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25 de abril de 2023

 

A rebelião contra o império do dólar se alarga

Em poucos meses, a rebelião contra o império americano se traduziu em fatos: a participação do dólar nas reservas mundiais caiu para 47% em 2022. A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, foi obrigada a declarar: “Existe um risco quando usamos sanções vinculadas ao papel do dólar que, com o tempo, podem minar a hegemonia do dólar”.


Enquanto o secretário de Defesa dos EUA, Austin, convoca o "Grupo de Contato de Defesa Ucraniano" na Alemanha para fornecer mais armas a Kiev e alimentar a guerra na Europa, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, está visitando o Brasil, Venezuela, Nicarágua e Cuba. Na América Latina, que os Estados Unidos consideram seu “quintal”, está nascendo um projeto que, à medida que se desenvolve, minaria os alicerces do poderio econômico dos Estados Unidos na região. Brasil e Argentina chegaram a um acordo para criar uma nova moeda comum a ser usada no lugar do dólar nas trocas comerciais entre os dois países e com outros países latino-americanos. No Brasil, Lavrov se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,

O mesmo objetivo é afirmado no comunicado à imprensa sobre a parceria estratégica entre Brasil e China, divulgado ao final da visita do presidente Lula a Pequim: “Brasil e China concordaram em fortalecer suas trocas em moedas locais”. Os dois países, fazendo parte dos BRICS, também concordaram em promover conjuntamente o Novo Banco para o Desenvolvimento, a principal instituição financeira dos BRICS alternativa ao Banco Mundial dominado pelos EUA. Mesmo no comércio entre China e Rússia, que dobrou em um ano, as respectivas moedas são usadas no lugar do dólar. O mesmo critério é utilizado nos acordos que a China conclui com um número crescente de países da Eurásia no âmbito da “Nova Rota da Seda”.

Diante da crescente rebelião contra o império do dólar, pilar do domínio ocidental, os chanceleres do G7, reunidos no Japão, responderam com um verdadeiro comunicado de guerra: anunciaram novas sanções contra a Rússia e exortaram a China e outros países a "deter a assistência de guerra, ou sofrerão graves custos". E enquanto os Estados Unidos e seus aliados mobilizam forças crescentes, inclusive nucleares, contra a China, os ministros das Relações Exteriores do G7 estão alertando a China para "abster-se de ameaças e do uso da força".

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