Facebook de : Emídio Ribeiro
O desenho territorial da Ucrânia tal como resultou do fim da URSS foi uma oportunidade histórica única para Kíev. Nunca antes a Ucrânia fora tão grande e tão diversa, com territórios que lhe foram reconhecidos e/ou cedidos por Lénine, Stálin e Krushev. Para manter essa preciosa herança soviética, havia uma regra de ouro simples a observar - manter a neutralidade, tal como está escrito na Declaração da Independência de 1991 e ficou igualmente escrito na sua primeira Constituição. A neutralidade, uma orientação de ponte e equilíbrio entre o Ocidente e o Leste, foram essenciais para obter o
reconhecimento internacional generalizado. Entretanto, ao optar, após o golpe de Maidam de 2014, por uma política dominada pelos ultranacionalistas e incentivada pela Grã-Bretanha e pelos EUA, de hostilidade contra a Rússia, retirando a neutralidade da Constituição, a Ucrânia perdeu essa oportunidade histórica. Ao recusar a pedra angular neutralidade, com que obtivera o reconhecimento internacional generalizado, em 1991, o regime de Kíev deixou de poder invocar as regalias do direito internacional, a começar pelo respeito das suas novas fronteiras. Veja-se: de imediato, perdeu a Crimeia e agora, após três ano e meio de guerra, vai perder pelo menos mais o Donbass - Donetsk e Lugansk, regiões de maioria russófona. E quanto mais durar a guerra, mais se arriscará a perder, inclusive Odessa, cidade também de origem russa e igualmente russófona, o que a privaria de acesso ao Mar Negro. Uma tragédia em perspectiva. Goste-se ou não, como diz aqui o embaixador, "as realidades geo-políticas existem". do Facebook de Emídio Ribeiro
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