A “ordem internacional baseada em regras” altera para uma desordem internacional sem regras. Afinal o direito internacional já tinha sido abolido pelo Império do Caos (bipartidário) quando se tratou de invadir países baseando-se em mentiras, conspirações para "revoluções coloridas", sanções ilegais e unilaterais, roubo de ativos financeiros, legitimação de genocídio e de “rebeldes moderados” que cortam cabeças.
Toda esta cadeia incendiária de eventos acelerou essencialmente devido a que o Império do Caos perdeu a guerra na Ucrânia. O que ainda precisa ser discutido é a modalidade da rendição. Portanto, não é de admirar que Trump tenha tido que inventar uma operação psicológica sedutora, mas cheia de perigos, para mudar a narrativa.
Trump pretende estar no comando do sistema financeiro global, no controle do comércio mundial de petróleo e do fornecimento de GNL e em plataformas estratégicas de media. É assim que “negociamos”. E se você quiser abandonar o dólar americano, nós o destruiremos. “Livre comércio” e “globalização”? Isso é para perdedores. Bem-vindo ao mercantilismo neoimperialista.
Tentará o controlo unilateral e monopolista dos EUA sobre as riquezas da Groenlândia, Canadá, Ártico, de petróleo, gás, minerais de terras raras. Tudo em nome do fortalecimento da “segurança nacional”.
O Império do Caos enfrenta uma dívida enorme, devida aos agiotas de sempre, que só pode ser paga – parcialmente – por excedentes de exportação selecionados. Isso implicaria a reindustrialização – um processo longo e caro – e a garantia de cadeias de fornecimentos militares constantes. Porém a supremacia tecnológica dos EUA foi perdida.
O plano A, era confrontar simultaneamente a Rússia e a China contra as estratégias geoeconómicas e geoestratégicas da parceria estratégica Rússia-China. Falhou. O que foi tentado pela horrorosa administração Biden gerou reações intensas e em série.
Portanto, passa ao Plano B: saquear os aliados. De qualquer forma, eles já são caniches amestrados e há vários disponíveis para serem explorados. O Canadá tem muita água doce, petróleo e riqueza mineral. A classe empresarial canadense sempre sonhou com uma integração profunda com o Império do Caos. Anexando o Canadá e a Groenlândia os EUA podem até ser capazes de igualar a base de recursos da Rússia.
A Groenlândia está bem no meio desse Novo Grande Jogo – capaz de fornecer anos de urânio, terras raras, território útil para defesa e ataque de mísseis. Os pouco mais de 50 000 residentes na Groenlândia, que desfrutam de autonomia especialmente em relação à UE, aceitariam uma saída total da Dinamarca. Copenhaga, na verdade, os abandonou. O que Trump realmente quer da Groenlândia é muito claro: militarização total; acesso privilegiado aos seus recursos, exclusão comercial de empresas russas e chinesas. Os groenlandeses adorarão lucrar com os vastos investimentos dos EUA.
Lavrov, foi direto: “O primeiro passo é ouvir os moradores da Groenlândia”, comparando-o à forma como a Rússia ouviu os moradores da Crimeia, Donbass e Novorossiya em relação a Kiev.
O Ártico é campo de batalha crucial. A Rota do Mar do Norte, que os chineses chamam de Rota da Seda do Ártico, é um dos principais corredores de conectividade do futuro. A Rota do Mar do Norte abrange pelo menos 15% do petróleo inexplorado do mundo e 30% do gás natural inexplorado do mundo. A rota Oceano Ártico permitirá que os navios atravessem o Oceano Pacífico e naveguem ao longo da costa norte da América do Norte até ao Atlântico”.
Na frente caniche a atividade é frenética. As elites de Davos e do Deep State em toda a UE/NATO e Canadá, estão em processo de substituição, ou reciclagem, para elites afiliadas a Trump. Isso está indissociavelmente ligado à estratégia de saquear os aliados: a destruição adicional da economia dos vassalos europeus para fortalecer o coração do Império.
Na Alemanha, Alice Weidel, da Afd está enfatizando que a Alemanha precisa reiniciar a importação de matérias-primas e gás natural barato da Rússia, reabrindo o Nord Stream. Conforme detalhado por Sy Hersh, a explosão do Nord Stream, foi de responsabilidade de Biden. Talvez Trump e seu factótum Elon Musk percebam que a Alemanha não tem valor para os EUA como um país desindustrializado e atrasado. Claro que Trump cobrará um preço alto dos alemães.
Rússia, Índia, China e o Irão tornaram-se poderosos demais para serem saqueados. Portanto, a melhor opção para já é saquear os caniches. O futuro da UE/NATO no projeto da Grande América está agora em jogo. É preciso que comprem equipamento militar aos EUA, pressionando para os países da NATO aumentarem essa despesa até 5% (?!) do PIB, em vez dos atuais 2%. Trump precisa muito do enorme megafone digital dos media sociais de propaganda de Musk.
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