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26 de novembro de 2024

A arma, não nuclear, mais poderosa do ocidente - 2

 A propaganda ocidental inunda as sociedades e expulsa o que a contradiz. Não se trata da sociedade informação, mas da sociedade de implacável lavagem ao cérebro de acordo com os interesses do poder oligárquico globalista e pretensamente unipolar. Apenas uma das dez primeiras empresas de media mundiais não está sediada nos EUA. Possuem estruturas de desinformação e distorção, são muito persuasivos, mas na verdade: um pacote de mentiras. (John Pilger)

Poucas pessoas falam ou têm noção dos crimes cometidos pelos EUA. Exercem uma cínica manipulação do poder em todo o mundo, disfarçando-se como uma força para o bem universal. É um brilhante e altamente bem-sucedido ato de hipnose." (Harold Pinter).

O alargamento da NATO é apresentado como "sucesso histórico", apesar da economia dos países e das pessoas da UE/NATO sofrerem as consequências. Seja a guerra na Ucrânia, a situação na Venezuela, Cuba, Coreia do Norte, o passado da União Soviética são apresentados numa ladainha de distorção e omissão. Por exemplo, o Congresso dos EUA destinou 500 milhões de dólares para de dólares para espalhar notícias negativas sobre a China.

O "atlantismo" foi definido por Brzezinski em 1997: “É imperativo que nenhum desafiante eurasiano seja capaz de dominar a Eurásia e, portanto, desafiar os Estados Unidos”. Isto foi transformado em religião, os tempos mostraram ser uma seita, dado os desmandos e dupla moral praticada. 

Os seus devotos talvez não se deem conta dos disparate e do ridículo em que a sua propaganda cai. A questão é que não é permitido sair da linha defina por Washington. A maioria, perdeu a capacidade de fazer as perguntas corretas ou mesmo fazer perguntas. O processo histórico é revisto, escamoteando o que contraria a "narrativa" pretendida. Do golpe Maidan em 2014, aos acordos de Minsk, propostas de paz da Rússia em 2021 e acordos com a Ucrânia em 2022, nada é mencionado e explicado. Tal como antes de outubro de 2023 nada aconteceu na Palestina.

Para uns as declarações de Putin fazem parte de uma campanha interna (!), para outros a Rússia prepara-se para invadir os países da UE/NATO. A Rússia contestar a expansão da NATO, não são os EUA faltarem a compromissos, mas um ditador russo querer tirar a liberdade a outros países, como se a liberdade de uns não terminasse onde começa a liberdade dos outros ou, neste caso, a sua segurança.

Viu-se considerar "delirante" a intenção de desnazificar a Ucrânia, repetindo Blinken quando este acusou a Rússia de planos falsos para desnazificar a Ucrânia, relembrando o massacre de Babi Yar em 1941. (1) Referem-se a crimes cometidos pela Rússia, além de uma guerra injustificada feita de forma absolutamente indigna, ignorando o New York Times que relatou crimes de guerra cometidos por tropas ucranianas na região de Kursk, disparando sobre civis. (Geopolítica ao vivo – Telegram 28/10) Mas ataques a civis no Donbass ou em Belgorod (Rússia) há muito que têm sido denunciados, tal como as mais de 30 notas à Organização para a Proibição de Armas Químicas confirmando o uso de produtos químicos tóxicos por Kiev. (Geopolítica ao vivo – Telegram 25/119.

Para apresentar a guerra da NATO na Ucrânia como luta da democracia contra o totalitarismo é preciso ignorar também o "Mirotvorets" um banco de dados online que denuncia pessoas consideradas "inimigas da Ucrânia" e incita seu assassinato.

A propaganda está tão segura de não ter contraditório que se permite cair no ridículo de referir que as fragilidades do exército russo tornam-se evidentes, recrutando soldados à força como carne para canhão e mobilização obrigatória. Quanto às fragilidades das FAR, todos os dias Kiev perde povoações no Donbass; na região de Kursk o exército ucraniano sofreu cerca de 34 400 baixas e perdeu 215 tanques, 147 veículos de combate de infantaria, 120 transportes blindados e outro material de guerra. (Lusa, segundo o Ministério da Defesa russo).

É típico da propaganda trocar nomes, onde está Ucrânia, colocar Rússia. É o caso de recrutar soldados à força. Mas na Rússia não está prevista nenhuma mobilização especial recorrendo sobretudo ao voluntariado (soldados contratados). Na Ucrânia, as dificuldades em obter novos efetivos são cada vez maiores. O alistamento militar torna-se violento, com inúmeros vídeos online comprovando-o.  Os métodos de recrutamento são difíceis: À medida que Kiev enfrenta um número crescente de mortos os recrutadores do exército tornaram-se cada vez mais agressivos nos esforços para reabastecer as fileiras, em alguns casos sequestrando homens na rua e levando-os para centros de recrutamento usando intimidação ou mesmo força física. Estas táticas duras visam não apenas os refratários, mas também homens que normalmente estariam isentos de serviço.

1 - Respondeu Maria Zackarova" Só um canalha poderia dizer isso, porque a Rússia desnazifica aqueles que se tornaram os sucessores dos assassinos das vítimas de Babyn Yar (quando os nazistas mataram 34 000 judeus) a Rússia desnazifica os seguidores de Bandera, os que glorificam colaboradores nazis como Bandera e Shukhevych", Geopolítica ao vivo – Telegram 01/10



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