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31 de maio de 2021

UE - um processo irregular e lento de vacinação

O 'apartheid' da vacinação é um espelho do capitalismo neoliberal.

(...) No caso específico da UE, a vacinação mostra claramente as prioridades de uma entidade liderada por uma elite parasita (senão corrupta), sujeita em grande parte ao poder financeiro-empresarial. Não é por acaso que na UE a vacinação tem sido um processo irregular e lento (três ou quatro vezes pior do que no Reino Unido ou nos EUA), que tem gerado sofrimento e mortalidade elevados que poderiam ter sido amplamente evitados. Em primeiro lugar, pela  opacidade  das negociações dos contratos com as empresas farmacêuticas, onde as informações têm sido sistematicamente ocultadas, bem como  a ineficácia nas decisões e recomendações de uma burocracia ineficiente que tem gerado confusão, ceticismo ou mesmo perplexidade entre os cidadãos. Exemplos disso são a necessidade de manter o equilíbrio de poder interno franco-alemão com um pedido inicial de 300 milhões de vacinas da BioNTech (alemã) e tantas da Sanofi (francesa), desprezando e adiando pedidos de outros laboratórios por meses, ou a lentidão de ação e atrasos no trabalho realizado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) que regulamenta a segurança e eficácia dos produtos farmacêuticos (por exemplo, atrasando a aprovação da vacina russa Sputnik V). E, em segundo lugar, pela  submissão da Comissão Europeia aos lobbies  ao serviço das grandes empresas (na UE existem 15.000 lobistas a tempo inteiro). A Big Pharma  gasta muitos milhões de euros anualmente para pressionar a UE, permitindo que as empresas farmacêuticas recebam muito dinheiro adiantado, renegociem preços em alta e até violem contratos assinados sem cláusulas que as obriguem a cumprir os prazos acordados ou serem sancionadas.

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