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30 de dezembro de 2022

2022 A humanidade e o Planeta Terra

 

O ano de 2022 caracterizou-se por arrastar os efeitos deixados pela pandemia de Covid 19 nos anos anteriores, inflação mundial galopante com baixo crescimento económico, dificuldades que aumentaram com as centenas de "sanções" que Washington e o Ocidente impuseram à Rússia.

Foi um ano difícil, principalmente para os países menos desenvolvidos que tiveram que sofrer esses efeitos, aliados às mudanças climáticas ocorridas no planeta, que estão causando cada vez mais desastres.

BAIXO CRESCIMENTO

A atividade econômica global está passando por uma desaceleração geral, mais pronunciada do que o esperado.

As previsões indicam que o crescimento global cairá de 6,0% em 2021 para 3,2% em 2022 e 2,7% em 2023. Com exceção da crise financeira global de 2008 e da fase aguda da pandemia de COVID-19, 19, esse é o desenvolvimento mais fraco perfil desde 2001.

GALOPANTE INFLACIÓN

Neste 2022 registou-se a maior inflação económica de várias décadas. A previsão é que esse índice no mundo passe de 4,7% em 2021 para 8,8% em 2022, para depois cair para 6,5% em 2023. Organismos internacionais indicam que o curso de uma política monetária efetiva deve ser mantido para restabelecer a estabilidade de preços, além de uma melhor capacidade fiscal, deve buscar aliviar as pressões sobre o custo de vida e lançar mão de reformas estruturais que melhorem a produtividade e amenizem as restrições de oferta.

LENTO AVANCE EN AMÉRICA LATINA

A região não conseguiu se recuperar dos efeitos da covid 19, embora a Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) indique que este ano a economia da área será de 3,2% dos estimados 2,7%. Desigualdade, fome, desemprego e miséria continuam afetando milhões de seus habitantes e até 2023 a CEPAL prevê um crescimento de apenas 1,4%. Em 2022, esses países viram a inflação, a volatilidade e os custos financeiros aumentarem acentuadamente, enquanto os investimentos estrangeiros diminuíram.  

UNIÃO EUROPEIA NA ARMADILHA DE WASHINGTON

A União Europeia tem estado envolvida numa situação económica difícil por seguir cegamente as instruções dos Estados Unidos de impor todo o tipo de extorsão à Rússia na guerra contra a Ucrânia. Nesta circunstância, teve que comprar grandes quantidades de gás de Washington a preços exorbitantes depois de desistir de recebê-lo da Rússia, muito mais barato. A inflação ganhou força nos países membros, inúmeras fábricas foram fechadas e o descontentamento da população cresce devido aos altos preços dos combustíveis e dos alimentos.   

A MUDANÇA CLIMÁTICA AFUNDA O ORB

As palavras do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, foram conclusivas: “As decisões tomadas pela COP27 realizada no final de novembro no Egito foram claramente insuficientes. Precisamos reduzir drasticamente as emissões agora, e essa é uma questão que esta COP não abordou." E é que os líderes mundiais voltaram a se reunir e não chegaram a acordos para que os principais países poluidores reduzissem as emissões de gases de efeito estufa. O mundo queima em todos os lugares e o desastre climático está cada vez mais próximo

DESMATAMENTO VERDIGIOSO DA AMAZÔNIA

O governo de direita Jair Bolsonaro deu continuidade ao intenso desmatamento da Amazônia, que só no primeiro semestre de 2022 perdeu 3.987 quilômetros quadrados de vegetação nativa, ou seja, 10,6% em relação ao mesmo período de 2021. Os chamados pulmões de o planeta está ameaçado de profunda destruição, o que será um desastre não só para o Brasil, mas para todo o planeta. 

OS BRICS SE REFORÇAM

A XIV Cúpula do BRICS, realizada em Pequim em junho, foi mais um passo no fortalecimento do grupo, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Os BRICS representam, mundialmente, 43% da população do planeta, 25% do PIB, mais de 18% do comércio global e 28% da extensão territorial. Argélia, Argentina e Irã pediram para ingressar nessa importante instituição e, segundo se prevê, outras oito ou dez nações estudam essa possibilidade, o que contribuirá para aumentar sua influência e representatividade.

CÂMBIO CHINO-RUSSO CRESCE

Dadas as "sanções" impostas por Washington e Bruxelas contra Moscou e Pequim, essas duas potências reorientaram seu comércio bilateral. O intercâmbio comercial entre os dois países cresceu de janeiro a novembro de 2022, 32% em relação ao mesmo período de 2021 e atingiu o valor recorde de 172,406 milhões de dólares. A previsão é que em 2023 chegue a 200 bilhões. Metade de suas transações já são realizadas em suas moedas nacionais (rublos e yuan), o que contribui para enfraquecer o domínio do dólar no mercado mundial.

EL SIGNIFICATIVO AVANCE DE INDIA

A Índia deve crescer cerca de 6% este ano e pode se tornar a terceira maior economia do mundo até 2030, superando a Alemanha e o Japão. Essa previsão é alcançada, entre outras coisas, devido ao seu grande número de habitantes (1.400 milhões), sua extensão geográfica (3.287 milhões de quilômetros quadrados) e o desenvolvimento científico-técnico alcançado nos últimos anos.

GOLPE NO DÓLAR

Embora a cédula verde continue sendo a principal moeda de uso comercial-financeiro, importantes países vêm aumentando o uso de suas moedas nacionais em suas trocas bilaterais como Rússia, China, Irã, Turquia, Índia, entre outros, o que visa quebrar o domínio do dólar verdinha no mercado internacional.

BLOQUEIOS IMPERIAIS

Cuba, Venezuela e Nicarágua permaneceram o ano todo sob extorsão e bloqueios econômicos, comerciais e financeiros lançados pelos Estados Unidos. O presidente Joe Biden não apenas seguiu a política agressiva de Donald Trump, mas acrescentou outras com o desejo vão de derrubar aqueles governos que tiveram que fazer grandes esforços para manter programas sociais e alimentos para seus habitantes.

COMBUSTÍVEIS, FERTILIZANTES E ALIMENTOS

Os altos preços do gás e do petróleo, aliados à escassez de fertilizantes para a agricultura, têm mantido diversas economias no limite, principalmente devido às "sanções" impostas por Washington à Rússia, um dos maiores exportadores de combustíveis e fertilizantes, o que tem causado o aumento dos preços dos alimentos com os quais as nações mais pobres foram afetadas.

Hedelberto López Blanch, periodista, escritor e investigador

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