Alguns números (1) sobre a pandemia (relativos a 2 de abril) merecem reflexão.
A nível internacional: a taxa de mortalidade em relação ao número de casos é de 2,18%. As mortes por milhão de habitantes: 365,1, tendo atingido um total de 2,8 milhões de pessoas. Note-se porém que em 221 países e territórios considerados apenas 66 têm taxas de mortes por milhão de habitantes superior a 500.
A Europa (sem a Rússia) com 7,24% da população mundial tem cerca de 30% das mortes a nível mundial. Se juntarmos a estes os EUA (566 907 mortes) e o Brasil (325 559 mortes) com 14,3% da população mundial têm 60% das mortes globais pelo COVID.
O nº de mortes por milhão de habitantes é de, por exemplo: China – 3; Cuba – 38; Venezuela – 57; Rússia – 683, Suécia – 1330; Colômbia – 1240; Chile – 1217; Na Europa certos países têm taxas de mortalidade relativamente baixas, como a Islândia (85), Noruega (123), Finlândia (153), Dinamarca (418).
Em Portugal Uma estatística no final de fevereiro da DGS indicava a seguinte taxa de mortalidade em relação ao número de casos de acordo com as idades:
Abaixo dos 60 anos era 0,1 % No escalão dos 60 anos: 1,75% Acima dos 70 anos: 11.8%
Total de casos e óbitos em relação ao seu total: Com menos de 60 anos registaram-se cerca de 75% de casos e 3,9% de mortes; Com mais de 60 anos 25% dos casos 96,1% das mortes
Em 01/10/2020 havia 1 977 mortes. Este número aumentou drasticamente nos meses seguintes até março: em dois meses janeiro e fevereiro o número de mortes foi 4,7 vezes o que tinha sido até outubro tendo morrido 9 379 pessoas, atingindo no total em 1 de março 16 351 mortes. Em março o nº de mortes reduziu-se para 508 no mês.
Portugal em número de mortes por milhão de habitantes esteve em 7º lugar, atualmente está em 15º, em outubro de 2020 estava em 35º.
Em 10 anos o numero de grandes farmacêuticas passou de 60 para 10. A Pffizer, uma das mais poderosas, em 2020 entregou 8 400 milhões de dólares em dividendos aos seus acionistas. Apenas com a venda da vacina prevê obter um lucro de 4 000 milhões de dólares.
Que seria desta UE (da concorrência livre e não falseada) se por alguma razão fosse reduzir estas tão “louváveis” perspetivas. A saúde dos cidadãos não está acima dos lucros, mas só os do grande capital...
Enquanto a euforia em Wall Street eleva os preços das ações a alturas astronómicas, 8 milhões de americanos ingressaram nas fileiras da pobreza no 2º semestre de 2020, têm agora que alinhar pacientemente nas filas de apoio alimentar - depois de perderem a sua capacidade de se sustentarem e, muitas vezes, um teto para se abrigarem.
O coronavírus destruiu vidas, economias e pequenos negócios, - mas o ano não foi um fracasso financeiro para todos. Entre meados de março e 22 de dezembro, os Estados Unidos criaram 56 novos ultrarricos (os bilionários), de acordo com o Institute for Policy Studies, elevando o total para 659. A riqueza mantida por este grupo aumentou em mais de 1 milhão de milhões de dólares.
A nível global, com a crise COVID os bilionários ganharam 3,9 milhões de milhões de dólares, segundo Business Insider, enquanto o The Guardian, anuncia que, também a nível global, os trabalhadores perderam 3,6 milhões de milhões.
Podemos então concluir que em termos capitalistas, não há nenhuma crise. Como Marx, salientou, crise é quando os lucros não crescem. Nessa altura o Estado que deve ser “mínimo” tem de passar a ser “máximo” para voltar a compensar a oligarquia e de caminho reprimir protestos dos trabalhadores. E assim tem sido, com troika ou sem troika, “coletes amarelos”, etc.1 - https://www.worldometers.info/coronavirus/
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