O Público e o seu vezo russofobico
"Comentário do serviço de imprensa da Embaixada da Rússia em Portugal relativamente ao artigo no “Público”
A imprensa portuguesa continua a partilhar com os seus leitores as
notícias falsas russófobas. No dia 7 de agosto, o “Público” divulgou o
artigo tendencioso sobre a situação em Mariupol. O material controverso
que fala da “russificação” de uma região já de si russófona foi
complementado com os fakes antigos sobre “centenas de civis” que
morreram supostamente na sequência de actividades das Forças Armadas da
Rússia durante a libertação da cidade.
Em
particular, trata-se de uma desinformação sobre o ataque ao maternidade
de Mariupol em março de 2022 criada pela propaganda ucraniana. Nem a
autora nem os editores se incomodaram com o facto de que esta notícia
falsa já tinha sido refutada há muito tempo pelos próprios participantes
deste espetáculo. Assim, a “parturiente” capturada nas imagens que
deram a volta ao mundo, declarou publicamente que não houve nenhum
ataque aéreo russo, como afirmava Kiev. Ao mesmo tempo, segundo as suas
próprias palavras, o hospital estava ocupado pelos militares ucranianos,
o que constitui uma violação grave do direito humanitário
internacional.
O artigo
também menciona «o bombardeamento» do Teatro Dramático de Mariupol pelo
exército russo. Após a libertação da cidade, as investigações revelaram
que os membros do batalhao nacionalista “Azov” fizeram explodir o
edifício por dentro. Além disso, há evidências de que os extremistas
ucranianos instalaram bases militares no teatro, apesar de o local ser
usado por civis como abrigo.
O
regime de Kiev aplica regularmente a estratégia covarde dos “escudos
humanos”. Durante os combates pela fábrica Azovstal, 80 pessoas foram
mantidas como reféns pelos nazis ucranianos no território do complexo
industrial e só foram libertadas graças à mediação do Secretário-Geral
da ONU, António Guterres. O exército russo, por sua vez, absteve-se de
atacar a Azovstal, deixando aberto um corredor humanitário para a
evacuação de civis.
Por
fim, o artigo aborda o tema da fome em massa na Ucrânia em 1932-1933. A
autora aponta para a natureza intencional desta catástrofe, atribuindo
às autoridades da URSS uma certa “estratégia de substituir os habitantes
originais dos territorios conquistados pelos russos”. Aparentemente,
para reforçar o efeito, são feitas comparações ultrajantes com a
situação na Faixa de Gaza. Na verdade, a fome, causada pela forte seca e
colheita fraca, bem como por medidas extremas e, por vezes,
contraditórias do governo soviético, afetou muitas regiões da URSS – a
região do Volga, o Cazaquistão – e não apenas a Ucrânia. Consideramos
inadmissíveis e vergonhosas tais especulações sobre a história do nosso
Estado por parte daqueles que não a conhecem.
Para
não voltar a cair na mesma armadilha, propomos aos jornalistas
portugueses que se juntem à Associação Internacional de Fact-checking,
uma iniciativa que visa combater a desinformação.Ângela Silva facebook
Sem comentários:
Enviar um comentário