Em 2024, importações da UE de gás liquefeito russo atingiram valores recorde. França, Espanha e Países Baixos tiveram os níveis mais altos
Fonte oficial da Comissão Europeia não comenta os recordes de importações, apontando para a França, Espanha e os Países Baixos, por serem os “maiores importadores de GNL” na União Europeia. Embora não tenha “informação detalhada sobre os contratos”, o executivo comunitário liderado por Ursula von der Leyen frisa não fazer “parte dos contratos comerciais de fornecimento de gás”, remetendo quaisquer questões adicionais para “os Estados-membros e as empresas em causa”.
Segundo os dados do Independent Commodity Intelligence Services (ICIS), uma consultora especializada nos mercados globais de commodities, em 2024, as importações de GNL russo para o bloco europeu atingiram os 15,8 milhões de toneladas (Mt) solidificando a posição de Moscovo de segundo maior fornecedor deste combustível à UE, atrás dos Estados Unidos.
Em 2023, o valor situou-se nos 12,7 Mt, mas no ano anterior as importações totalizaram os 13,5 mt. Em 2021 e 2020, antes do início da guerra na Ucrânia, a União Europeia tinha importado da Rússia 10,4 milhões de toneladas de gás em estado líquido, uma quebra face a 2019 (12 Mt), segundo os dados do ICIS.
“O recorde de importações de GNL russo expõe a fragilidade da posição geopolítica da UE em relação à Rússia, destacando uma desconexão entre retórica e prática“, aponta ao ECO Paulo Monteiro Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, prevendo que, enquanto continuarem a existir “falhas no fornecimento de GNL dos EUA e outros parceiros, bem como incentivos económicos para importar gás russo, é provável que alguns países europeus continuem a recebê-lo”.
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