Os EUA criaram mais um caos de que não sabem como sair. Fazem lembrar “o aprendiz
de feiticeiro”. Criaram a Al-qaeda para combater a orientação socialista no Afeganistão, ditaduras, revoluções coloridas, gente desacreditada e corrupta, valeu tudo, ao abrigo da
retórica do seu execionalismo: "Somos o número um – é melhor você acreditar. Ninguém se compara." . Foram perdendo as guerras em que se meteram, mas o execionalismo ficou em cheque na Síria, acabou na Ucrânia, agora o monstro que criaram em Israel, deitou as garras de fora, arrastando o seu criador.
Quanto ao Hamas parece-nos esclarecedor o que Alastair Crooke escreveu. Mas há outros aspetos que colocam a posição de Israel e dos EUA em complicados dilemas. Um dos problemas dos nazis foi como matar populações em massa, embora se preocupassem com o secretismo e problemas psicológicos sobre a tropa regular. Parece que isso não incomoda os fascistas de Telavive, mas devia.
Raros países no mundo os apoiam abertamente, mesmo na UE/NATO disfarçam o incómodo com inúteis votos piedosos. Israel pode matar indiscriminadamente, mas tem vários problemas. A ferocidade dos ataques de vingança de Israel contra o povo de Gaza transformou-se em genocídio, isola-o do resto do mundo, exceto dos EUA e aliados. A economia que não irá sobreviver sem o apoio financeiro e militar dos EUA e o tempo. Até quando pretendem manter esta situação? Seria bom que Netanyahu pusesse os olhos no resta agora de Zelensky.
Até 9 de novembro, segundo cálculos do Ministério da Saúde de Gaza, tinham sido mortos em Gaza 11 078 pessoas, 27 498 feridos, estimando-se 2 700 desaparecidos sob os escombros. Considerando que 30% dos feridos morre e incluindo os desaparecidos na lista dos mortos, significa uma média de 667,4 mortes diária. Ou seja, para matar metade da população Israel demoraria 4,7 anos, e ainda lhe restavam 1,15 milhões de “animais humanos”. Claro que há a fome e a doença a que o ódio racista quer reduzir os seres humanos de Gaza. Não vai consegui-lo. A posição do Hezbollah é, com apoio dos países árabes, que irá intervir se tal estiver a acontecer.
O que é espantoso em tudo isto, é que nem uma sanção, nem sequer a sua ameaça, nem o desacreditado TPI a pronunciar-se. A questão é que Israel é peça chave da pretendida hegemonia mundial dos EUA. Mas os EUA entraram em sua própria armadilha de isolamento "Na ONU, Rússia e China os chamados países isolados, estão alinhadas com o resto do mundo. E o único país vetando o cessar-fogo, etc., na verdade isolado é o império dos EUA." Garland Nixon em, The Critical Hour.
Craig Mokhiber, diretor do escritório de Nova York do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, renunciou, chamando o assassinato de palestinos de "um caso de genocídio". O secretário-geral adjunto da ONU classificou o ataque ao campo de refugiados de Jabalya, em Gaza, como uma atrocidade. A violência dos colonos na Cisjordânia tem aumentado constantemente nos últimos anos, atingiu recorde mensal em outubro.
Conforme escreve o ex-diplomata indiano M. K. Bhadrakumar: A ligação árabe-iraniana anulou a política dos EUA no Médio Oriente, que já não dominam. Há dias na ONU representantes da China e Emiratos Árabes Unidos leram uma declaração conjunta à imprensa para promover um cessar-fogo em Gaza. O presidente iraniano, Raisi foi convidado para falar sobre os crimes de Israel em Gaza numa cimeira especial de países árabes, a ser organizada em Riad.
Na Síria, os EUA conseguiram colocar os Estados da região uns contra os outros e o resultado é evidente nas ruínas daquele país. No auge do conflito, várias agências de serviços secretos ocidentais operaram livremente na Síria, ajudando grupos terroristas a devastar o país cujo pecado foi que, como o Irão, priorizou a sua autonomia estratégica e políticas externas independentes.
Os Estados Unidos e Israel conseguiram fragmentar o Médio Oriente exagerando ameaças por parte do Irão, aproveitando para vender enormes quantidades de armas e tornar o petrodólar um pilar fundamental do sistema bancário ocidental. Israel, beneficiou diretamente da demonização do Irão para desviar a atenção da questão palestiniana, que sempre esteve no centro da crise do Médio Oriente.
A reunião de Blinken com um grupo de países árabes em Amã foi um divisor de águas. Os árabes recusaram categoricamente todas as propostas de Blinken que se esforçou por preservar os interesses judaicos. Os árabes falaram a uma só voz para formular a sua contraproposta: cessar-fogo imediato.
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