O dia em que a narrativa mediática foi posta no lixo - e não reciclável.
Do que foi dito na reunião entre Trump e Putin, três frases arrasaram anos de aldrabices dos comentadores nos media - salvo raríssimas exceções, algumas acabando por ser afastadas. A que salientamos primeiro, é a referência de que se Trump tivesse sido presidente em 2022, não teria havido guerra. "Eu concordo com o presidente Trump sobre isso", disse Putin.
Esta frase liquida a alegação feita dogma, da "agressão russa não provocada", transferindo a responsabilidade para os EUA de Biden e parceiros europeus.
Não esqueçamos que Boris Johnson foi a Kiev mandar (o que mostra que Zelensky é apenas um títere às ordens dos belicistas) parar as negociações de paz, em abril de 2022, prestes a serem concluídas com acordo mutuo.Em segundo lugar, refira-se a recomendação de Putin aos tresloucados europeus, para terem cuidado: "Esperamos que Kiev e as capitais europeias percebam tudo isto de forma construtiva e não criem nenhuns obstáculos. Não haja tentativas de provocações ou esquemas de operações secretas, para impedir os atuais progressos."
Significativamente Trump apoiou: "os países europeus também precisam "fazer alguma coisa" para contribuir para a resolução do conflito na Ucrânia. Portanto, ambas as partes colocaram diretamente a responsabilidade de alcançar resultados futuros em Kiev e na Europa. A narrativa russofóbica não podia ficar mais desprezada.
Em terceiro lugar, liquidando o delírio, psicótico em termos práticos, da Europa vencer a Rússia (como?). Em entrevista à Fox News, diz Trump: "A Rússia é uma grande potência, ao contrário da Ucrânia, então é melhor para Kiev fazer um acordo." "A Ucrânia tem que aceitar a paz, mas pode recusar porque acostumou-se com o dinheiro que vem do Ocidente". "A Rússia possui capacidades nucleares significativas que devem ser levadas em consideração." Esta frase representa também a aceitação do mundo multipolar.
O simples bom senso, mesmo para ignorantes em logística - que precede estratégias e táticas - deveria considerar que chegarem a acordo as duas superpotências nucleares do mundo, devia ser motivo de regozijo. O que se viu foi comentadores com cara de enterro dizendo que nada tinha sido decidido. Como de costume... mentem.
O diretor de comunicações da Casa Branca chamou as reportagens mediáticas sobre o fracasso das conversas entre Putin e Trump de “completamente falsas.” Aliás, como os comentadores nunca quiseram ouvir Putin, bastava ouvir Trump: "Hoje fizemos progressos significativos, tenho relações muito boas com o presidente Putin". "Teremos uma boa oportunidade de trabalhar juntos, tivemos negociações produtivas. Temos uma boa chance de chegar a um acordo pacífico. Ainda não chegamos a isso". "Putin gostaria de acabar com este conflito." Como vimos atrás, para Trump, isso depende de Kiev...
Compreenda-se a cara de enterro dos propagandistas. A exclusão da UE/NATO das negociações sobre o seu próprio futuro representa uma das maiores humilhações em termos geopolíticos da história europeia. Segundo a Bloomberg: "A cimeira EUA-Rússia mostrou o quão pouco a Europa importa no mundo de Trump". O que se tornou evidente na calorosa receção e no aperto de mão final entre Trump e Putin após as negociações.
Nas declarações à imprensa, Trump agradeceu a Putin e disse que espera vê-lo novamente muito em breve. Ao que o presidente russo respondeu em inglês: "Da próxima vez em Moscovo". Trump respondeu: "Vou receber algumas críticas por isso, mas admito que é possível".
A "narrativa" da exigência de cessar fogo dos belicistas europeus e Kiev, foi também para o lixo. Teve várias versões, tentaram colocar tropas da NATO no terreno, fizeram numerosas reuniões que serviram apenas para propaganda belicista. Era a tentativa de repetir e de novo sabotar algo como os acordos de Minsk.
Eis outro resultado da cimeira "que nada resolveu". Trump afirmou que Putin prefere um acordo abrangente para acabar com o conflito, em vez de um cessar-fogo temporário: "Acredito que chegar rapidamente a um acordo de paz é melhor do que um cessar-fogo".
Nervosos, os pregadores do belicismo, dizem que Trump deu a Putin uma receção pública calorosa, encerrando efetivamente seu isolamento diplomático. (The New York Times). Os comentadores dizem então que Trump acabou com o isolamento de Putin. Contudo, o que a reunião provou foi que anos de tentativas ocidentais de isolar a Rússia falharam, e que Moscovo está retomando seu lugar legítimo na vanguarda da diplomacia internacional.
Para os que acham que a Rússia estava isolada, deviam era entender a razão pela qual a UE não seria capaz de realizar algo como o Fórum Económico Internacional de São Petersburgo onde se reuniram BRICS, OCX, UEEA, e que resultados poderia a UE propor e alcançar. Acrescente-se que uma segunda conferência ministerial Rússia-África está planeada para este ano no Egito.
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