REARMAR A EUROPA - HEIL!
por Carlos MatosGomes
Rearmar
significa voltar a uma situação anterior. O último armamento da Europa
ocorreu nos anos 30 do século XX, conduzido pela Alemanha, com o
objetivo de derrotar a União Soviética e custou 60 milhões de mortos, a
derrota da Europa, a sua divisão em duas zonas de sujeição.
Quer
isto dizer que a presidente da Comissão Europeia segue e repete os
passos da sua Alemanha dos anos 30? Quer! Mais, quer dizer que ela se
propõe hipotecar duas ou três gerações com o endividamento de 800 mil
milhões de euros para o dito rearmamento e que o faz numa situação muito
mais desfavorável do que a Alemanha o fez no século passado.
Nos
anos 30 do século passado, a Alemanha dominava as mais avançadas
tecnologias da época nas áreas da aeronáutica, da construção naval, da
química, da metalurgia, estava prestes a utilizar armas propulsionadas
por foguetões (as V1 e V2) e estava prestes a terminar o projeto de
construção de armas nucleares (foram cientistas alemães que dirigiram o
Projeto Manhattan).
Hoje a
Europa que a warmonger Von Der Leyen quer rearmar está na cauda do
desenvolvimento tecnológico — está 10 a 20 anos atrasada relativamente
aos Estados Unidos, à Rússia e à China, não domina as tecnologias do
aeroespacial, nunca colocou um satélite na Lua! Não dispõe de um sistema
de geolocalização do tipo GPS, ou do sistema russo (glonass) ou chinês,
indispensáveis à condução dos sistemas de armas, sem os quais, aviões,
tanques, navios, até combatentes estão cegos no campo de batalha. A
Europa não domina as tecnologias de deceção e mistificação que permitem a
luta de drones. A Europa está na cauda da utilização militar da
Inteligência Artificial. Os mais poderosos computadores (quanticos) são
chineses e americanos! A Europa não dispõe de um sistema de partilha de
informação do tipo da internet. Está na cauda da utilização de
computação quântica que dentro de dez anos dominará os sistemas de armas
e de comando e controlo. A Europa de Von Der Leyen aceitou transferir
as informações geradas nas redes europeias para os arquivos de dados nos
Estados Unidos e à disposição das suas agências!
A
Europa, sob a direção das mentes raríssimas de Bruxelas, vai reiniciar o
rearmamento no momento em que as superpotências (o que Europa não é)
dispõem de mais de 10 anos de avanço, o que quer dizer que, como o
desenvolvimento das tecnologias é exponencial, daqui a dez anos o atraso
da Europa será maior do que é hoje! Que foi o que ocorreu quando a
Europa decidiu desenvolver o seu sistema de navegação Galileu (apenas
para uso civil), quando o GPS americana (militar) já estava plenamente
operacional.
O
rearmamento da Europa prova que a ideologia que conduziu à II Guerra
Mundial continua no posto de comando, que há sempre um Reich a
determinar o impulso da Alemanha para o confronto com a Rússia e com
isso arrastar o resto da Europa para o grande desastre, para uma
situação pior do que a anterior!
O
objetivo permanente da Alemanha é tornar-se o centro da Europa, o que
quer dizer, dominar a Europa das penínsulas — Escandinávia, Ibérica e
Itálica — a Europa central — França, Países Baixos — a Europa de Leste,
até Moscovo.
É para
atingir este objetivo — que vem de Bismark — que Von Der Leyen quer
arrastar os europeus com as afirmações vazias de sentido e de explicação
de que a Europa tem de se defender: Mas tem de se defender de quê e de
quem? Qual é a ameaça que a Europa representa para as superpotências?
Que valor tem a Europa para as superpotências, para que a Rússia, o
estado com maior superfície no planeta, que dispõe de matérias primas em
abundância, tecnologia para as transformar em produtos de alto valor, e
baixa demografia invadir a Europa, envelhecida e sem matérias primas
nem energia? Que valor tem a Europa para os Estados Unidos, que na
estratégia da administração Trump pretende fortalecer o seu aparelho
industrial interno para competir com a China e prioriza uma aliança
oportunista com a Rússia para atacar a Europa, sendo certo que já avisou
que poderá integrar a Groenlândia e o Canadá? Porque haveria os Estados
Unidos alimentar um cão velho e dar-lhe proteção para ele realizar os
seus velhos sonhos?
O
outro argumento, de Von Der Leyen é do mesmo tipo do de Trump: Temos de
defender os nossos valores, fazer a Europa Grande Outra vez. Mas quais
são os valores da Europa apregoados em vazio por Von Der Leyen? Os do
colonialismo que levou a Alemanha reunir a Conferência de Berlim? Os do
nazismo e do fascismo? O da entrega da liberdade de informação aos
oligarcas do regime (veja-se quem detém os grandes meios de comunicação
de Portugal à Alemanha, da França à Polónia). Quem paga aos partidos
políticos? Quais os valores que defende o Grupo de Bieldberg? E as
universidades, as Business Schools, de onde saem os pregadores do
neoliberalismo e da lei da selva do mais forte?
O
rearmamento da Europa é um logro perigosíssimo, caríssimo e inútil
(exceto para as oligarquias associadas às industrias de armamento)
contra o qual os cidadãos europeus se devem levantar, exigindo
referendos.
2 comentários:
Do anunciar ao fazer...esta casta "dirigente", completamente perdida, vai perdendo cada vez mais apoio popular, eleições perdidas umas atrás das outras, excepto as fraudadas na Roménia e Moldava, são um faz de conta, a representar uma força que não passa de fanfarronice...em regime terminal
Ler artigos deste ex capitao comando e não conhecer o que este ser fez na guerra colonial. Com a idade deste senhora muito que devia estar a tratar dos netos e não esquecer que ainda existem muitos seres que o conheceram muito bem. Porque não descansa ou vai para a Rússia e comandar os seus apaniguados?
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