante de carros mundial e o segundo exportador de carros. A Rússia o seu principal cliente. Os EUA e os seus fantoches europeus não querem entender que o mundo se tornou mais autossuficiente: os EUA deixaram de ter poder para sancionar ou bombardear outros países segundo os seus interesses. A “ordem mundial baseada em regras” ditadas pelos EUA, esboroa-se na sua impotência e nervosismo, enfrentando o dilema de uma 3ª guerra mundial (nuclear) ou ceder à multipolaridade.

Outro exemplo é a decisão da China de cooperar com as Forças Armadas de RPDC (Coreia do Norte) fortalecendo ainda mais a coordenação estratégicas. Mostrando elevada capacidade tecnológica, a Coreia do Norte testou um "drone nuclear" subaquático.

Ao regressar de Nova York, onde foi acusado, Donald Trump, fez um resumo da situação: “A economia americana está-se desmoronando, o dólar está a deixar de ser o padrão mundial. A comunidade mundial chegou perto de uma terceira guerra mundial nuclear, devida em grande parte à administração dos EUA, chefiada por Joe Biden.” “Os EUA estão enfraquecendo. A Rússia é aliada da China e a Arábia Saudita é aliada do Irão. Você poderia imaginar isto?”

Os grandes estrategas - e propagandistas - de Washington veem completamente anulada a sua política de “levar a democracia ao Médio Oriente” – sabemos no que isso se traduziu em destruição, miséria e mortes. A Síria e Arábia Saudita restauraram relações diplomáticas, possível graças aos esforços da Rússia e do Irão para estabilizar a situação na Síria, bem como os esforços de mediação da China para normalizar as relações entre o Irão e a Arábia Saudita. Também a Tunísia retomou relações com a Síria.

O Brasil e China firmaram um acordo para abandonar o dólar americano, usando as suas próprias moedas, nas transações comerciais e financeiras. Espera-se que o novo acordo "reduza custos" e "encoraje uma maior expansão do comércio bilateral e facilite o investimento".

O senador republicano, Marco Rubio, a propósito afirmou: “Em apenas cinco anos, não seremos mais capazes de ditar nada para ninguém com sanções, porque naquele momento haverá tantos países negociando no seu próprio dinheiro, e não no dólar, que simplesmente não lhes podemos impor sanções.” (que tristeza!!!)

Na Arábia Saudita, Mohammad bin Salman (príncipe herdeiro, primeiro vice-primeiro ministro e ministro da defesa) "não está mais interessado" em agradar os Estados Unidos, "não se importa" com o que Biden pensa dele. A Jordânia e o Bahrein restabelecem laços com o Irão procurando ter um relacionamento positivo com o Irão. A Arábia Saudita recebe o navio russo Almirante Gorskov, armado com mísseis hipersónicos em Jeddah, estando preparado um programa cultural para a tripulação. Antes tinha visitado Djibuti.

Na Malásia, o primeiro-ministro, Anwar Ibrahim, depois de uma reunião com o presidente Xi Jinping, disse tratar-se da proposta a criação do “Fundo Monetário Asiático”. "Não há razão para a Malásia não reduzir a dependência do dólar americano.”

Fazendo jus aquela gravura antiga, a NATO reúne-se para se enterrar mais no pântano ucraniano preparando uma contraofensiva. O Presidente checo, Petr Pavel, resumiu a situação: "Ocidente pode não ter recursos suficientes para novas grandes operações do exército ucraniano na frente." Porém, Biden e os seus neocons precisam de mais uma vitória dita de Pirro para ajudar na próxima eleição. O que isso signifique para os povos ucraniano e da UE, não conta.

Segundo dados factuais em: Intel Slava Z – Telegram



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