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27 de outubro de 2024

Qual o significado do Plano de Zelensky?

Carlos Branco Maj General

presidente Zelensky apresentou publicamente, com grande pompa e circunstância, primeiro no parlamento ucraniano (16 de outubro) e, posteriormente, aos dirigentes europeus (17 de outubro) um documento que apelidou de Plano da Vitória (daqui em diante, Plano), cuja implementação permitirá, segundo ele, terminar a guerra na Ucrânia, no máximo em 2025.

O documento é composto por 5 pontos e 3 adendas secretas. O primeiro ponto de natureza geopolítica; o segundo e o terceiro de âmbito militar; o quarto do foro económico; e o quinto dedicado a aspetos de segurança. Os quatro primeiros pontos são para serem implementados durante a guerra, e o quinto após o seu términus, de relevância difícil de descortinar num documento com esta finalidade.

Para além de declarações vagas e ambíguas, não é claro qual o ‘end state’ de Kiev: recuperar os territórios ocupados pela Federação da Rússia, ou fazer cedências territoriais? E com que configurações? Afinal o que significa vitória para Kiev? Esta indefinição inviabiliza, à partida, uma discussão sobre o alcance do “Plano”.

Com estas e outras apresentações, Zelensky procurou ganhar adeptos para a sua causa. A tentativa de avançar agora com um “Plano” para ganhar a guerra levanta-nos dúvidas sobre qual é o atual plano de ação ucraniano, e sobre o que vier a ser adotado caso este agora proposto não venha a ser implementado, dada a sua dependência de fatores exógenos, que fogem à decisão e ao controlo de Kiev. São mais as perguntas do que as respostas.

Na prática, o “Plano” de Zelensky não é um plano, mas sim uma lista de desejos já conhecidos que não tiveram do antecedente recetividade, mas que se espera poder concretizar recorrendo à insistência. Das muitas medidas, algumas sem sentido – assinar acordos para a extração de minérios com a UE e os EUA; utilizar soldados ucranianos para substituir os norte-americanos na defesa da Aliança – salientam-se, à cabeça, a adesão da Ucrânia à NATO e a utilização do armamento ocidental para atacar a profundidade estratégica da Federação da Rússia. Por outras palavras, levar a guerra para território da Rússia e fazer sentir à população russa a dor causada pela guerra, na esper de conseguir com isso provocar uma revolta e a deposição de Putin.

Com estas e outras apresentações, Zelensky procurou ganhar adeptos para a sua causa. A tentativa de avançar agora com um “Plano” para ganhar a guerra levanta-nos dúvidas sobre qual é o atual plano de ação ucraniano, e sobre o que vier a ser adotado caso este agora proposto não venha a ser implementado, dada a sua dependência de fatores exógenos, que fogem à decisão e ao controlo de Kiev. São mais as perguntas do que as respostas.

Na prática, o “Plano” de Zelensky não é um plano, mas sim uma lista de desejos já conhecidos que não tiveram do antecedente recetividade, mas que se espera poder concretizar recorrendo à insistência. Das muitas medidas, algumas sem sentido – assinar acordos para a extração de minérios com a UE e os EUA; utilizar soldados ucranianos para substituir os norte-americanos na defesa da Aliança – salientam-se, à cabeça, a adesão da Ucrânia à NATO e a utilização do armamento ocidental para atacar a profundidade estratégica da Federação da Rússia. Por outras palavras, levar a guerra para território da Rússia e fazer sentir à população russa a dor causada pela guerra, na esperança de conseguir com isso provocar uma revolta e a deposição de Putin.


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