1 Grande manifestação no centro de Loñdres
A
Polícia Metropolitana disse que era difícil estimar com precisão a
participação, mas que o protesto “parece ser maior do que outras
manifestações recentes”.
Multidões
se estendiam de Downing Street a Trafalgar Square enquanto oradores,
incluindo o ex-líder trabalhista Jeremy Corbyn, se dirigiam aos
manifestantes.
As pessoas
podiam ser vistas carregando bandeiras palestinas e segurando cartazes
com mensagens como “cessar fogo agora” e “tirem as mãos do Líbano” e fim
dos bombardeamentos no Líbano. Uma boa lição também para o actual
primeiro ministro inglês com as suas posições direitistas no plano
internacional "
O alerta esquecido de Einstein e Hannah Arendt
por Viriato Soromenho-Marques - DN
Depois
de meses a ser desafiado, o Irão atacou alvos militares em Israel. A
resposta de Telavive pode iniciar uma reação bélica em cadeia. Como
chegámos a este absurdo de parte do nosso futuro coletivo depender de
uma figura tão hedionda como Netanyahu?
Em
04 12 1948, o New York Times publicou uma Carta aos Editores assinada
por 27 personalidades judaicas de relevo, incluindo o físico Albert
Einstein e a filósofa Hannah Arendt. Desde 1947 que a violência entre
árabes e judeus marcava o cenário político na Palestina. Os subscritores
da carta, muitos deles cidadãos dos EUA, escreveram, não para apoiar
Israel, independente desde 14 de maio desse ano, mas para lançar um
alerta em relação a uma visita considerada perigosa para o mundo
inteiro: Menachem Begin (1913-1992). O teor dessa missiva, ignorado como
as profecias de Cassandra, explica-nos como foram criminosas as décadas
de cumplicidade dos EUA e da Europa com os abusos de Israel. Do
apartheid passámos ao genocídio, e agora a uma possível conflagração
global.
Os autores da
carta denunciavam a visita de Begin aos EUA, pouco antes das primeiras
eleições israelitas (25 01 1949). Para os subscritores, o passado
“fascista” de Begin estava a ser branqueado, enganando todos aqueles que
até 1945 tinham travado uma longa guerra contra o nazi-fascismo. A
carta recorda que o Partido da Liberdade (Tnuat Haherut) de Begin é
“muito semelhante, na sua organização, métodos, filosofia política e
apelo social, aos partidos nazi e fascista.” Begin formara em 1943 uma
organização terrorista contra a administração britânica na Palestina, o
Irgun, que em 1946 fez explodir o Hotel Rei David em Jerusalém, matando
91 pessoas. Prossegue a carta: “as declarações públicas do partido de
Begin (…) hoje falam de liberdade, democracia e anti-imperialismo,
quando até há pouco tempo pregavam abertamente a doutrina do Estado
fascista.” Exemplificam com o massacre, em 9 de abril desse ano, da
aldeia árabe de Deir Yassin. Quase todos os 240 habitantes foram
assassinados. Com orgulho, os terroristas do Irgun convidaram os
correspondentes estrangeiros a fotografar os cadáveres nos destroços da
aldeia, enquanto os “sobreviventes desfilaram como cativos pelas ruas de
Jerusalém”. O partido de Begin é ainda acusado de “no seio da
comunidade judaica pregar uma mistura de ultranacionalismo, misticismo
religioso e superioridade racial.”
Corretamente,
a carta define o fascismo e o nazismo pelo método e não pela etnia.
Confirmam que a organização política de Begin tem “a marca inconfundível
de um partido fascista para o qual o terrorismo (contra judeus, árabes e
britânicos) e a deturpação são meios, e um ‘Estado Líder’ é o
objetivo.”
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