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31 de outubro de 2024

Acerca de uma guerra entre Israel e o Irão

É provável que uma grande guerra entre Israel e o Irão ocorra em breve – afirmou o Ministro da Defesa de Israel, Gallant. Ela terá início quando Israel lançar um ataque ao Irão, há muito cogitado. Gallant prometeu que o ataque será “letal, preciso e surpreendente, o Irãonão entenderá o que aconteceu, nem como”. Uma frase enigmática.

O Pentágono sempre se opôs a uma guerra total entre os EUA e o Irão. Por quê? Todos os “jogos” de guerra realizados ao longo de anos resultaram na derrota dos Estados Unidos.

Não houve sinal da resposta letal prometida por Gallant. A resposta "letal e surpreendente", espera as baterias de mísseis antibalísticos THAAD e as tropas americanas que as operarão em Israel. Em 1 de outubro, o Irão provou a sua capacidade de saturar as capacidades da defesa aérea israelita por meio de duas vagas sucessivas de mísseis balísticos. A questão dos THAAD é que, Israel está ficando sem mísseis de interceção e, por outro lado, quer atrair os EUA para uma guerra com o Irão, muito mais importante para Netanyahu do que uma questão de prazos. Netanyahu quer esta guerra há 25 anos. Agora ele vê-a tomando forma numa conjuntura nos EUA em que os candidatos dos dois partidos, competem para declarar fidelidade a Israel.

Caso Teerão seja ameaçada, pode evoluir para um grande conflito com a Rússia. O genocídio de Israel em Gaza e seu bombardeamento desumano de civis no Líbano – para além de todas as regras de guerra – tentando forçar a submissão pelo terror, transformou a Rússia numa parceira total do Irão. A Rússia tem complementado as defesas iranianas com seus próprios sistemas de primeira linha.

No entanto, o papel da Rússia provavelmente irá limitar-se a fornecer assistência de defesa ao Irão: ISR (Inteligência, Vigilância, Reconhecimento); seu mais recente sistema de guerra eletrónica; certos mísseis e possivelmente mísseis de defesa aérea S-400. A Rússia terá um interesse primordial em observar o desempenho dessas armas. Se funcionarem bem, isso dará um grande impulso à dissuasão geral russa. Para sionistas e neoconservadores norte-americanos, o caminho para aniquilar Moscovo pode também passar pelo Irão derrotado e descapitalizado. Portanto, a vitória do Irão é de grande interesse para a Rússia.

Entusiasmados com a liquidação de grande parte da liderança do Hezbollah os neocons podem achar que um novo Médio Oriente liderado pelo sionismo pode nascer. Será que o Pentágono intervirá para interromper a marcha para o conflito – como fizeram com os planos de escalada de Blinken na Ucrânia? Parece improvável. Eles têm apoiado Israel sem reservas até agora e concordaram em enviar as baterias THAAD.

No entanto, enfrentar o Irão – apoiado pela Rússia e pela China – não é pouca coisa: será realmente “vencível”? E se Israel perder – e, portanto, os Estados Unidos perderem? Seria uma humilhação que abalaria todo o mundo ocidental.

Afirma o analista James Kroeger: O Pentágono provavelmente não vai concordar com planos para atacar os campos de petróleo do Irão ou a sua indústria nuclear subterrânea. O que o Pentágono não aprovaria seria o uso de armas nucleares, porque isso poderia ser suficiente para desencadear a guerra total que o Pentágono teme. Mas e se Israel, depois de aceitar a ajuda dos Estados Unidos para lançar uma bomba convencional ‘bunker buster’ contra o líder supremo, decidir lançar uma bomba nuclear tática ou estratégica para destruir completamente a cadeia de comando do Irão?

A intenção de Israel não é evitar uma guerra total com o Irão, mas sim deflagrá-la e o uso de uma bomba nuclear em Teerão faria exatamente isso. Se após esse ataque, o Irão responder atacando Israel com tudo o que tem, o Congresso poderia aprovar uma Declaração de Guerra contra o Irão. Os media corporativos, o Departamento de Estado e o Congresso seriam convocados para negar que as armas nucleares foram usadas e, em seguida, dar desculpas emocionais sobre por que Israel precisou usar suas armas nucleares “para se defender”, repetindo: pobre Israel, ameaçado de aniquilação por terroristas, recorreu às únicas armas que lhe restavam para derrotar o mal que estava enfrentando…”.

Loucura? Sim. No entanto, as palavras de Gallant sobre o ataqueletal, preciso e surpreendente: o Irão não entenderá o que lhe aconteceu, nem como” – são palavras estranhas, mas encaixam perfeitamente na tese de Kroeger. Grande incógnita: a posição que o Pentágono vier a tomar.

Fonte: https://strategic-culture.su/news/2024/10/27/a-stunning-de-capitation-the-netanyahu-madness/

Esta situação parece confirmar-se, com declarações de ambos os lados. As tensões regionais estão ao rubro após os ataques israelitas de 26 de outubro, que Telavive e Washington alegaram ter sido um grande sucesso. Teerão disse que foram amplamente neutralizados e que Israel enfrentaria “golpes esmagadores” em resposta à agressão. Israel, alertou que se o Irão cometesse o "erro" de responder ao ataque, "atingiria com extrema força tanto as capacidades quanto os lugares que poupamos desta vez". Por seu lado o Ministro da Defesa iraniano disse que o Irão pode repetir ataques em massa de mísseis e drones contra Israel "dezenas" de vezes se provocado. "A capacidade defensiva do Irão é alta", acrescentando que 90% dos mísseis iranianos atingiram seu alvo, e que Israel tentou encobrir esse fato. O Irão considera os ataques de 26 de outubro como uma "clara violação" do direito internacional, acrescentando que "se considera no direito e na obrigação de se defender". Geopolítica ao vivo – Telegram 30/10


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