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4 de novembro de 2023

A Ucrânia e os “marretas” da SIC Notícias

 Na SIC Notícias aparecem dois “marretas” que ao contrário dos originais do Muppet Show não têm graça nenhuma, seja o “marreta” barbudo, seja o “marreta” choninhas. Pela sanidade mental de qualquer pessoa deve-se ocupar o tempo de forma mais útil. Recentemente calhou ver o choninhas a parodiar – a intenção devia ser o contrário – a derrota da Rússia na Ucrânia, mostrando um vídeo de tanques ditos russos destruídos, que já tinha aparecido no telegram com Leopard e outros. A comédia podia servir para a gente se rir, se não fossem assuntos com os quais não se brinca. Aliás a técnica deles segue Kiev e é simples, como num certo fado “Estranha contradição”, assim é de facto: “onde era Rússia digo Ucrânia, e onde era Ucrânia digo Rússia”. 

Um texto de Moon of Alabama põe as coisas nos devidos termos: A guerra está perdida, Zelenski tem de sair, os EUA falharam – mais uma vez. Há um ano Zelensky na capa da Time era eleito “homem do ano”, no passado 30 de outubro a capa mostra um Zelensky isolado com o título: “Ninguém acredita na nossa vitória como eu”. Depois das enormes perdas, da contraofensiva Zelensky sob o efeito da cocaína, como tem sido alegado, leva o povo ucraniano ao genocídio.

Citando um soldado na frente da contraofensiva, citava a Economist : as perdas ucranianas aumentaram a níveis alarmantes. "É infernal. Cadáveres, cheiro de cadáveres, morte, sangue e medo. Nem um cheiro de vida, apenas o fedor da morte." Unidades como a sua tinham mais chance de morrer do que sobreviver. Alguns nem veem a primeira batalha."

Apesar dos recentes reveses Z não pretende desistir de lutar ou processar por qualquer tipo de paz. "Ele se ilude", diz-me frustrado um de seus assessores mais próximos. "Estamos sem opções. Não estamos ganhando. Mas tente dizer-lhe isso."

Diz o comandante das FAU, Dmitry Kukharchuk, em entrevista ao Channel Five: No início da guerra, todos os ucranianos estavam prontos para defender o país, havia muitos voluntários. Após a retirada das tropas russas de Kiev, a situação mudou. "Logo a seguir, havia teses na comunicação social de que o exército russo não sabe lutar, que em princípio a vitória será dentro de uma ou duas semanas, no máximo um mês. Isso primeiro na primavera, depois no verão, depois no outono, depois no inverno, sem especificar qual inverno, vamos para a Crimeia. Quebramos a visão da realidade. Mas isso não aconteceu na Rússia. Começaram a perceber que a guerra não lhes ia ser fácil. Eles perceberam que teriam que lutar por muito tempo", acredita Kukharchuk.

"É por isso que estamos perdendo. Napoleão, Hitler e várias outras pessoas que buscaram a guerra com a Rússia, tiveram que aprender a nunca subestimar a profundidade de seus recursos. Agora, a NATO, os EUA e seus representantes europeus, estão aprendendo essa lição. O frio também tornará os avanços militares mais difíceis, bloqueando as linhas de frente pelo menos até a primavera. Mas Zelensky se recusou a aceitar isso. "Congelar a guerra, para mim, significa perdê-la", diz.

"Não estamos avançando", diz um dos assessores próximos de Zelensky. Alguns comandantes da linha de frente, começaram a recusar ordens para avançar, mesmo quando vinham diretamente do gabinete do presidente. "Eles só querem sentar nas trincheiras e segurar a frente",

Em alguns ramos das Forças Armadas, a falta de pessoal tornou-se ainda mais grave do que o déficit de armas e munições. Um dos assessores próximos de Zelensky diz-me que, mesmo que os EUA e seus aliados cheguem com todas as armas que prometeram, "não temos homens para usá-las".

Os velhos problemas da Ucrânia, principalmente a corrupção, persistem. "As pessoas estão roubando como se não houvesse amanhã." Diz o texto da Time.

Tenho certeza de que o Conselho de Segurança Nacional, assim como o Departamento de Estado, está procurando uma alternativa que parece ser Alexey Arestovich, que fez parte do gabinete presidencial, deixando-o depois de um escândalo em janeiro de 2023. O endurecimento da sua retórica começou após sua viagem aos Estados Unidos. Se Zelensky resistir a acabar com a guerra então será "mudado" nas eleições e Arestovich apoiado por uma certa parte das elites ocidentais.

Na sua “grande estratégia” a Casa Branca vira-se para a Ásia. Porém, os EUA estão na Ucrânia, num conflito completamente desnecessário que os próprios EUA causaram, e novamente no Médio Oriente com Gaza em chamas, e a incerteza pela frente.

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