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24 de outubro de 2024

A cimeira dos BRICS e parceiros, cheque ao hegemónico

 O desconforto do hegemónico traduz-se nas omissões e deturpações dos media ao seu serviço. Primeiro a cimeira era um grupo de amigos de Putin, depois andaram a catar na intervenção de Xi Jinping o que poderia passar por afastamento de Putin (!) quando criticava os EUA e a NATO na Ucrânia, Xi referiu-se à necessidade urgente de reformar a arquitetura financeira internacional”, os BRICS “devem desempenhar um papel de liderança” na promoção de um novo sistema que reflita melhor as mudanças profundas no equilíbrio económico internacional de poder." “Devemos construir um BRICS pacífico e agir como defensores da segurança comum.”

Os media tudo fazem para que a cimeira passe despercebida na opinião pública, na realidade, com a presença de uns 24 chefes de Estado e o secretário geral da ONU, a Rússia, junto com membros do BRICS, elevou o grupo a um nível internacionalmente mais elevado, com 6 organizações internacionais e representantes de 36 países, incluído os que pretendem aderir ou formar parcerias com o BRICS, que se tornou a grande oportunidade para muitos países, nomeadamente de África, se libertarem do neocolonialismo.

Os países do BRICS representam 3,6 mil milhões de pessoas, 45% da população mundial, 36% do PIB global em paridade de poder de compra, superando os 29,3% do G7 e os 14,5% da UE. O crescimento previsto do BRICS em 2024 é de 4%, contra 1,7% do G7. Putin no Fórum Empresarial do BRICS. afirmou que detêm 45 milhões de milhões de riqueza investível.

A realidade é que que não entra nas cabeças formatadas por Washington que o BRICS agora representam quase metade da população mundial e um terço de sua economia. A nível mundial têm 21,4% das reservas de ouro; 23,8% de cereais; 53,3% carne; 52,3 do gás; 42,7% do petróleo; 40,8 do carvão; 72% das terras raras, 75% do manganês e 50% do grafite".

A pesporrência de no ocidente alargado se considerarem a "comunidade internacional", acabou, tal como as ilusões de isolar a Rússia. Claro que esses "comentadores" por aí continuam inventando todos os dias vitórias de Kiev e Putin desesperado a pedir auxílio ao Irão e à RPDC! Sem comentários, a sua credibilidade deve ser confrontada com o que foram dizendo ao longo do tempo.

Em tudo isto, os mais próximos do império, demonstram o seu nervosismo. A Bomberg, diz: “Putin recebe líderes do BRICS, mostrando que está longe de ser isolado”. O presidente russo mostrou que “não era um pária” e que poderia enfrentar o Ocidente para remodelar a ordem global, "uma  mensagem que ressoa pelos países do mundo emergente."

O The Guardian, que pelos vistos tem andado distraído, chamou a cimeira de "retorno de Putin ao cenário mundial", provando que ele está longe de ser isolado. O jornal reconheceu que o Ocidente estava "enfurecido" porque o Secretário-Geral da ONU, Guterres, também compareceu vindo a ter  uma reunião bilateral com Putin.

A Sky News, afirma que o Sul Global demonstra seu interesse em se juntar ao BRICS, pois continua "surdo" à retórica anti-Rússia no Ocidente, admitindo que "a ótica não poderia ser melhor" para Putin. “Ele está apertando as mãos esta semana não apenas de um líder mundial, ou dois, mas a mais de 20”, descrevendo o presidente russo como “positivamente radiante” durante uma série de reuniões individuais.

A Newsweek destacou que a cimeira foi “uma demonstração de força diante das sanções e da tentativa de isolamento geopolítico” e “servirá como uma plataforma para essas nações afirmarem seu desafio contínuo ao domínio global americano e encontrarem caminhos alternativos para os assuntos mundiais”.

O Bild da Alemanha chamou à cimeira dos BRICS “grande show de poder de Putin”. "o líder russo procura usar o BRICS “para desafiar os estados do G7” e “quebrar o domínio dos EUA”.

Por seu lado, Putin observou que os países BRICS aderem aos princípios de paz, justiça e igualdade. Estas nações são solidárias, trabalhando em direção à cooperação intensificada no cenário global.

Fonte - Geopolítica ao vivo – Telegram

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