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9 de outubro de 2024

Mais uma negociata ruinosa em que é fértil o Bloco Central das negociatas

 De Carlos Coutinho .

ASCENDER a presidente do Conselho Europeu é um voo de alto risco e tem um preço ainda mais elevado que António Costa pagou com língua de palmo e absoluta obcecação, apesar do coro de descontentes e esclarecidos que então se levantou contra essa decisão em várias reuniões do PS. 
   Agora todos ficámos a saber que a Efacec, afinal, não tinha de ser nacionalizada para conservar o acesso ao crédito bancário, como então o ainda primeiro-ministro alegou, mentindo reiteradamente, porque, por ambições pessoais inconfessáveis, precisava de a reprivatizar. E foi o que fez, logo a seguir, com um prejuízo de 564 milhões de euros a pagar por todos nós.
   Isto é o que uma auditoria do Tribunal de Contas concluiu no seguimento de uma análise profunda da operação costista que foi perpetrada e imposta sem “fundamentação técnica e independente, do interesse público” e, seguidamente, já nas mãos do ministro empresário António Costa Silva, foi vendida pelo preço da uva mijona, ao Mutares, um fundo de investimentos alemão que nela injetou 15 milhões de euros em capital, providenciando garantias para empréstimo no valor de 60 milhões de euros.
   Já agora, saiba-se que a Efacec fora capciosamente nacionalizada no verão de 2020, na sequência do arresto preventivo dos bens detidos por Isabel dos Santos, filha de um presidente de Angola que apodreceu muito antes de morrer no estrangeiro. A airosa senhora detinha uma participação indireta de 71,73% naquela grande empresa de engenharia e tecnologia. Quatro anos depois, o Tribunal de Contas diz a quem queira saber da tranquibérnia que “nenhum dos objetivos da nacionalização foi alcançado” e que, até maio, a reprivatização custou aos cofres públicos 484 milhões de euros: 445 milhões suportados pela Parpública, 35 milhões suportados pelo Banco de Fomento e 4 milhões gastos em avaliações e assessorias do processo. O risco é o de que o valor suba até aos 564 milhões de euros, devido às responsabilidades contingentes assumidas pelo Estado, no montante de 80 milhões.
    O então ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, transpirando patriotismo por todos os poros”, disse na conferência de imprensa que se seguiu à reunião desgraçada do Conselhos Ministros que, felizmente, acabava de ser salva uma empresa “centenária, com reputação e experiência de excelência na engenharia portuguesa”, além de “exportadora”. Invocou o interesse público para “resolver o impasse acionista” e a necessidade de assegurar um futuro à Efacec, garantindo haver interessados na sua reprivatização. 
   Pelo menos neste último ponto, não mentiu. " Facebook de Carlos Coutinho

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