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12 de abril de 2021

O imperialismo recuou na Ucrânia - 1

 No último momento a agressão foi travada. As TV tinham recebido ordens para passar o clip de preparação para a guerra com o palhaço presidente envergando um camuflado militar inspecionando as tropas da frente e um oficial debitando, aliás sem convicção, "as provocações" do outro lado que tinham originado a morte de 5 soldados.

O imperialismo atiçou o regime nazifascista da Ucrânia, prometendo-lhe apoio para que iniciasse uma guerra de agressão contra as populações do Donbass e a Rússia na Crimeia. Tropas de Kiev participaram em manobras da NATO, aviões dos EUA/NATO descarregaram armamento para Kiev. E no entanto, no momento de avançarem o comandante das tropas de Kiev, aparece a dizer que por "motivos humanitários" as questões seriam tratadas por via diplomática e negociações. (1)

Os EUA tinham discutido com os outros países da NATO o aumento da presença militar da Rússia na sua fronteira com a Ucrânia (com as Repúblicas do Donbass). Relatórios mostravam mísseis balísticos da Rússia na área. Jen Psaki, a secretária de imprensa da Casa Branca, disse que os EUA estavam “cada vez mais preocupada” com o que foi descrito como as maiores manobras militares da Rússia na área desde 2014. “Cinco soldados ucranianos foram mortos só esta semana. Todos esses sinais são profundamente preocupantes.” (1) Porém, de repente os que atropelaram os acordos de Minsk sobre a Ucrânia, apareceram a falar em “negociações”.

O sr. Milhazes, na RDP, face ao recuo da NATO, dizia que apesar do “belicismo de Putin” a Rússia recuara devido a que o exército ucraniano estava muito mais forte agora que em 2014. O seu jeito para a comédia é espantoso.

A questão é: como e porquê parou uma ofensiva longamente preparada? Quais as consequências desta decisão? Não foi certamente de ânimo leve que os falcões de Washington foram ultrapassados E por quem? Pelo Pentágono?

Vejamos. O que se passou veio na sequência de uma série de provocações no espaço aéreo russo ou nas proximidades por aviões da NATO. No Mar Negro a marinha dos EUA fazia perigosos avanços. Mas talvez o mais dramático foi a declaração (totalmente escamoteada pelos média!!!) do Strategic Command dos EUA"uma guerra nuclear contra a China ou a Rússia é um cenário real". O caos imperialista aproximava-se perigosamente de uma guerra que se tornaria global e mesmo nuclear. (2)

Tecnologicamente os EUA estão ultrapassados tanto na esfera militar pela Rússia, como civil pela China, que por seu lado desenvolve rapidamente o seu poder militar. Apesar dos esforços na corrida armamentista, os EUA perderam a superioridade face à Rússia com misseis hipersónicos, misseis que podem atacar os EUA pelo Sul onde não têm defesas consistentes, o míssil subaquático nuclear Poseidon, as capacidades furtivas dos seus aviões e submarinos, capacidades na guerra eletrónica, os misseis de interceção tipo S, etc. Nos EUA, o avião furtivo F-35 no qual foram investidos 1,7 milhões de milhões de dólares mostrou-se um falhanço, não podendo competir com os meios russos.

Em abril de 2016 um SU-24 passando junto ao USS Donald Cook, paralisou os seus sistemas eletrónicos. (3) Recentemente a marinha dos EUA perdeu o rasto a um submarino russo no mediterrâneo. Quando a Geórgia avançou contra Negorno-karabak, as suas tropas treinadas, armadas e apoiadas por “conselheiros” dos EUA, foram derrotadas em cinco dias por tropas russas fronteiriças em igualdade de efetivos, que mostraram a sua capacidade de combate em ações combinadas das diversas armas.

Na Ucrânia as formações do Donbass produziram resultados que destroçaram completamente as conceções militares dos EUA. Apesar de numericamente superiores as forças de Kiev sofreram sucessivas derrotas que culminaram com dois cercos catastróficos em Ilovaisk e Debaltsevo. As capacidades eletrónicas utilizadas pela Rússia para apoiar as forças do Donbass foram descritas pelo gen. Ben Hodges como “de fazer chorar”: “o nosso maior problema é que nunca lutámos num ambiente de comunicações degradado e não sabemos como o fazer”. Ou seja lutar num ambiente de completa cegueira eletrónica e redes de computador suprimidas (3).



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