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16 de maio de 2021

TOTALITARISMO - 1

 Diz a propaganda imperialista que “a dinâmica internacional é entre o totalitarismo e a democracia e que não há “equidistância”. Por totalitários entendem todos os Estados que se “afastam do modelo liberal”. Para as pessoas se entenderem é necessário que as palavras tenham significados bem definidos e comuns. Porém, na manipulação os eufemismos são regra, isto é, as palavras perdem o sentido estabelecido pelo léxico original, ganhando o necessário à aceitação das políticas que o império conduz. Assim, “modelo liberal” significa realmente “capitalismo monopolista transnacional” e a égide do dólar. Lembremos que o termo “tirano” na Grécia antiga se referia a um líder democrático popular em oposição ao poder aristocrático.

Assim totalitários, são todos os Estados que não se submetam aos ditames imperialistas. Pelo contrário, ditaduras militares, fascismos, extrema-direita, são ou podem vir a ser “liberais”, pois alinham com o imperialismo para combater políticas visando o socialismo, a soberania nacional, a participação popular no progresso social, isto é, formas apontadas como “totalitárias”.

A consciência das vastas massas populares é condicionada pelos eufemismos, que em primeiro lugar os media divulgam fazendo-se eco das posições e estratégias da direita ou se se preferir das direitas, embora as aparentes divergências desapareçam quando se trata de combater reais e consistentes políticas de esquerda.

A CIA controla os principais media dos EUA desde 1950. Os media não fornecem notícias, fornecem explicações de acordo com a oligarquia, garantindo que notícias reais não interferem nos seus objetivos. O livro “Jornalistas Comprados” (Gekaufte Journalisten) do jornalista alemão Udo Ulfkotte mostra que a CIA também controla a imprensa europeia. (http://www.informationclearinghouse.info/55571.htm)

Vimos e vemos como escandalosas ingerências, sanções, agressões militares, ocorrem perante a indiferença geral, sem que as pessoas tenham a mínima ideia do que se passa ou mesmo as apoiem cegamente.

O aparente pluralismo político ou informativo, do tal “modelo liberal” não passa afinal de um totalitarismo controlado pela oligarquia que sendo os seus interesses minimamente beliscados põe em campo os seus agentes políticos e mediáticos (“comentadores”), mesmo argumentistas de séries da TV, etc., para combaterem ideias que não lhes sejam favoráveis. O resto fica sujeito à censura do chamado “critério editorial” que a oligarquia domina.

Determinadas ONG, não passam de extensões de serviços secretos, assumindo formas legais, alegadamente defensoras da democracia e direitos humanos. O seu objetivo é a desestabilização social e a fabricação de bem pagos “democratas” ao seu serviço, dramatizando quaisquer problemas existentes ou ficcionados, anunciando cataclismos que resultariam de medidas socializantes ou consideradas como tal.

Exemplo gritante da instrumentalização das ONG, já não falando da NED, é a Amnistia Internacional, especialista em silenciar os crimes do imperialismo, que ignora Julian Assange, e alterou as suas próprias regras para voltar a incluir o ativista de extrema-direita Navalny como “prisioneiro de consciência” (na realidade condenado por corrupção).

Aquilo a que chamam “democracia liberal” é na realidade um totalitarismo, uma “democracia oligárquica”, uma contradição nos termos, é certo, mas que representa a realidade nos países capitalistas onde as lutas populares do passado impuseram formas e constituições democráticas, subvertidas depois pelos critérios económicos do neoliberalismo – a infraestrutura (Marx) – dando efetivo poder à oligarquia sobretudo a financeira, embora mantendo certos formalismos democráticos.

O financiamento de candidatos favoráveis aos interesses da oligarquia constitui também um grave ataque à democracia. As eleições nos EUA são disto mais um gritante exemplo: em 2016 os bancos despenderam 2 mil milhões de dólares a favor dos “seus” candidatos. Em 2020 mais de 3 mil milhões. (https://resistir.info/eua/requiem_americano.html)

A universidade de Princeton publicou um estudo, evidenciando que os Estados Unidos funcionam muito mais como uma oligarquia do que como uma democracia. De facto, nos EUA como na UE, a maioria da população não tem nenhuma ideia que se vive em função de um império que se pretende global e de um poder oligárquico, que recorre ao fascismo e se necessário à guerra para se exercer.


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